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Meu Vizinho é Um Psicopata

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Por:   •  22/3/2015  •  1.610 Palavras (7 Páginas)  •  476 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO: MEU VIZINHO É UM PSICOPATA

AUTOR: Martha Stout; tradução de Regina Lyra. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.

DOCENTE: FÁTIMA ROCHA

Paulo Roberto Misquevis - 2013-08.20645-3

Já em sua capa é publicada uma menção feita ao livro pela Newsweek que dá o tom do livro: "Uma em cada 25 pessoas é um psicopata - sem consciência, sem culpa. Pode ser seu chefe cruel ou o ex-marido louco. Este é um excelente guia para reconhece-los."

O problema é que ao terminar a leitura o leitor pode ser levado a achar que todos à sua volta é um psicopata e, o pior, os especialistas atuais tem dificuldade em identifica-los e ainda não se sabe como trata-los.

Na introdução a autora faz um exercício de imaginação com o leitor, pedindo para ele imaginar como seria não ter consciência, compra ou remorso independentemente do que fizesse, não se sentindo de forma alguma tolhido com o bem estar de estranhos , amigos ou mesmo parentes. Isto é o que acontece com um psicopata que, completa a autora, não hesitará em manipular as contas e esconder as provas, apunhalar pelas costas funcionários e clientes (ou eleitores), casar por dinheiros, cotar premeditadamente mentiras destrutivas, tentar acabar com colegas poderosos ou influentes e passar como um trator por cima de grupos de pessoas mais fracas.

Esta imaginada pessoas sem consciência, não importa a ocupação, manipula e intimida os subordinados de maneira mais frequente e ultrajante possível sem que corra o risco de ser demitido ou responsabilizado. Faz isso sem nenhum propósito, exceto seu próprio prazer. Deixar os outros tremendo significa ser poderoso - pelo menos na opinião dele - e intimidar o enche de adrenalina. É divertido. Se resolver matar, só enfrentará dificuldades externas. Nada dentro dele vai protestar.

A autora sugere um novo exercício de imaginação, que o leitor imagine não se interessar por poder. Ao contrário, ser o tipo de pessoa que realmente não deseja muita coisa. Ter a única ambição de não precisar se esforçar para viver. Não trabalhar como todo mundo. Sem consciência, poderia dormir, se dedicar a seus hobbies, assistir à televisão, etc. e não se sentiria culpado por isto. Apesar da vida que leva, você nunca se sentiria culpado, irresponsável, negligente, nem mesmo envergonhado, embora, para manter as aparências, à vezes finja que sim.

A estas duas características de pessoas imaginadas acima, com pouca ou ausência total de consciência, que os profissionais especialistas em saúde mental se referem como "Transtorno de Personalidade Antissocial", uma incorrigível deformação do caráter que hoje se acredita estar presente em 4% da população - ou seja, uma em cada 25 pessoas. Esta deficiência também tem outros nomes, sendo os mais comuns "sociopatia" ou "psicopatia", que é o termo mais popular.

A autora cita que o Manual diagnóstico e estatístico dos distúrbios mentais cita que o "Transtorno da Personalidade Antissocial" deve ser cogitado quando um individuo apresentar, no mínimo três das seguintes características:

1- incapacidade de adequação às normas sociais;

2- falta de sinceridade e tendência à manipulação;

3- impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;

4- irritabilidade, agressividade;

5- permanente negligencia com a própria segurança e a dos outros;

6- irresponsabilidade persistente;

7- ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa.

Para complicar um pouco mais o trabalho de identificar os sociopata, é citado que um dos traços mais frequentemente observados é um desembaraço e um charme superficial que torna o verdadeiro sociopata sedutor para outras pessoas, figurativa ou literalmente - uma espécie de brilho ou carisma que, a principio, pode faze-lo parecer mais encantador ou interessante que a maioria dos indivíduos normais. Ele é mais espontâneo, mais envolvente, de alguma forma mais complexo, sexy ou divertido do que qualquer outra pessoas.

Chama a atenção também a afirmação de que ha entre nós mais sociopatas do que pessoas que sofrem de anorexia, quatro vezes mais do que esquizofrênicos e 100 vezes mais do que vítimas de câncer de colón, o que leva a autora a se convencer da necessidade de abordar os fatos relacionados à sociopatia de forma aberta e direta o mais urgente.

O sociopata, que não possui consciência, sabe distinguir entre o bem e o mal o problema é que isto não limita seu comportamento. A diferença entre certo e errado não soa um alarme emocional nem desperta o medo de Deus como acontece com o restante da população.

A autora destaca um ponto interessante, de que a sociopatia é o único transtorno que não faz mal ao doente, não lhe causando desconforto subjetivo algum. Reforçando que os sociopatas em geral estão satisfeitos com eles mesmo e com a vida que levam. E talvez por isso não exista "tratamento" eficaz. Eles só procuram terapia por ordem judicial ou quando isso pode lhes trazer algum lucro.

O objetivo da autora em escrever o livro é buscar criar um mundo melhor e para isto tenta levar os leitores a entender a natureza daqueles que agem sistematicamente contra o bem comum, os sociopatas, e sem qualquer punição emocional. Ressalta que apenas tentando conhecer a natureza da desumanidade poderemos descobrir as muitas formas de vence-la, e somente reconhecendo a existência das trevas poderemos garantir a legitimidade da luz.

Um ponto importante é que a autora cita que para complicar ainda mais, em geral somos incapazes de identificar, no dia a dia, quem tem consciência e quem não tem.

Quando falta consciência e envolvimento emocional a vida se limita a uma competição e as outras pessoas não passam de peças de um tabuleiro, a serem movidas, usadas como escudos e derrubadas.

A autora também ressalta que os sociopatas também cometem crimes brutais, mas este não seria o resultado típico da falta de consciência. O que instiga é o jogo e o premio pode varia do domínio do mundo a um almoço grátis, mas o jogo é sempre o mesmo - controlar, confundir os semelhantes, "vencer".

Nos é apresentado também o psicopata ganancioso que acha que foi traído pela vida, que não foi generosa com ele como com os demais, e por isso é preciso empatar o placar existencial roubando os outros,

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