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Leta Escarata

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Por:   •  4/8/2013  •  894 Palavras (4 Páginas)  •  237 Visualizações

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Correndo os anos de 1860 da criação do Mundo, 3800 antes do presente de

1664 em que isto escrevemos, depois que a confusão das línguas na torre de Babel

dividiu seus fabricantes em diversas partes da terra, castigo tão merecido a sua

soberba como necessário à propagação do gênero humano e à o mesma grandeza

que aspiravam, Belo, filho do gigante Nembrot (posto que não faltam graves autores

que fazem destes dois nomes o mesmo homem), reduzindo a sujeição e obediência

política a liberdade natural com que todos até aquele tempo nasciam, foi o primeiro

que ensinou ao Mundo e introduziu nele a tirania, a que depois com nome menos

odioso chamaram Império. Tantos anos tardou a ambição em romper o respeito

àquela lei com que nos fez iguais a todas a natureza.

2www.nead.unama.br

Foi este império de Belo o dos Assírios ou Babilônios; durou, segundo Justiço,

perto de mil e trezentos anos; teve, entrando neste número Semearmos, 37

imperadores, de que foi o último Sardanapalo.

Ao império dos Assírios sucedeu o dos Persas pelos anos da criação 3444.

Começou em Ciro, acabou em Dario; contou por todos catorze imperadores. Não

durou, conforme Eusébio, mais que duzentos e trinta anos.

O terceiro Império, que foi o dos Gregos, ainda durou menos, se o

considerarmos como monarquia. Alexandre o começou e acabou em Alexandre,

para que vejam e conheçam as coroas quanto é grande a sua mortalidade, pois

pode ser mais breve a vida de um império que a de ,um, homem. Começou este

Império dos Gregos depois pelos anos do Mundo 3672, conservou-se unido somente

oito, e, antes deles acabados, se dividiu em três reinos: o da Ásia, o da Macedônia,

o do Egito; e este (que foi o que mais permaneceu) continuou com desigual fortuna

trezentos anos, até que, governado e não defendido pela celebrada Cleópatra, o

ajuntou Marco Antônio à grandeza romana.

Havia já neste tempo setecentos anos que Rômulo levantara junto ao rio Tibre

aquelas primeiras choupanas que depois se chamaram Roma, cujo Império

começou com este nome em Júlio César, trinta anos antes do nascimento de Cristo.

Durou, pois, o Império Romano com toda a inteireza de sua monarquia 400 anos,

com sucessão de 35 imperadores até o grande Constantino, o qual, fundando nova

corte em Constantinopla, dividiu o Império, para melhor governo, em Império Oriental

e Ocidental, e desde este tempo começaram as águias romanas a aparecer

coroadas com duas cabeças. Sustentou-se o Império Oriental por espaço de quatro

mil anos, em que contou oitenta e quatro imperadores, de que foi o último outro

Constantino de muito diferente fortuna, porque, sendo sitiado e vencido por

Maomete II, dentro em Constantinopla ,perdeu a vida e a cidade e sepultou consigo

todo o Império. O do Ocidente, depois daquela divisão, experimentou nela grandes

variedades, porque, sendo governado alguns anos por imperador com igual jurdição

e majestade, se passou o governo a exaras, que eram ministros e como lugar-

tenentes dos imperadores orientais, até que, em tempo o Papa Lúcio TII, eleito

Carlos Magno em imperador do Ocidente, ficando Roma como cabeça da Igreja, ao

Pontífice passou o assento do Império - a Alemanha.

Sucedeu esta mudança pelos anos de Cristo de 810, nos quais o Império,

diminuindo sempre em grandeza e majestade, tem contado noventa imperadores até

Fernando III, que hoje reina, e com grande valor e zelo da Cristandade está

resistindo-se (queira o Céu que seja com melhor ventura!) a

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