OS OBJETOS E PROCESSOS TRANSICIONAIS
Por: Rodrigo Bastos • 8/6/2020 • Trabalho acadêmico • 2.644 Palavras (11 Páginas) • 147 Visualizações
SUMÁRIO
1 BIOGRAFIA 3
2 PROCESSOS MATURACIONAIS 4
3 INTEGRAÇÃO E HOLDING 9
4 PERSONALIZAÇÃO E HANDLING 11
5 REALIZAÇÃO E OBJECT PRESENTATION 13
6.CRIATIVIDADE 15
7 OBJETOS E PROCESSOS TRANSICIONAIS 16
8. O BRINCAR 21
9 REFERÊNCIAS 24
1 BIOGRAFIA
Donald Woods Winnicott nasceu em 07 de abril de 1896 em uma família de Plymouth na Inglaterra, sendo o mais novo de três irmãos foi mandando para um internato quando tinha seus 14 anos. Foi pediatra, psicanalista e psiquiatra infantil. Estudou na Biologia e iniciou medicina na Universidade de Cambridge, porém devido a Primeira Grande Guerra Mundial (1914 – 1918) foi levado a servir como estagiário em cirurgia e oficial médico em um navio. Ao retornar, em 1923, foi indicado para dois grandes hospitais onde permaneceu por 40 anos.
Winnicott escreveu para revistas destinadas a um público geral, mas também para jornais de Medicina que tinham como foco os problemas das crianças e adolescentes. Seus escritos foram direcionados a edificação de um amadurecimento pessoal, tento uma dependência ou não, o que compactuaria de uma teoria de saúde até uma provável compreensão dos distúrbios psicológicos.
Como psicanalista, Winnicott se distanciou de Freud, seu pelo fato de estudar os bebês e as mães como uma unidade psíquica e não dois seres distintos. Portanto, não seria possível descrever um bebê sem fazer menção a mãe, pois no início da vida, o único ‘ambiente’ conhecido pelo bebê é a mãe, e de modo gradativo ocorre a modificação do ambiente.
Foi presidente da Sociedade Britânica de Psicanalise. Morreu em Londres dia 27 de janeiro de 1971.
2 PROCESSOS MATURACIONAIS
Winnicott postula que no nascimento, o bebe traz tendências hereditárias ou impulsos biológicos para o crescimento e desenvolvimento, mas dependerá do ambiente ser facilitador para isso acontecer.
Neste caso, o ambiente facilitador é o indivíduo que exerce a função maternal, pois qualquer pessoa pode exercer esse papel, basta estar qualificada para ele. O termo “mãe suficientemente boa” é usado por Winnicott se referir a um humano que atende prontamente as necessidades físicas e psicológicas do bebe, mas que quando ele apresenta certa autonomia permite o seu caminhar.
Ao nascer, o bebe é um ser totalmente dependente e sem uma pessoa para realizar seus cuidados, ele não sobreviveria; é, por isso, que se faz necessária a figura da mãe que se adapta as necessidades do bebe. No início da vida psíquica percebe-se que, existe um estado de ser que tende à continuidade do desenvolvimento e que o ambiente é um agente ativo neste processo.
Trajetória da dependência absoluta a independência relativa.
Ao escrever sobre o desenvolvimento emocional das crianças e o estabelecimento das bases da saúde mental, Winnicott examinou que as crianças vão mudando desde o estado de dependência para o estado de independência e postulou graus de dependência durante o processo.
1- Inicialmente haveria uma total dependência, por isso os ambientes em que o bebe convive deveriam ser suficientemente bons para impulsionar seu desenvolvimento. Uma falha ambiental poderia originar deficiências mentais não orgânicas, esquizofrenia infantil e pré-disposição para doenças mentais.
2- Estagio de dependência: no qual as falhas maternas acarretariam traumas, pois já, de algum modo, existe uma pessoa a ser traumatizada.
3- Mescla dependência – independência: se iniciariam as experimentações no campo da independência, mas é preciso reexperimentar a dependência. Caso não ocorra essa permissão, poderia ingressar no campo da dependência patológica posteriormente.
4- Independência – dependência: haveria uma continuação da experimentação, mas com predominância da independência. As falhas ambientais poderiam acarretar sentimentos de arrogância ou surtos de violência.
5- Independência: o ambiente já estaria internalizado e o bebe conquista a capacidade de cuidar de si mesmo. Falhas nesse ambiente seriam bem toleradas e não acarretariam prejuízos.
6- Sentido social: capacidade do indivíduo se identificar com os adultos e com grupos sociais sem perder sua essência, sua originalidade. Falhas neste ambiente poderiam acarretar falta parcial de responsabilidade como pai ou mãe.
Pode-se destacar três pontos essenciais:
Primeiro: que os cuidados da pessoa que assumiu o lugar materno e/ou ambiente são fundamentais para que o desenvolvimento possa ocorrer.
Segundo: o estado de independência nunca é completamente alcançado, pois precisamos sempre de uma pessoa ou objeto ao nosso lado, e por isso, ele é relativo.
Terceiro: que o desenvolvimento emocional e a caminhada à independência, as crianças passam pelos estágios de desenvolvimento emocional primitivo: integração, personalização e realização. Estes estágios se entrelaçam às funções maternas de holding (sustentação), handling (manejo) e Objet Presentation (apresentação de objetos).
3 INTEGRAÇÃO E HOLDING
Inicialmente existe um estado não-integrado do ego (que é um mediador entre nossos impulsos básicos, desejos e os nossos padrões morais, idealistas) no bebe, portanto este se torna uma extensão da figura de mãe mas que pode adquirir uma identidade unitária sob certas condições. Este é um processo complexo, pois o bebe depende da figura mãe, mas suas necessidades não podem ser supridas de forma fria e mecânica, mas precisa de um cuidado emocional e com afeto.
O termo holding, que em inglês significa sustentar/sustentação, faz menção ao modo que a figura mãe sustenta o bebe em seu colo e que imprime no bebe a experiência física e emocional, caracterizada pela intensidade em que ele é sustentado. Esse colo é subtendido como algo capaz de protegê-lo de traumas vindos do mundo exterior que possam inibir seu desenvolvimento. O colo permite também o início de sua vida sensorial, que ajudará na formação do eu.
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