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Por:   •  22/10/2014  •  1.900 Palavras (8 Páginas)  •  383 Visualizações

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8- Atualmente, a contabilidade adquire máxi¬ma seriedade nas empresas, sobretudo por ser uma ferramenta que objetiva processar e originar informações, com isso auxiliando seus gerentes na tomada de decisões im¬portantes relativas ao seu patrimônio. Em que fase a contabilidade atinge um nível de desenvolvimento notório? Explique. Quais ouUniversidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus Arapiraca - CA

Deptº de Administração Pública- DAP

Escolas do pensamento Contábil

Italiana e Norte-Americana

Daniella Carvalho da Silva

Arapiraca (AL), 27 de Setembro de 2011

Sumario

Resumo...........................................................................................................................03

1. O surgimento da Escola Italiana.................................................................................04

1.1. Correntes do pensamento contábil..........................................................................04

1.2. Principais escritores italianos..................................................................................05

2. O surgimento da escola Norte-Americana.................................................................06

2.1. Padronização da Contabilidade...............................................................................06

2.2. Principais escritores Norte-Americanos..................................................................07

3. Diferenças entre a escola Italiana e norte americanas................................................07

Bibliografia.....................................................................................................................09

Resumo

Este trabalho apresenta uma análise de como se deu a evolução da contabilidade, através principalmente da Escola Italiana que mostra a contabilidade como ciência em seu sentido mais amplo, como a Ciência do Controle Patrimonial e Escola Norte-americana que foi justamente a separação da Contabilidade em Gerencial, a qual atendia aos seus usuários internos e, Financeira, onde as informações eram voltadas aos interesses externos.

Palavras-chaves: Escola Italiana. Escola Norte-Americana. Ciências Contábeis.

1. O surgimento da Escola Italiana

No século XIII, até meados do século XVIII, as cidades Europeias fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural, cenário perfeito para o início da evolução de uma ciência fundamental para o mundo cada vez mais capitalista que surgia, a Contabilidade.

Foi exatamente nessa época, mais precisamente em 1494 na cidade de Veneza, que Frei Lucca Pacioli publica seu livro Summa de Arithemética, Geometria proportioni et propornalitá, a primeira obra em que é registrado o método das partidas dobradas, o qual é de fundamental importância para a Contabilidade, sendo usado até hoje. Assim nasce uma das mais importantes escolas de Contabilidade, a Escola Italiana.

Em sua obra, Frei Luca Pacioli já tratava, além da teoria do débito e do crédito, de inventários, livros mercantis, registros de operações, lucros e perdas, formando assim já nessa época o “corpo” da Contabilidade que se conhece nos dias de hoje. Podemos afirmar, portanto, que foi nesse período que a Contabilidade mais evoluiu em sua teoria.

Correntes de pensamento contábil

Dentro da Escola Italiana surgiram várias correntes de pensamento contábil, são elas o Contismo, o Personalismo, o Neocontismo, o Controlismo, o Aziendalismo e o Patrimonialismo. Em seguida são apresentadas as principais características de cada uma delas:

Contismo: Baseava-se no sistema de contas; para seus adeptos a principal preocupação da contabilidade deveria ser com o processo de escrituração e com as técnicas de registros das contas, esquecendo-se de que essas são apenas consequências das operações ocorridas nas empresas e não o objeto principal da Contabilidade.

Personalismo: Surgiu em oposição ao Contismo, deu personalidade às contas para poder melhor explicar as relações entre os direitos e as obrigações.

Neocontismo: Devolveu à Contabilidade o seu verdadeiro objeto, representado pelo patrimônio. Seus idealizadores também procuraram conceituar a contabilidade como a ciência do controle econômico.

Controlismo: Defendia que a contabilidade era um meio de controle das operações ocorridas na empresa, como a formação dos custos, a realização da receita, o equilíbrio financeiro entre outros que provocam variações patrimoniais. Porém a contabilidade não se limita apenas a esses aspectos. Segundo Favero et al.(1997, p. 21) [...]o controle é apenas um instrumento de apoio e não um fim ou objetivo da Contabilidade.

Aziendalismo: Os representantes do Personalismo e do Neocontismo, vendo que falharam ao considerar a Contabilidade como Ciência autônoma propunha a criação de uma única disciplina constituída de vários segmentos doutrinários, como a gestão, a organização e o controle. Suas pesquisas eram voltadas para o campo das aziendas, o que restringia o campo de atuação da contabilidade apenas para o levantamento de fatos patrimoniais.

Patrimonialismo: Definia o patrimônio como objeto da Contabilidade. É considerada por muitos autores como a principal corrente de pensamento da Escola Italiana. Defende que o patrimônio é uma grandeza real que se transforma com a evolução das atividades econômicas.

