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Prostituiçao

Por:   •  24/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.026 Palavras (17 Páginas)  •  648 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITARIO NEWTON PAIVA

 

CURSO DE PSICOLOGIA

ACACIA SABINO

IRENE OLIVEIRA

GABRIELLY ARAUJO

THAYNA ACCORINTE

VINICIUS MEDEIROS

A PROSTITUIÇÃO INFANTIL

BELO HORIZONTE

2015

CENTRO UNIVERSITARIO NEWTON PAIVA

CURSO DE PSICOLOGIA

COMPLEXO CARLOS LUZ – UNIDADE 800

A PROSTITUIÇÃO INFANTIL

ACACIA SABINO

IRENE OLIVEIRA

GABRIELLY ARAUJO

THAYNA ACCORINTE

VINICIUS MEDEIROS

TURMA 2N3 - 1º PERÍODO - NOITE

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia no Centro Universitário Newton Paiva, com o objetivo de abordar os tópicos contidos sobre o tema da prostituição infantil.

Professora: Simone Franco

Sobre a prostituição infantil

Segundo a socióloga e professora Heleieth Saffioti, autora da obra “Exploração sexual de crianças”, a prostituição infantil se origina a partir de dois pontos distintos: a exploração econômica e a busca por obtenção de prazer, por parte da criança ou adolescente que desconhece o seu próprio corpo. Estudos como este permitem um melhor entendimento atual a respeito do conceito da prostituição infantil, que é determinada pela exploração sexual de um menor em troca de dinheiro ou outra forma de compensação, na maioria das vezes devido às condições de pobreza, aliado à impunidade do ato de pedofilia cometido por adultos que promovem o problema por meio da busca por sexo fácil ou pelo lucro, ao conduzir menores de idade ao mercado da prostituição.

Apesar de ser um tema moderno, a prostituição infantil se mantem na história por muitos anos. Na Grécia Antiga, por exemplo, havia a classificação das prostitutas em categorias de crescente grau de superioridade: pornai (πόρναι), prostitutas independentes, heteras, e prostitutas sagradas; sendo que não havia restrições de idade, tornando permitida a inclusão de crianças. Já a prostituição masculina se limitava praticamente aos adolescentes, uma vez que os seus praticantes, reconhecidos pela sociedade grega como pórnoi (πόρνοι), se encontravam na puberdade, fase em que ocorre o aparecimento de pelos, e a ausência destes, promovida pela depilação, era considerada um fator erótico. No Brasil, há o relato sobre duas tripulantes, cujas idades eram entre 8 e 14 anos, que viajavam com homens adultos e eram usadas como escravas sexuais. Cessando o interesse por elas, os colonizadores iniciaram o processo de miscigenação, em que sucedia o estupro, compra, ou prostituição de garotas indígenas.

Atualmente, a prostituição infantil se estabeleceu num âmbito internacional, sendo que apenas no Brasil cerca de 250 mil crianças são prostituídas, segundo os dados de 2010 divulgados pela Unicef. O crescimento do problema se torna agravado à medida em que ocorre o turismo sexual, o qual consiste em pedófilos que viajam pelo mundo à procura de crianças entre 9 e 17 anos de idade para a pratica do sexo, ainda que a Unicef, que calcula que 1,8 milhão de meninos e meninas sofram neste meio, e a rede Ecpat International visem acabar com esta questão. O turismo sexual ainda se torna um tema mais difícil de ser abordado, já que muitos países o ocultam e logo dificultam a visualização de estatísticas, além de haver o acobertamento por parte das redes de turismo e hotéis, pois lucram com a promoção de viagens e estadia. “Simplesmente se deparam com a disponibilidade dessas crianças e se aproveitam disso”, afirma Selma Fernández, responsável pelo Programa de Prevenção da Exploração Sexual Comercial Infantil da rede Ecpat International.

Causas e consequências

Segundo alguns depoimentos da CPI referente à prostituição infanto-juvenil, o machismo, o tratamento dado às meninas, e a distinta formação entre garotos e garotas, são fatores que se encontram fortemente ligados à prostituição, o que reforça parte da tese de Helieith Saffioti, que defende a idéia de que a inserção de meninas na prostituição se deve ao fato de existir uma sociedade em que o poder é concentrado por homens e adultos. Estes, muitas vezes pais que convivem em uma situação de extrema pobreza, obrigam os filhos a se prostituir, a fim de garantir a sobrevivência da família. Entretanto, no caso das garotas, há outros relatos em que há presença de grande rigidez paternal, em que os pais tentam evitar que a filha mantenha relações sexuais precoces, o que provoca o contrário do resultado desejado, pois a garota foge do controle familiar e, na maioria das vezes, engravida e é expulsa de casa, sendo forçada a recorrer à venda do corpo. Por fim, a violência e o abuso na família também podem acarretar a iniciação de ambos os sexos na prostituição, pois a criança que sofre qualquer tipo de violência passa a apresentar a integridade psicológica lesionada, tornando-se sujeita à exploração. Quando ocorre o abuso e violência sexual, a vítima vivencia um processo de rebaixamento da auto-estima associado ao medo e obediência do abusador, passando a estar apta a se prostituir. Apenas no primeiro trimestre de 2015, mais de 4.480 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram registrados, como menciona a pesquisa realizada pelo Disque 100, serviço mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).

O envolvimento com drogas e álcool também podem ser motivos que levam a criança ou adolescente à prostituição, e estabelecem uma relação com o fator citado anteriormente, pois numa família cujos pais não impõem limites sobre os filhos cresce a probabilidade dos mesmos se envolverem com substâncias ilícitas. Além disso, a criança também pode crescer sofrendo pela falta ou excesso de zelo familiar, o que a impede de completar a sua personalidade, fazendo-a se sentir insegura, dependente, e incapaz de enfrentar seus próprios obstáculos, logo crescendo um adolescente que, por natureza, sente a necessidade de se afirmar autossuficiente e onipotente, portanto se envolve com as drogas e tem a falsa ilusão de que estas suprem a carência de afeto e outras necessidades humanas. Por outro lado, quando o consumo de drogas ocorre por membros da família ou amigos da criança, esta se adentra na prostituição para sustentar o seu vício crescente. É importante ressaltar que existem casos em que as drogas desempenham o papel de consequência do ato de se prostituir, uma vez que muitos neste meio utilizam as substâncias para tolerar as humilhações vivenciadas, assim como para sanar a baixa autoestima, a autoimagem negativa, e os diversos danos morais e psicológicos.

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