O AMOR COMO MEIO, NÃO COMO FIM
Seminário: O AMOR COMO MEIO, NÃO COMO FIM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: abelleandro • 30/8/2013 • Seminário • 679 Palavras (3 Páginas) • 520 Visualizações
O AMOR COMO MEIO, NÃO COMO FIM
Há algo errado na forma como temos vivido nossas relações amorosas. Isso é fácil de ser constatado, pois temos
sofrido muito por amor. Se o que anda bem tem que nos fazer felizes, o sofrimento só pode significar que estamos numa rota
equivocada.
Vamos nos deter em apenas uma das idéias que governam nossa visão do amor. Imaginamos sempre que um bom
vínculo afetivo significa o fim de todos os nossos problemas. Nosso ideal romântico é assim: duas pessoas se encontram uma
com a outra, compõem um forte elo, de grande dependência, sentem-se preenchidas e completas e sonham em largar tudo o que
fazem para se refugiar em algum oásis e viver inteiramente uma para a outra, usufruindo o aconchego de ter achado sua
“metade da laranja”. Nada parece lhes faltar. Tudo o que antes valorizavam – dinheiro, aparência física, trabalho, posição
social, etc. – parece não ter a menor importância. Tudo o que não diz respeito ao amor se transforma em banalidade, algo
supérfluo que agora pode ser descartado sem o menor problema.
Sabemos que quem quis levar essas fantasias para a vida prática se deu mal. Com o passar do tempo, percebe-se que
uma vida reclusa, sem novos estímulos, somente voltada para a relação amorosa, muito depressa se torna tediosa e
desinteressante. Podemos sonhar com o paraíso perdido ou com a volta ao útero, mas não podemos fugir ao fato de que
estamos habituados a viver com certos riscos, certos desafios. Sabemos que eles nos deixam alertas e intrigados; que nos fazem
muito bem.
Os doentes acham que a saúde é tudo. Os pobres imaginam que o dinheiro lhes traria toda a felicidade sonhada. Os
carentes – isto é, todos nós – acham que o amor é a mágica que dá significado à vida. O que nos falta aparece sempre
idealizado, como o elixir da longa vida e da eterna felicidade.
Se é verdade, então, que o amor nos enche de alegria e coragem – e isso ninguém contesta – por que não direcionar
essa nova energia para ativar ainda mais os projetos nos quais estamos empenhados? Quando amamos e nos sentimos amados
por alguém que admiramos e valorizamos, nossa auto-estima cresce, nos sentimos dignos e fortes. Tornamo-nos ousados e
capazes de tentar coisas novas, tanto em relação ao mundo exterior como na compreensão da nossa subjetividade. Em vez de
ser um fim em si mesmo, o amor deveria funcionar como um meio para o aprimoramento individual, nos curando das
frustrações do passado e nos impulsionando para o futuro. Casais que conseguem vivê-lo dessa maneira crescem e evoluem, e
sob essa condição seu amor se renova e se revitaliza.
(GIKOVATE, Flávio. Cláudia. São Paulo: Abril, agosto 1989. Condensado)
01) “Com o passar do tempo, percebe-se que uma vida reclusa, sem novos estímulos...” A palavra
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