Leucotomia
Projeto de pesquisa: Leucotomia. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: inesgois18 • 6/6/2014 • Projeto de pesquisa • 2.608 Palavras (11 Páginas) • 340 Visualizações
Resumo
Operação cirúrgica, hoje em desuso, que consiste no seccionamento das fibras nervosas da região pré-frontal dos núcleos medianos do tálamo, dos quais deriva o componente afectivo. A leucotomia deve-se ao psiquiatra português Egas Moniz.
Palavras-chave: Operçao cirurgica; fibras nervosas; componente afetivo.
Introdução
O nosso trabalha visa mostrar a origem da Leucotomia, os médicos evolvidos e mais relevantes, nomeadamente Ega Moniz, que principal contribuiu para a leucotomia pré-frontal. Procuramos saber o seu desenvolvimento e principais problemas que causou e porque razão. Visto ser uma prática muito criticada analisamos um porquê de ter deixado oficialmente de ser praticada.
Palavras-chave: Origem da leucotomia; medicos envolvidos; leucotomia pré-frontal; desenvolvimento; problemas.
Origem da leucotomia
A ideia de operar cérebros sempre fez parte da intuição médica de curar desde há milhares de anos. Trepanações cirúrgicas eram já praticadas há mais de quatro milénios, quer na Europa quer no Norte de África, para tratamento de várias infeções. Na Idade Média, por exemplo, os curandeiros fizeram diversas tentativas de operar o cérebro na ânsia de procurar a mítica «pedra da loucura». Já no princípio do século XX, o neurologista Vladimir Bechterew (1857-1927) defendeu a ideia de que a cirurgia podia desempenhar um papel de relevo no tratamento de certas doenças. As origens da moderna psicocirurgia podem ser achadas nas últimas décadas do século XIX, quando a ciência estava começando a entender como o comportamento e a mente humana podia ser mapeada nas estruturas anatómicas do cérebro. Um cientista alemão chamado Friederich Golz fez experimentos de ablação cirúrgica do neocórtex em cães, e relatou em 1890 que, quando os lobos temporais eram removidos, os animais ficavam mais dóceis do que os não operados.
“I have mentioned that dogs with a large lesion in the anterior part of the brain generally show a change in character in the sense that they become excited and quite apt to become irate. Dogs with large lesions of the occipital lobe on the other hand become sweet and harmless, even when they were quite nasty before.”
Essas descobertas inspiraram Gottlieb Burkhardt, um médico e diretor de um asilo mental na Suiça, a operar em 1892 seis de seus pacientes esquizofrênicos, que tinham alucinações e ficavam muito agitados em conseqüência. Alguns dos pacientes realmente ficaram mais calmos, mas não seria possível dizer se isso foi resultado da operação (dois deles morreram). Burkhardt sofreu forte oposição e críticas de seus contemporâneos, por isso psicocirurgias desse tipo foram raramente realizadas nos 40 anos seguintes. A situação começou a mudar quando na década dos 30s, vários laboratórios experimentais nos Estados Unidos fizeram várias descobertas impressionantes sobre o papel dos lobos frontais e temporais do cérebro no controle do comportamento emocional e agressividade. Na Universidade de Yale, em 1935, um cientista chamado Carlyle Jacobsen fez observações sobre o comportamento de chimpanzés após a destruição do córtex frontal e pré-frontal por meio de uma leucotomia. Um dos animais, que ficava muito agressivo em certas situações, ficou calmo e fácil de manejar depois da operação; sem que isso aparentemente causasse alterações em outras esferas mentais, como na memória e na inteligência.
Palavras-chave: Friederich Golz; Vladimir Bechterew; moderna psicocirurgia; Trepanações cirúrgicas.
John Fulton
Ele é um dos neurologistas experimentais de Yale, o Dr. John Fulton também comprovou o efeito da remoção completa dos lobos frontais em dois chimpanzés, com os quais posteriormente não conseguia induzir mais um tipo de neurose experimental.
Em virtude disso, Fulton se tornaria um dos pilares científicos dos defensores da leucotomia nos Estados Unidos. Tendo ouvido esses fatos relatados por Fulton em um congresso internacional em Londres, um neuropsiquiatra português, o Dr. António Egas Moniz, professor de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, teve a idéia de realizar uma operação semelhante de modo a aliviar os sintomas mentais severos em pacientes com psicoses intratáveis. “Professor Moniz attended that conference and he said ‘Those are just like my patients, I think that might be done in man’. So, he went back to Lisbon and with the aid of his surgical associate, Almeida Lima, performed a series of twenty leucotomies.”
Palavras-chave: lobos frontais; chimpanzés: neurose experimental; Dr. António Egas Moniz; psicoses intratáveis.
António Egas Moniz
Egas Moniz sabia que certas psicoses, tais como a síndrome paranóide e as desordens obssessivo-compulsivas, envolvem pensamentos repetitivos, que dominam todos os processos psicológicos. Baseado nos resultados de Fulton, ele raciocinou que se cortasse as fibras nervosas que unem o córtex frontal e pré-frontal ao tálamo (uma estrutura localizada no meio do cérebro, e responsável por transmitir as informações sensoriais para o neocórtex. Este modo, ele achava que poderia ocorrer uma interrupção nos pensamentos repetitivos, permitindo que o paciente psicótico levasse uma vida mais normal.
Moniz, trabalhando com um colega neurocirurgião, Dr. Almeida Lima, desenvolveu então uma abordagem cirúrgica que ele denominou de leucotomia ("corte da substância branca"). Ele abria uma série de orifícios no crânio, por onde passava um instrumento chamado leucótomo de fio, Realizando movimentos de lateralidade, ele cortava as fibras, e o paciente podia se recuperar rapidamente. Moniz relatou os resultados com alguns poucos pacientes. Pacientes que eram gravemente agitados, ansiosos ou deprimidos tinham mostrado bons resultados em alguns casos, enquanto que em outros não se obtivera sucesso. Moniz foi cauteloso em propor que a leucotomia deveria ser utilizada somente quando o caso não tivesse mais nenhuma esperança de tratamento por outros meios.
Depois que Egas Moniz e seus colegas relataram seus resultados ao mundo (simultaneamente em seis países), em 1936; vários centros começaram a tentar a nova cirurgia.
Palavras-chave: psicoses; síndrome paranoide; obssessivo-compulsivas; Fulton; neocórtex; paciente psicótico; Dr. Almeida Lima; Egas Moniz;
Procedimento da Leucotomia
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