O Abrigo AbrigaÇ Discutindo Os Impactos Pscicossocias Do Abrigamento

O presente trabalho propõe discutir os impactos psicossociais ocasionados pela vivência de abrigamento em criança e adolescentes. Nesse contexto, por meio de uma revisão de literatura, este trabalho busca elucidar a trajetória histórica do fenômeno da institucionalização de crianças e adolescentes em situação de abandono no Brasil. A partir dessa perspectiva o texto focaliza algumas das principais representações atribuídas à infância em situação de vulnerabilidade social e demarca o viés higienista presente nas práticas adotadas em cada período histórico e político, desde a epóca colonial até a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Além de problematizar os paradoxos e as divergências que marcam a relação entre a proteção à criança e ao adolescente e o risco no contexto de abrigamento, o trabalho propõe uma reflexão crítica acerca da aplicação indiscriminada da medida de abrigo, enfatizando o caráter provisório, preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da medida de proteção. Sob tal perspectiva, o texto aborda como o descumprimento do princípio da excepcionalidade e da provisoriedade da medida de abrigamento podem representar fatores intensificadores dos impactos psicossociais ocasionados pela vivência de abrigamento. Diante dessa problemática, e pensando na urgência das crianças e dos adolescentes abrigados, o presente trabalho aponta para a importância de lhes dar voz e visibilidade, para que ocorra um trabalho de efetiva integração social que vise à ressignificação das histórias de vida de cada qual, bem como à promoção da autonomia de tais sujeitos, ainda que de maneira provisória e excepcional.

Palavras - chaves: Abrigo. Impactos psicossociais. Proteção. Risco.

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