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O Ponto de Mutação

Por:   •  28/11/2022  •  Resenha  •  1.423 Palavras (6 Páginas)  •  128 Visualizações

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Filme - “O Ponto de Mutação”

Diretor: Bernt Amadeus Capra  Roteiro de: Fritjof Capra

Ano: 1990

2º Semestre AM/2022

Aluna(s): Débora Aparecida da Silva                                           RA: 8133548

         Thais Juliani da Silva  Pancioni                     RA: 8126694

                 

Disciplina: FILOSOFIA

Professora: Carla Cristina Garcia

São Caetano do Sul

Novembro/2022

O PONTO DE MUTAÇÃO

 

Para começar o significado de ponto de mutação quer dizer estar atrás de encontrar algo novo, de romper as coisas velhas e ir a busca de novos ideais, acima de tudo romper com velhos paradigmas, mas a teoria do ponto de mutação apresentada por Fritjof Capra é a de que uma  sociedade quando ela está em processo, ela tem uma curva ascendente e ao mesmo tempo ela tem uma curva descendente e quando há interação desses dois pontos do mais alto e do mais baixo, é aí onde se entra no ponto de mutação, que é onde a sociedade começa a se transformar para uma outra coisa. O mundo contemporâneo, aparentemente está em retrocesso, está em decadência, é a curva descendente que se aproxima da curva ascendente e se aproxima também do ponto de mutação, então, essa decadência atual é na verdade a aproximação, é a reta final da transformação do planeta.

Uma das maiores preocupações do filme é a questão ambiental e o desenvolvimento econômico, e esta abordagem é feita através do diálogo entre três personagens principais com pensamentos diferentes: O político, o poeta e a cientista.

A trajetória dos personagens passa-se em um dia, onde é invocado pensamentos defendidos por Descartes, Einstein, Newton além, de abordar assuntos da área da ecologia, política, física quântica, poesia, dentre outras. O enredo do filme é um contraponto ao pensamento mecanicista, apresentando o pensamento sistêmico, que tem como principal fundamento as interrelações entre todas as possíveis variáveis em determinado contexto ou objeto, ou seja, é a partir de uma visão holística e expansionista que é idealizado o conhecimento, podendo assim chegar a conclusões mais abrangentes e eficientes, e não somente focada em algum determinado fragmento, como propõe o pensamento mecanicista.

Jack Edwards ( o político) nos apresenta uma visão política e pragmática, o personagem é um senador e ex-candidato a presidência da república, ele se sente desmotivado com a política, argumentando não ter discurso próprio, tendo que repetir os discursos que seus assessores escrevem ou dizer o que as pessoas querem ouvir,   tendo que permanecer muitas vezes de braços atados diante de algumas situações de jogo de interesse. Ele acredita que o pensamento “visão” mecanicista não é de todo ruim, pois de uma certa forma, consegue atender não só aos interesses políticos, mas também as pessoas de verdade, com suas qualidades, desejos e fraquezas. Acredita que poderia apresentar novas propostas baseadas na teoria "sistêmica" apresentada pela cientista, para ele as coisas precisam ser ditas, não acredita que se consiga mudar o mundo, apenas se afastando da responsabilidade de votar, fugindo da realidade. mas a grande questão que ele aponta é: como concretizar essas idéias na política? Pois se ele for contra os interesses do jogo político, haverá outros candidatos que ganharão e não farão absolutamente nada para mudar o mundo.

Thomas Harriman (o poeta) , é um professor de literatura e escritor que se sente na crise de meia idade, sofreu uma grande decepção amorosa, veio para a França para fugir da competitividade das grandes cidades, nos apresenta uma visão romancista, e coloca-se entre os outros dois personagens. Para Thomas, relógio foi a primeira ruptura do homem com a natureza, já que a mesma é analisada e observada como algo mecânico, ele encerra a discussão nos ensinando que não podemos esquecer que a vida é infinitamente mais do que “Teorias” a respeito dela, “Sentir o universo é um trabalho interior”.

Sonia Hoffmann (cientista) especializada em física quântica que nos apresenta a visão científica, ela vive uma crise existencial por ter visto seus projetos sendo utilizados para fins militares, quando na verdade deveria ser implantados na ciência médica, e por isso, decide viver isolada em uma ilha.

Logo que ela entra na conversa ela faz uma dura crítica sobre a maneira cartesiana em que os políticos de modo geral vêem a natureza. Ela afirma que os políticos descrevem a natureza assim como Descartes descrevia como um relógio onde é possível reduzir ao monte de peças onde analisado cada parte é possível entender o todo. Ela crítica dizendo que essa ideia é antiga e ultrapassada e que devemos mudar essa visão de mundo. O mundo tem que ser visto como um todo através das relações existentes entre cada objeto que compõem a natureza e que fazemos parte dessas relações. A cientista afirma que se devem abrir os horizontes para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Não se pode olhar separado os problemas globais tentando entendê-los e resolvê-los separadamente. Devem-se entender as conexões para depois resolver os problemas. Com isso se consegue pensar em um mundo com crescimento sustentável com melhores condições para todos. Para ela, a essência da vida é a auto-organização, “Um sistema vivo se mantém, se renova e se transcende sozinho”. A dinâmica evolutiva básica não é a adaptação, é a criatividade. Somos sistemas, e o planeta também, NÃO evoluímos no planeta, evoluímos como o planeta.

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