Provas operatórias de Piaget
Seminário: Provas operatórias de Piaget. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tmcas • 28/5/2013 • Seminário • 1.324 Palavras (6 Páginas) • 589 Visualizações
Provas operatórias de Piaget.
As provas piagetianas constituem um dos instrumentos mais utilizados no
Diagnóstico Psicopedagógico. Elas têm a função de ser um parâmetro do
desenvolvimento cognitivo.No entanto, é nas defasagens que se apresentam
nos resultados dessas provas, que podemos obter os dados que nos põem
na pista da compreensão dos problemas de aprendizagem.
Podemos dizer que as defasagens na produção da criança configuram o seu
problema de aprendizagem. Poder perceber essas defasagens e onde elas
estão é o primeiro passo no diagnóstico. O segundo é poder compreender o
que elas dizem da subjetividade da criança que as apresenta. Podemos
pensar quando nos deparamos com defasagens nas operações lógicas de
classificação ou de seriação em contraposição a um nível de conservação
de acordo com o esperado para a idade da criança.
Por exemplo, uma criança de nove anos que apresenta conservação de peso, mas
apresenta um nível pré-operatório nos seus critérios de classificação ou seriação.
Sabemos que essas operações estabelecem relações lógicas e, portanto, relações
socialmente compartilhadas entre os objetos. Por outro lado, no modo de
funcionamento pré-operatório, tanto os critérios no estabelecimento de relações são subjetivos, como os próprios objetos têm significações singulares que dizem respeito a uma realidade subjetivada.
Retornando ao exemplo dessa criança de nove anos, não devemos pensar que se
trata de uma defasagem cognitiva, sobretudo porque pelo menos num ponto
(o da conservação) o seu desempenho é adequado, mas devemos pensar que ela
não se vale das operações para conhecer, mas para dizer algo de sua subjetividade e do seu desejo. Em outros termos, as defasagens que ela apresenta constituem o seu problema de aprendizagem como
um sintoma, no sentido psicanalítico, na medida em que remetem ao cenário
inconsciente e às peculiaridades de sua manifestação podemos pensar no caso
contrário, ou seja, quando a criança apresenta defasagem no nível de conservação
em relação às suas possibilidades de classificação e seriação. Sabemos que a
conservação do objeto se estabelece a partir de sua representação. Na teoria
piagetiana, a representação não corresponde a uma cópia internalizada do objeto,
mas é uma imagem construída, onde entram em jogo não somente a motricidade e
a percepção, mas supõe também a intencionalidade de um eu nascente. Tampouco, na teoria freudiana, a representação é uma cópia do objeto, mas é também uma construção de um eu nascente, na
medida em que advém das experiências de satisfação e, mais especificamente, da
alucinação (uma falsa percepção) do objeto de satisfação, na sua falta. Seguindo
nesse paralelo entre as teorias, podemos dizer que, em ambas as extensões das
representações dizem respeito à constituição da realidade e de seus objetos. Em
ambas ainda, essa realidade é marcada pelas vivências e experiências singulares
deste eu. Freud acrescentaria a isso que os objetos da realidade são tomados como substitutos do objeto de
satisfação. Na teoria piagetiana, estas primeiras representações que constituem a
realidade são um passo em direção às representações lógicas que constituem o
conhecimento dessa realidade. Na teoria freudiana, essa mudança de estatuto nas
representações implica na operação de recalque e na divisão do sujeito e
consequente constituição do inconsciente e da consciência, em seu sentido próprio.
Voltemos à defasagem na conservação que, no diagnóstico operatório, diz respeito
à conservação do conjunto dos objetos e de suas grandezas, mas supõe a
extensão das representações, pois somente através delas a realidade ou o
conjunto dos objetos se constitui.
Não se pode pensar, aqui também, simplesmente numa defasagem cognitiva, mas
num empobrecimento do eu e de suas representações. Nesse caso, a defasagem
que constitui o problema de aprendizagem recebe o nome de inibição, onde a
restrição na subjetividade repercute nas possibilidades cognitivas.
É claro que as provas piagetianas são apenas um dos instrumentos do Diagnóstico
Psicopedagógico e é preciso estabelecer relações entre os dados aí obtidos com
o conjunto da avaliação e, sobretudo com a história da criança.
“No entanto, o que chamamos de uso clínico das provas piagetianas é um exemplar daquilo que
constitui um diagnóstico dos problemas de aprendizagem, na medida em que se
faz um uso clínico dos diversos instrumentos utilizados e que, de uma forma geral,
nos informam sobre o nível de desenvolvimento da criança.” de desenvolvimento da
criança. Esta Verificação consiste de quatro conjuntos de Provas,
1º Conjunto: Provas de Conservação
2º
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