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Mediunidade de animais

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Por:   •  22/11/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.957 Palavras (8 Páginas)  •  243 Visualizações

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Este cãozinho da raça Lhasa Apso, muito carinhoso, enternece os seus donos, geme e não se alimenta convenientemente com a ausência de 48 horas de um dos familiares a quem ele está mais ligado afetivamente; há casos, na literatura especializada, até de morte por inanição provocada pela saudade dos donos, o que demonstra que o instinto (alimentar) não é tão cego como se supunha, e KARDEC já afirmava isso em 1867.

Em artigo anterior desta nossa Coluna de A JORNADA questionamos a existência real das chamadas "colônias espirituais" e inúmeras vezes temos opinado contra o roustainguismo em nossa Coluna SAÚDE MENTAL do jornal espírita (Órgão da FEESP)... Para admitirmos que uma comunicação mediúnica seja real é preciso que seja sancionada pela crivo da razão e pelo critério da concordância universal dos ensinos dos Espíritos – não nos cansamos de repeti-lo, desta metodologia doutrinária não abrimos mão...

Pois bem, estudaremos aqui a difícil questão da mediunidade de animais e veremos como ALLAN KARDEC – o Codificador da Doutrina dos Espíritos – usou um método rigoroso em relação a esse tema; pois, um Espírito (ERASTO), cuja superioridade foi demonstrada inúmeras vezes, trouxe uma série de contribuições importantes sobre o assunto, no entanto, KARDEC preferiu esperar que a "psicologia experimental", no futuro, confirmasse ou não as suas assertivas, como veremos...

Médiuns e mediunidade.

Os médiuns são, como sabemos, os intermediários entre os Espíritos e os homens (cf. O Livro dos Espíritos. ALLAN KARDEC. Introdução, item IV, início do último parágrafo), isto é, são pessoas aptas a sentirem a influência dos Espíritos e a transmitirem os pensamentos destes (cf. Obras Póstumas de ALLAN KARDEC, FEB, Rio de Janeiro, 13 ed., p. 57).

Enfim, para afirmar-se a ocorrência da mediunidade é preciso que haja captação da mensagem de um Espírito e que ela seja transmitida (ou retransmitida) aos homens. Então, as perguntas que se impõem em nossa tema são:

1)- seriam os animais capazes de captar a mensagem de um Espírito ?

2)- seriam os animais capazes de retransmitir o pensamento dos Espíritos?...

Para que possamos afirmar que haja mediunidade de animais é preciso que respondamos sim a ambas as perguntas acima.

Captação (telepática) por um animal de mensagens de um Espírito.

Rigorosas pesquisas científicas, com a catalogação de inúmeros fatos, provam que inúmeros animais (pássaros, gatos, cavalos, cães, etc.) são capazes de captar a presença de um Espírito. Assim, em longa dissertação intitulada Os animais Médiuns, disse o Espírito ERASTO, em 1861, através da mediunidade do Sr. d 'AMBEL:

"(...) Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais, muitas vezes tomados de súbito por esse pavor, que vos parece infundado e é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para com os indivíduos presentes ou para os donos desses animais." (Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos. Direção de ALLAN KARDEC. Ano IV, n.º 8, agosto/1861, EDICEL, São Paulo, p. 264 e O Livro dos Médiuns de ALLAN KARDEC. Cap. XXII, FEB, Rio de Janeiro, 30 ed., 1972, p. 294 – 295).

Posteriormente, através de estudos de Metapsíquica foram reunidos grande número de fatos, provando a percepção de Espíritos por animais; assim, uma longa casuística é apresentada pelo ilustre pesquisador italiano ERNESTO BOZZANO (Os animais têm alma ? – Edit. Eco, Rio de Janeiro) e alguns casos pelo célebre astrônomo e pesquisador CAMILLE FLAMMARION (O Desconhecido e os Problemas Psíquicos. Vol. I. Edit. FEB, rio de Janeiro, 3 ed., 1979, p. 99, 109, 157 e 194).

Ora, para que os animais captem a presença de Espíritos (e isto é um fato) é necessário que eles possuam um perispírito e, conseqüentemente, uma alma. Haveria um psiquismo animal ? Tal psiquismo teria diferenciação para retransmitir o pensamento que percebem ?...

Inteligência – Inteligência humana e animal.

A melhor definição de inteligência foi dada pelo psicólogo W. STERN na segunda década do século XX, disse ele: "Inteligência é a capacidade de se adaptar a situações novas mediante o consciente emprego de meios ideativos". Neste sentido, várias pesquisas demonstraram a inteligência em animais, embora rudimentar e isto já fôra anunciado pelo espíritos à época de KARDEC.

Uma das mais importantes pesquisas científicas neste setor foi realizada por W. KÖEHLER, um dos fundamentadores da Psicologia da Gestalt (GestaltPsychologie)...

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W. KÖEHLER publicou o livro A Inteligência dos Símios Superiores, em 1917, no qual relata sua experiência em chimpanzés que aqui resumimos: os chimpanzés foram colocados, com fome, numa área em que se deixava pender cachos de banana, inalcançáveis para a estatura deles. Foram colocados no chão, espalhados, alguns caixotes e varas. Depois de algum tempo, mais ou menos longo, para cada experiência, após várias tentativas de insucesso, conseguiram os chimpanzés terem "idéias", isto é, vislumbravam a solução do novo problema a eles apresentado, empilhando caixotes para alcançarem as bananas e/ou utilizando as varas para derrubarem as bananas... Enfim, provou o pesquisador que houve ali atos inteligentes dos chimpanzés, no entanto, simplesmente para atender suas necessidades materiais, imediatas, sem abstração e generalização. A esse respeito, ensinava o nosso mestre da Psiquiatria brasileira NOBRE DE MELO:

"(...) Eis aí por que se pode dizer, sem exagero, que a vida psíquica do Homem é sempre e em tudo diferente da do animal. Este, incapaz de abstrair, terá limitada a sua inteligência aos imperativos das necessidades vitais imediatas. Por isso, seu raciocínio jamais poderá passar daquela inferência concreta e prática entre fatos particulares."(A. L. NOBRE DE MELO. Psiquiatria. Vol. I. Civilização Brasileira / MEC, Rio de Janeiro, 1979, p. 282 – 283).

Enfim, o psiquismo animal existe, mas de forma rudimentar; o animal é incapaz de evoluir por si mesmo, nem através da ajuda dos de sua espécie, embora sejam capazes de atos que nos tocam o coração, porém, instintivos. São exemplos disso os casos relatados no prefácio à edição brasileira do livro de BOZZANO (op. cit.) por FRANCISCO

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