Principais escritores italianos

Os primeiros grandes escritores contábeis foram italianos; entre tantos, são citados, com base no trabalho de Schmidt (2000), alguns que serviram de exemplo e de base para a maioria dos inúmeros autores que vieram depois pelo mundo inteiro.

Fábio Besta: Nasceu em 17 de Janeiro de 1847 quase na divisa da Itália com a Suíça. Vinha de uma família considerada nobre, porém suas condições financeiras eram precárias. Em 1868 graduou-se contador pelo Instituto Comercial de Sondrio e em 1872 tornou-se professor na Escola Superior de Comércio de Veneza. Besta defendeu o método tradicional de escrituração contábil com partidas dobradas, fazendo parte de duas correntes doutrinárias, o Neocontismo e o Controlismo.

Giuseppe Cerboni: Nascido em 24 de Dezembro de 1827, serviu ao serviço militar da Itália na área de administração, na qual tinha profundo conhecimento. De 1876 a 1891 atuou como Contador Geral do Estado. Cerboni era defensor da corrente personalista, e foi ele um dos primeiros autores que procurou mostrar a contabilidade como mais do que uma simples arte de registro do ter e do contar.

Gino Zappa: Nasceu em 1879, em Milão, onde começou a desenvolver seus estudos na área contábil, terminando-os na Escola Superior de Comércio de Veneza, graduando-se professor. Foi o representante máximo da corrente aziendalista, cujos precursores foram Cerboni e Fábio Besta. O trabalho de Zappa representou uma das pilastras fundamentais da reforma doutrinária ocorrida na Contabilidade no século XX.

Benedetto Cotrugli: Foi quem escreveu um dos primeiros manuscritos onde era relatado o método das partidas dobradas; porém devido à falta de tecnologia da época, não chegou a ser impresso, não passando de um simples manuscrito. Fato esse que dificultava a divulgação do conhecimento, pois cada cópia deveria ser feita à mão, tendo assim um custo altíssimo. Um tempo depois, coube, portanto a Luca Pacioli o mérito de ter sido o primeiro a fazer um livro com o método das partidas dobradas. Contrugli foi um dos autores que, com seus estudos, fez nascer a Escola Contista.

Vincenzo Masi: Aluno de Fábio Besta no Instituto Superior de Ciências Econômicas e comerciais de Veneza, desde cedo colaborou com artigos para revistas de Contabilidade Geral e Aplicada. Masi defendia a contabilidade como Ciência do Patrimônio, e sua escola, denominada Patrimonialista, são consideradas por muitos como a mais importante corrente da época. Foi ele também o primeiro escritor italiano a dedicar-se aos estudos sobre análise de balanços.

O surgimento da escola Norte-Americana.

Essa escola surgiu em 1887, com a criação da AAPA (American Association of Public Accounting – Associação Americana de Contabilidade Pública), que trabalhou na qualificação da informação contábil, na padronização da contabilidade, na divisão da contabilidade em financeira (informação externa) e gerencial (informação interna).

Seu inicio foi caracterizado pelo aspecto pratico no tratamento de problemas econômico-administrativos, e com limitadas construções teóricos. As grandes questões enfrentadas por essa escola, especialmente nesse século, foram um dos elementos responsáveis por transformá-la em uma das mais importantes do mundo, ditando regras no tratamento de questões ligadas a Contabilidade de Custos, Controladoria, Analise de Demonstrações Contábeis, Gestão Financeira, entre outros ramos do conhecimento contábil, posicionando essa escola na vanguarda da Contabilidade Mundial.

Uma característica peculiar da Escola Norte-Americana é a de que as associações profissionais desenvolveram a contabilidade. As principais associações são:

• Associação Americana de Contabilidade: surgiu em 1916, e alguns anos após foi publicada uma monografia sobre padrões de contabilidade.

• Associação Americana de Contabilidade Publica: foi marcado pelo programa de profissionalização da contabilidade, criando em 1892 a Universidade de Contabilidade, para certificar os profissionais, e a partir daí que começaram a se pensar na prova de capacitação profissional.

Padronização da Contabilidade

A padronização da contabilidade financeira tornou-se um dos mais controversos aspectos do doutrinamento contábil norte-americano. Foram criadas três entidades ao longo dos anos, com objetivo de desenvolverem estudos para uma melhor condução da pratica contábil, foram elas:

CAP (Comissão do Procedimento Contábil): criado em 1936, seu trabalho era esboçar as propostas sobre os Princípios de Contabilidade geralmente aceitos;

APB (Conselho dos Princípios Contábeis): criado em 1959, era composto por vinte membros sendo que todas as Big Eight (oitos maiores empresas de auditoria do mundo) tinham participação nesse colegiado, e suas opiniões na maioria das vezes prevaleciam.

