Mudanças na ortografia teórica
Seminário: Mudanças na ortografia teórica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Michelynha • 15/6/2014 • Seminário • 2.253 Palavras (10 Páginas) • 199 Visualizações
NOVO ACORDO
ORTOGRÁFICO
por Carlos Alberto Faraco
distribuição gratuita
Artigos publicados na coluna do autor no site da rádio CBN-Curitiba (www.cbncuritiba.com.br)
a editora de quem ama as letras
www.parabolaeditorial.com.br
Em tese, as mudanças ortográficas
previstas no Acordo assinado
pelos países lusófonos
em 1990 começam, finalmente,
a vigorar.
1. ENTENDA O CASO:
A língua portuguesa tem dois
sistemas ortográficos: o português
(adotado também pelos
países africanos e pelo
Timor) e o brasileiro.
Essa duplicidade decorre do
fracasso do Acordo unificador
assinado em 1945: Portugal
adotou, mas o Brasil voltou ao
Acordo de 1943.
As diferenças não são substanciais
e não impedem a compreensão
dos textos escritos
numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se
que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional
da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm
de ser duplicados), além de aumentar os custos editoriais,
na medida em que o mesmo livro, para circular
em todos os territórios da lusofonia, precisa normalmente
ter duas impressões diferentes. O Dicionário
Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões ortográficas
para poder circular também em Portugal e
nos outros países lusófonos. Podemos facilmente imaginar
quanto custou essa “brincadeira”.
Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço
de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico
assinado em Lisboa em 1990 por todos os países
lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1o de janeiro
de 1994 para a entrada em vigor da ortografia
unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos parlamentos
de todos os países.
Contudo, por várias razões, o processo de ratificação não
se deu conforme o esperado (só o Brasil e Cabo Verde o
realizaram) e o Acordo não pôde entrar em vigor.
Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reunião
conjunta em 2004, concordaram que bastaria a
manifestação ratificadora de três dos oito países para
que o Acordo passasse a vigorar.
Em novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o
Acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando
e deveríamos colocá-lo em uso.
No entanto, estamos ainda
em compasso de espera. Há
um certo temor de que sem
um consenso efetivo o Acordo
acabe se frustrando. O secretário-
executivo da CPLP –
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa esteve no
Brasil em março passado
buscando apoio para obter,
sem mais delongas, a ratificação
do Acordo pelos demais
cinco países.
Talvez por isso o governo brasileiro
não tenha ainda tomado
qualquer medida para
implementar as mudanças ortográficas,
embora o Brasil tenha
sido desde o início o maior
defensor da unificação.
2. AS MUDANÇAS
As mudanças, para nós brasileiros, são poucas. Alcançam
a acentuação de algumas palavras e operam algumas
simplificações nas regras de uso do hífen.
2.1. Acentuação
A) FICA ABOLIDO O TREMA:
palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro passam
a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro;
B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DO PRIMEIRO ‘O’ EM
PALAVRAS TERMINADAS EM ‘OO’:
palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser
grafadas voo, enjoo, abençoo;
C) DESAPARECE OACENTO CIRCUNFLEXO DAS FORMAS VERBAIS DA
TERCEIRA PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM:
palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a
ser grafadas leem, deem, creem, veem;
D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI
DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS:
palavras como idéia, assembléia, heróico, paranóico
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