O Principal papel do intérprete
Por: Fabielis • 27/10/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.053 Palavras (5 Páginas) • 246 Visualizações
Entrevista realizada com intérprete de libras.
- Qual é o principal papel do intérprete?
O trabalho do intérprete deverá ser somente o de interpretar e não de ministrar aulas de sinais em sala de aula, substituindo o professor em uma escola. Seu papel é o de mediador da aprendizagem e não de agente. O Tils realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa, mas seguindo os preceitos éticos, como por exemplo: confiabilidade, imparcialidade, discrição, distância profissional, fidelidade.
- Na escola, como se dá a relação professor/intérprete, professor/aluno e intérprete/aluno? (Na escola que ela atua)
Relação professor/intérprete: não acontece, por falta de interesse e acomodação dos professores
Relação professor/aluno: não acontece sem a presença de um TILS (Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais)
Relação intérprete/aluno: a melhor possível, há fluência na conversa, esclarecimento de opiniões e entendimento dos assuntos ao que dizem respeito às disciplinas e conteúdos, dados. Há uma relação de grande distância profissional.
- Como o aluno surdo é visto em sala de aula?
É visto como um coitado, principalmente quando não há presença de intérprete em sala de aula. Nesse caso toda a atenção visual do surdo é direcionada ao professor que está falando. Na maioria das vezes a interação com a turma não acontece e o seu aprendizado acaba sendo sacrificado.
- É necessário adaptações ou mudanças?
É necessário mudanças e adaptações para que a inclusão de surdos aconteça, é necessário mais do que a presença do intérprete em sala de aula, precisa da interação de professores e intérpretes para que sua atuação conjunta garanta uma educação que promova desenvolvimento das potencialidades do aluno surdo. A evolução da educação inclusiva acontecerá a partir da colaboração e empenho de todas as faces da sociedade, quando não for apenas um problema de um grupo minoritário em busca de melhorias, mas quando instituições, famílias, profissionais da educação e autoridades representativas se unirem na busca de um conhecimento da língua de sinais.
- Principais dificuldades, desafios encontrados?
O intérprete muitas vezes se encontra com dificuldades em interpretar alguns assuntos aos quais poderiam e deveriam ser passados anteriormente. Algumas vezes os intérpretes não sabem o significado de algumas palavras e se obriga a interromper a explicação do professor, mas isso tudo para poder transmitir o conhecimento na língua correta, fácil e simples que o surdo entenda. O maior desafio dentro do ambiente escolar é ensinar a língua de sinais aos profissionais da educação, que não têm interesse mesmo quando o curso é gratuito, pois o intérprete é um ser humano como qualquer um e também pode faltar quando há necessidade, isto muitas vezes não é compreendido pelos professores.
- Como você define a importância de um profissional saber a língua de sinais?
É de grande importância os profissionais da educação, assim como funcionários e a comunidade em geral saber, pois os surdos estão saindo do comodismo e procurando seus direitos de estudante e querem sim um intérprete, mas como é um profissional difícil de se encontrar, há uma necessidade imensa de os professores conhecerem e saberem a língua pelo menos enquanto não há presença de TILS.
- Se você tiver algo a mais que ache importante ou queira dividir conosco:
O decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 em seu CAPÍTULO II-DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR diz que:
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
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