FAF (Fundação de Contabilidade Financeira) e FASB (Conselho de Normas de Contabilidade Financeira): comitês criados para emissão de padrões de contabilidade.

Em relação aos princípios de Contabilidade geralmente aceitos, alguns fatos marcaram para sua existência, como em 1933 e 1934 passou a ser exigida auditoria nas empresas abertas o que gerou a necessidade da uniformização nos relatórios e nos procedimentos contábeis.

A Contabilidade Gerencial também evoluiu com apoio de associações profissionais, pois com o crescimento dos negócios em tamanho, complexidade e diversidade geográfica das instalações das empresas no século XIX geraram necessidade de aperfeiçoamento dos sistemas de informação para tomada de decisão gerencial.

Principais escritores Norte-Americanos

A escola Norte-Americana contribuiu decisivamente para a contabilidade gerencial. Dois de seus principais personagens foram:

Ananias Charles Littleton: Tornou-se um dos mais importantes promotores do desenvolvimento da Contabilidade e da educação contábil nos Estados Unidos e no mundo. O trabalho de Littleton concentrou-se praticamente na educação contábil. Ele demonstrou um trabalho pioneiro e criativo nessa área. Littleton foi um dos pensadores do século XX que mais contribuíram com o desenvolvimento da educação contábil mundial, não somente pelos seus livros e artigos, mas também por sua ação direta no processo educativo da contabilidade.

Maurice Moonitz: O sucesso de Moonitz como professor de Contabilidade deve-se, em parte sua longa experiência profissional na área contábil. Além de trabalhar em Contabilidade Bancária, atuou por muitos anos como auditor. Ele desenvolveu estudos que representam refinamentos e explicações mais aprofundadas sobre Contabilidade em nível de preços, que solidificaram a aceitabilidade geral dessa abordagem de tratamento de dados contábeis, ele sempre buscou em suas publicações, caminhos para o desenvolvimento do conhecimento contábil de toda classe profissional.

Diferenças entre a escola Italiana e norte americanas

Analisando-se o quadro abaixo, pode-se notar as relevantes diferenças entre as duas escolas.

Algumas razões da Queda da Escola Italiana

Algumas razões da Ascensão da Escola

Norte-Americana

1. Excessivo Culto à Personalidade:

Grandes mestres e pensadores da

Contabilidade ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos como “oráculos” da verdade Contábil.

1. Ênfase ao Usuário da Informação

Contábil: a Contabilidade é apresentada como algo útil para a tomada de decisões, evitando se endeusar demasiadamente a Contabilidade; atender os usuários é o grande objetivo.

2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as mentes privilegiadas produziam trabalhos

excessivamente teóricos, apenas pelo gosto

de serem teóricos, difundindo-se ideias com

pouca aplicação prática.

2. Ênfase à Contabilidade Aplicada:

principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao contrário dos europeus, não havia uma

preocupação com a teoria das contas, ou

querer provar que a Contabilidade é uma

ciência.

3. Pouca Importância à Auditoria:

principalmente na legislação italiana, o grau de confiabilidade e a importância da auditagem não eram enfatizados.

3. Bastante Importância à Auditoria: como herança dos ingleses e transparência para os investidores das Sociedades Anônimas (e outros usuários) nos relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.

4. Queda do nível das principais

faculdades: principalmente as faculdades

italianas, superpovoadas de alunos.

4. Universidades em busca de qualidade:

grandes quantias para as pesquisas no campo

contábil, o professor em dedicação exclusiva, o aluno em período integral valorizaram o ensino nos Estados Unidos.

Bibliografia

Contabilidade: Um Estudo Histórico sobre a Evolução desta Ciência. 2007. Disponível em: <http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesDestaques.jsp&cod=15918>. Acesso em: 24 setembros 2011.

LOPES, André Charone Tavares. Da Ragioneria À Contabilidade: Um Tributo À Escola Italiana. 2008. Disponível em: <http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/da-ragioneria-a-contabilidade-um-tributo-a-escola-italiana-666002.html>. Acesso em: 24 setembros 2011.

FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.cap. 2, p. 17-23.

PAULO SHMIDT JOSÉ LUIZ DOS SANTOS, História do Pensamento Contábil, Editora: Atlas – vol. 08

LUIZ JOSÉ, Escolas de Contabilidade - Norte Americana. 2009. Disponível em: <http://teoriascontabeis.blogspot.com/2009/09/escolas-de-contabilidade-norte.html>. Acesso em: 24 de setembro 2011.

FONTE: IUDICÍBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999, p. 36.tras evoluções foram observadas nessa época?

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