Neurobiologia das Emoções
Por: Marcelo Marinho • 29/11/2015 • Trabalho acadêmico • 841 Palavras (4 Páginas) • 1.041 Visualizações
Neurobiologia das Emoções[1]
Marcelo Pedro Marinho[2]
Sempre houve a preocupação com a temática das emoções, com o avanço das pesquisas em neurofisiologia e em neuroimagem, amplia-se o interesse pelo estudo das ligações entre as bases neurais e as emoções, onde, o sistema límbico (SL) ocupa lugar de destaque nas pesquisas afins.
A proposta deste trabalho é analisar a integração dos processos emocionais, os cognitivos e os homeostáticos. A neurociência tem buscado, e se aproximado, cada vez mais de explicações/interpretações das emoções sem, contudo, definir o que é emoção[3].
O estudo da compreensão dos processos mentais avança no século XX, e novas teorias neurológicas das emoções. A tese inicial era de que os sistemas fisiológicos eram os responsáveis pela manifestação subsequente das emoções e do comportamento.
Hoje, já se sabe que o sistema límbico (hipotálamo, hipocampo, amígdala, giro do cíngulo, giro para-hipocampal, tálamo, cerebelo, corpo mamilar, área pré-frontal e septo) [4] é o responsável pelas relações neurais básicas das emoções.
As emoções mais primitivas: 1º. Recompensa (prazer, satisfação) relaciona-se com o feixe prosencefálico medial com conexões na área do septo, a amígdala, tálamo e os gânglios de base. 2º. Punição com a região cinzenta central (Sylvius) no mesencéfalo, hipotálamo e tálamo, com algumas ligações a amigdala e ao hipocampo.
Os estímulos relacionados à recompensa apresentam estreita relação com a dopamina, por exemplo, a alegria apresenta uma rica intervenção de neurônios dopaminérgicos e envolve as áreas dos gânglios, o estriado ventral e o putâmen.
As sensações de medo e de raiva relacionam-se com a amígdala e o hipotálamo, sendo que a amígdala tem ligações essenciais com o córtex cerebral. A via amigdalofugal ventral estabelece relação com o hipotálamo possibilitando o desencadeamento do medo, liberando hormônios das glândulas hipófise e supra-renal nesta fase. Segundo pesquisas a amígdala também esta envolvida no processo de reconhecimento de expressões faciais alegres.
O hipotálamo tem estreita relação com os sentimentos de raiva – comportamentos agressivos e/ou violentos –, que em animais podem ser classificadas como: agressão predatória e agressão afetiva, a primeira focando em suprir a necessidade de alimentação e a segunda, o desencadeamento de comportamentos para a perpetuação da espécie. Estudos indicam que a amígdala direita e sulcos temporais respondem a estímulos de raiva.
A raiva apresenta uma característica de modulação no núcleo acumbens com intermediação dos sistemas dopaminérgicos e glutamatérgico.
O sistema nervoso autônomo (SNA) é o principal responsável pelas ações de luta e/ou fuga, com ligações predominantes via nervo vago. Quando a pessoa percebe a ameaça, amígdala desencadeia estímulos na região lateral da substancia cinzenta periaquedutal, que estimula o trato piramidal tendo como respostas: luta e/ou fuga.
A ativação de sentimentos de tristeza ou depressão esta ligada a áreas centrais como: os giros occipitais inferiores e medial, giro fusiforme, giro lingual, giros temporais póstero-medial e superior e a amígdala posterior, com possíveis participações do córtex pré-frontal dorso medial. Em pessoas com depressão observou-se hipometabolismo ou hiperfusão no córtex cingulado subcaloso.
O mecanismo que produz os estímulos das emoções e da razão esta ligado ao eixo do córtex visual occipital que permite a sensibilização da amígdala, que tem importante relação com córtex orbito frontal (COF) e o córtex pré-frontal ventromedial (CPFVM) através da recepção de aferências da amígdala. Processos executivos são elaborados no lobo frontal, neste contexto o córtex pré-frontal promove as associações de aspecto cognitivo ao emocional, assumindo o procedimento da avaliação e/ou interpretação cognitiva das emoções.
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