O teste de Pfister na avaliação de depressão e ansiedade em universitários: evidências preliminares

NOGUEIRA, Tânia. O teste de Pfister na avaliação de depressão e ansiedade em universitários: evidências preliminares. Boletim de Psicologia, 2013, Vol. LXIII, Nº 138: 011-021.

Resenha por Isabella Marques S. Melis

Psicologia 6º semestre – Turma N

Tânia da Glória Nogueira, da Faculdade de Ciências Humanas Sociais e da Saúde (Universidade FUMEC) - MG – Brasil, descreve em seu artigo a análise dos níveis de depressão e de ansiedade em alunos dos períodos iniciais dos cursos de Psicologia, Jornalismo, Direito, Pedagogia e Publicidade de uma instituição superior privada de Belo Horizonte. O artigo se trata da aplicação das Escalas Beck (BAI e BDI) e  do Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister em 20 alunos dos três primeiros períodos dos cursos. As idades variam de 18 a 56 anos.

Primeiramente foi utilizado um questionário com o objetivo de coletar os dados sobre o histórico pessoal e familiar de diagnóstico de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais. Em seguida a Escala Beck de Depressão - BDI, que avalia sintomas e atitudes que descrevem manifestações comportamentais, cognitivas, afetivas e somáticas de depressão. Posteriormente foi utilizado a Escala Beck de Ansiedade - BAI, que avalia a intensidade de sintomas de ansiedade. E por último, o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, que fornece informações sobre características de personalidade que são importantes para a expressão de aspectos afetivo-emocionais e controle dos impulsos. O uso desse teste além de verificar dados referentes a sintomas de depressão e ansiedade teve o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os sujeitos ao analisar as suas características de personalidade.

Foi realizada uma leitura contínua de todos os dados coletados. Foram levantados os escores dos inventários e as respostas ao questionário de cada aluno, depois foi corrigido o protocolo de Pfister e elaborada a análise e síntese dos resultados de cada um. Comparando os resultados obtidos no BAI e no BDI verifica-se que existe maior casos com índices de ansiedade moderado e grave, do que sintomas de depressão. Apesar dos escores do BAI e BDI não destacarem níveis altos de ansiedade ou depressão, o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister revelou que os alunos apresentaram ansiedade difusa constante.

Em suma, os resultados da amostra, dos períodos iniciais de cursos das áreas de Ciências Humanas e Sociais, apontam 40% dos acadêmicos com sintomas de ansiedade. Também foram encontrados indícios de depressão leve e 10% de casos de depressão moderada. Nestes casos a análise do Pfister revela a presença de ansiedade difusa e dificuldade em elaborar os conflitos internos e canalizar suas emoções, o que torna a pessoa vulnerável, tendendo a afastar-se do meio, restringindo o relacionamento.

Este estudo objetivou avaliar, utilizando o Teste de Pfister, os níveis de depressão e ansiedade em alunos dos períodos iniciais dos cursos das áreas de Ciências Humanas e Sociais de uma instituição de ensino superior. No que se refere aos sintomas de depressão e ansiedade, os resultados encontrados, tanto para o Pfister quanto para o BAI e o BDI, apontam um índice de ansiedade maior que o de depressão. Os resultados obtidos pelo Pfister indicam que os alunos mostraram-se imaturos e vulneráveis, revelando insegurança. Este aspecto não é surpreendente, uma vez que a situação do aluno iniciando um curso superior, em um contexto em que a ascensão social não é garantida, traz insegurança e o deixa vulnerável. Tanto a depressão quanto a ansiedade são psicopatologias que, segundo a OMS, têm aumentado em prevalência e estão diminuindo a qualidade de vida da população em todo o mundo.