Piscicologo
Por: denizebelo • 20/9/2015 • Trabalho acadêmico • 5.213 Palavras (21 Páginas) • 322 Visualizações
INTRODUÇÃO
O modelo de intervenção social escolhido foi retirado do artigo “Relato de intervenção em psicologia: identidade social do agente comunitário de saúde”. Onde foi realizada uma intervenção junto aos Agentes Comunitários de Saúde de uma UBS de Vitória (ES), que teve como objetivo identificar aspectos da identidade social que interferem na qualidade de vida e no trabalho desses profissionais.
Esse trabalho foi resultado de um estágio supervisionado em psicologia social comunitária, realizado em diversas UBS da região de Vitória (ES). Essa abordagem propôs mostrar a intervenção psicológica com ações realizadas na comunidade. É baseado na psicologia social da saúde e tem o foco de fornecer ferramentas, o que ajuda na formação dos psicólogos, na utilização da intervenção e construção de novas normas juntamente aos Agentes Comunitários de Saúde e possibilitar uma melhor reflexão da identidade desses profissionais.
PAPEL DO PSICÓLOGO NO SUS
Desde a estruturação em 1980, o SUS vem mostrando constantes melhoras. O SUS adquire cada vez mais espaço através de seus fundamentos de universalidade e igualdade e normas de descentralização e hierarquização de modo igual com a intervenção do controle social.
Essa nova forma de ver a saúde com base em normas e dignidade, valorizou a atenção primária, utilizando o ESF (Estratégia de Saúde a Família), como uma estratégia em seu desenvolvimento, para que conseguissem firmar esse programa e o enfrentamento do número das mortes infantis e maternais no nordeste. Nessa época, foi necessária a construção do PACS, que seria o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, fazendo a inserção do SUS nas comunidades, colocando enfermeiros no interior e atendendo as características culturais de região por região, inserindo líderes das comunidades nas políticas públicas.
No PACS existem profissionais responsáveis pela relação entre a comunidade e a unidade onde trabalha. Esse profissional é chamado de agente comunitário de saúde. Por estar sempre entre a UBS e a comunidade em que vivem, os ACS acabam sofrendo por serem pressionados entre o que é real da comunidade e o que pode ser mudado para sua melhora, também porque podem ser vistos como indivíduos híbridos. Portanto é necessário compreender a construção e manutenção da identidade dos ACS, sem esquecer-se de levar em consideração a saúde dos próprios profissionais da saúde.
Foi feita uma pesquisa com vários profissionais da saúde, onde o objetivo dessa pesquisa era identificar o que é e quais funções tem um ACS.
As autoras Silva e Dalmaso (2002) concluem então que os ACS possuem uma identidade ambígua entre o lado institucional e comunitário; dificuldades com a falta de ferramentas e sofrimento devido a muita cobrança do pessoal da comunidade e dos outros próprios profissionais da saúde, que depositam grandes expectativas nos mesmos, deixando-os sobrecarregados, prejudicando tanto sua vida profissional quanto sua vida particular.
É dever do psicólogo que atua nessa área, pensar na saúde como um todo, inclusive em fatores psicológicos e sociais, buscando a construção do próprio entendimento do que é saúde, e não apenas restringindo a saúde biológica.
Nas comunidades a psicologia deve trabalhar os níveis de atenção em questões como, prevenção de doenças e promoção da saúde. Devem também participar de conselhos de saúde e de outros eventos que reflitam a estruturação das políticas públicas. Assim como diz Spink (2003).
METODOLOGIA
Tudo teve início a partir de uma inserção de um determinado grupo de estudantes universitários em Unidades Básicas de Saúde (UBS) no ano de 2007.
O primeiro passo para que se chegasse perto dessa realidade é realizado de forma que levante as demandas vindas dos profissionais que atuam na UBS. No momento de colocação na UBS, é pedido para que seja realizada uma intervenção juntoaos ACS uma vez que a dificuldade na relação entre eles estava atrapalhando na qualidade do serviço que a UBS estava prestando.
O primeiro semestre teve como objetivo abrir espaços para a atuação dos estagiários, além de vincular ainda mais a UBS com a instituição de ensino. De imediato, os estagiários acompanharam os exercícios. O projeto teve como foco realizar uma intervenção junto aos ACS. A reclamação da coordenação da equipe foi a de que os ACS se posicionavam isolados dos outros profissionais da UBS, com dificuldades nas relações interpessoais e com dificuldades em realizar as missões impostas pela gerência.
IDENTIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO
O grupo de ACS da UBS era formado por 19 pessoas, sendo 18 mulheres e um homem.Portanto, com a inclusão não era obrigatória, as atividades se desenvolveram com média de 11 participantes. A equipe de ACS está formada desde o ano de 2002, e observa-se baixa rotatividade entre seus componentes.
DESCRIÇÃO DAS OFICINAS
Desenvolveu-se 15 oficinas entre junho e dezembro do ano de 2008. As oficinas podem ser divididas em três fases. A primeira fase possibilitou conhecer e abranger espaço para a realização dos trabalhos da UBS; a segunda destacou-se pela sensibilização para as mudanças dentro do grupo de agentes; e para concluir, a terceira solidificou as mudanças a partir das práticas, ações propositivas, dentre outras. Os encontros tiveram duração de mais ou menos uma hora.
Visando propiciar o conhecimento, a interação e a intervenção, as atividades foram realizadas com técnicas de dinâmica de grupo e discussões temáticas como disparadores. Assim, foi feita uma aproximação os estagiários com o grupo, de modo a efetivas as oficinas e avaliar o processo de intervenção.
RESULTADOS: AS OFICINAS
A primeira fase das oficinas teve como finalidade conhecer e abrir espaço para a prática da intervenção. Na mesma, foram identificadas as principais questões a serem exercidas com o grupo: dificuldade de interação entre si e com os outros profissionais, pouco sentimento de pertença ao grupo e à baixa profissão, auto-estima baixa, dificuldade de buscar novos caminhos para encarar os seus problemas.
Durante essa fase,dada como a fase de diagnóstico, de conhecimento dessa realidade, foram realizados debates baseados nos temas identificados nas primeiras oficinas. Podem-se citar: dupla jornada de trabalho (na Unidade e em casa), dificuldade no
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