Intervenções e psicoterapia breve no contexto hospitalar
Por: Catreap • 20/11/2016 • Resenha • 1.416 Palavras (6 Páginas) • 1.956 Visualizações
AP. 4 – INTERVENÇÕES E PSICOTERAPIA BREVE NO CONTEXTO HOSPITALAR – RITA APARECIDA ROMARO
LANGE, Elaine S.N. “CONTRIBUIÇÕES À PSICOLOGIA HOSPITALAR: DESAFIOS E PARADIGMAS ”.1 ed. São Paulo/SP: Vetor, 2008.
O papel do psicólogo no contexto hospitalar abrange uma variedade de demandas, e o ideal é trabalhar com uma equipe multidisciplinar, com a finalidade de aliviar o sofrimento mental e suas sequelas. O campo é amplo e possui modalidades de atuação, como se é realizado em hospital-escola, pronto-socorro, enfermaria e etc. É necessário ter conhecimento da equipe de médicos e enfermeiros, e de sua composição, se são experientes, plantonistas, analisar também a estrutura administrativa e infraestrutura. Com esses pontos citados, ao pensar em um paciente, pensa-se em uma doença, e não no individuo. Para isso o psicólogo hospitalar, busca trabalhar com as angústias da equipe multidisciplinar e as angústias do paciente e de sua família, para aquele é atendido possa ver-se através da doença como um indivíduo em sua subjetividade.
No contexto hospitalar, as emoções, os sentimentos, sensações, medo do desconhecido, a solidão, desamparo e inseguranças permeiam as vivencias dos pacientes e familiares, tornando-as perturbadoras.
O psicólogo no contexto hospitalar, lida com questões da alma, emoções primitivas, mobilizadas por situações criticas, sendo tais situações mobilizadas nas situações de agudização, de retrocessos e de novas patologias. E o espaço de trabalho cedido ao psicólogo varia de acordo com a especificidade da instituição hospitalar, varia de acordo com a instituição, podendo ocorrer em enfermarias, UTI, ambulatórios etc.
O trabalho do psicólogo dentro de um hospital funciona como um serviço de emergência, com a finalidade de reduzir a possibilidade extensão do trauma e agravamento das situações, seja por meio de uma intervenção breve ou uma escuta de acolhimento. Nem sem sempre o paciente precisa solicitar tal atendimento, a solicitação pode partir de outras pessoas da área médica, nestes casos o desafio é investigar a queixa de um encaminhamento de terceiro, como mobilizar a pessoa nesta situação.
Com isso o bom encaminhamento deve partir de um membro da equipe com o qual o paciente estabeleça um bom vínculo e converse com o mesmo sobre o encaminhamento não como um castigo ou rótulo de louco, mas sim como uma possibilidade de ajuda.
O psicólogo ao realizar o primeiro contato com o paciente, deve verificar o quanto sabe sobre o encaminhamento e suas fantasias, explicando o atendimento e respeitando sempre o seu desejo ou não de ser atendido. Assim, o profissional trabalha com o desejo do paciente e não com a cura, direcionando o seu trabalho para o desejo de viver, para o resgate da esperança, que irá direcionar a forma com o mesmo lida com as dificuldades, deficiências.
Um momento critica está relacionado condição da saúde mental, considerando que o individuo se encontra inserido em um meio sociopolítico-econômico-cultural, com esquemas e padrões sociais que devem possuir uma coerência com suas crenças e valores, possibilitando encontrar soluções viáveis para seus conflitos. A forma como a pessoa pode lidar com situações estressantes dependerá parte de sua estruturação de personalidade, de sua condição cognitiva e emocional, das defesas mobilizadas, da possibilidade de controle da ansiedade e dos impulsos, da possibilidade de descriminação da realidade e de redimensionamento da problemática.
A situação de crise encerra o perigo e a oportunidade, tornando o individuo mais permeável a ajuda, esse momento é crucial para a intervenção, em que os mecanismos defensivos encontram-se menos estruturados. O encorajamento da livre expressão dos sentimentos, a fim de que possam ser elaborados costuma ter um efeito muito positivo.
Ao realizar intervenções em momentos de crise, objetivamos restaurar o equilíbrio adaptativo do individuo anterior a esta. Tais intervenções preventiva e imediatas possibilitam um acesso rápido a área de conflito, podendo evitar o desenvolvimento de situações e patologias crônicas.
As Intervenção em Crise e Intervenção de emergência são consideradas como aspectos preventivos. Uma emergência psiquiátrica caracteriza-se pelo distúrbio do pensamento, do sentimento ou de ações para os quais é necessário tratamento imediato. Em situações consideradas catastróficas e emergenciais, o psicólogo necessita intervir de forma a conter os impulsos destrutivos e buscar ativar impulsos mais reparadores, como ênfase na realidade. Tal prática exige o estabelecimento de uma aliança terapêutica imediata e positiva.
Há uma diferença entre o sujeito na urgência e o paciente da urgência. O sujeito na urgência pode estar desacordado, em como ou calmo, enquanto o sujeito da urgência pode ser o acompanhante que não se sente em condição de lidar com a situação estressante e difícil.
O tipo de estruturação familiar existente se expressará na forma como a família pode lidar com as doenças crônicas em fase de agudização. Famílias mais estruturadas, são consideradas como terapêuticas, tendem a viver o momento crítico, buscando alternativas e aliando-se a equipe multidisciplinar na resolução de medidas práticas. As famílias disfuncionais, consideradas iatrogênicas, tendem a atritar-se com a equipe, mostrando-se não colaboradoras, agressivas, buscando transferir para a equipe ou para o hospital os seus conflitos e culpas.
Uma outra importante área de atuação hospitalar, concerne as interconsultas, que se constituem em intervenções breve e emergenciais que ocorrem em um momento critico, podendo em muitos casos ser considerados como preventivas. As interconsultas são solicitadas quando a equipe de saúde não consegue mais manejar a situação, sendo essa interconsulta uma intervenção orientada a partir do campo interacional, estruturada a partir da observação do campo que se configura na interação entre a equipe de saúde.
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