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Psicobiologia da percepção vegetal

Por:   •  4/10/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  105 Visualizações

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1. TEMA

Psicobiologia da percepção vegetal.

2. JUSTIFICATIVA

        A investigação de supostos processos cognitivos em plantas tem se tornado objeto de estudo de uma área de pesquisa recente e interdisciplinar, a chamada Psicobiologia Vegetal, a qual abrange a Psicologia e as Ciências Biológicas. A Psicobiologia vegetal tem como objetivo testar experimentalmente as supostas habilidades cognitivas das plantas. Desse modo, diversos estudos recentes tem sugerido a respeito da inteligência das plantas. Há evidencias de que, apesar de não possuírem sistema nervoso, as plantas são capazes de se adaptar as alterações físicas contidas em seu ambiente por meio de um processamento rudimentar da informação ambiental.

         Devido a essa capacidade de adaptação as alterações ambientais por meio de processamento de informação, o estudo da exposição das plantas ao som poderia contribuir com o entendimento da evolução dos processos cognitivos e do surgimento do sistema nervoso nos seres vivos. Além disso, justifica-se a realização de pesquisas que visam a investigar a cognição das plantas, visto que os resultados desse tipo de estudo poderiam elucidar como os processos de percepção e de memória tornariam as plantas capazes de aprender a responder apropriadamente e da forma mais adaptativa ao ambiente.

3. PROBLEMA

A exposição ao som exerce influência fisiológica sobre a germinação de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris)?

4. HIPÓTESE

A hipótese experimental é a de que o comprimento das radículas das sementes do GE será significativamente maior do que o comprimento das radículas das sementes do GC.

5. OBJETIVOS

5.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito do som sobre a germinação de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris).

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

-Verificar o efeito do som sobre a velocidade de germinação e o comprimento médio das radículas de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris);

-Comparar os efeitos da exposição ao ruído e ao som de vozes humanas sobre a germinação de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris).

6. MÉTODO

6.1 TIPO DE PESQUISA

        O presente estudo realizará uma pesquisa do tipo experimental. Quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. As propriedades de uma pesquisa experimental são: manipulação, controle e distribuição aleatória. (Gil, 2002).

6.2 PROCEDIMENTOS

O experimento será realizado no Laboratório de Psicologia Anomalística e Neurociências, Faculdade de Psicologia, Universidade de Rio Verde. Uma amostra de 200 sementes de feijão (Grupo 1: Comum; Classe: Cores; Tipo 1) de um lote de 1 kg de sementes previamente selecionadas será dividida igualmente em dois grupos: 1) Grupo Experimental (GE), no qual as sementes de feijão serão expostas ao ruído de estática durante todo o experimento; e 2) Grupo Controle (GC), no qual as sementes não serão expostas a nenhum tipo de som durante todo o experimento. A hipótese experimental é de que o comprimento das radículas das sementes expostas ao ruído de estática será significativamente maior do que o comprimento das radículas das sementes do grupo controle (sem exposição ao som).

As sementes utilizadas no experimento serão selecionadas por tamanho e integridade, e serão higienizadas em uma solução de cloro a 1%. Cada grupo de 100 sementes será colocado sobre uma camada de papel toalha acondicionada no fundo de uma caixa plástica de poliestireno transparente, com tampa opaca, 12,5cm X 9,5cm X 4,5cm, e umedecida com 10ml de agua filtrada. Respeitar-se-á um espaçamento mínimo de 1cm entre as sementes. As sementes serão inteiramente cobertas com outra camada de papel toalha umedecida com 10ml de agua filtrada para evitar exposição a luz. As tampas opacas serão colocadas em suas respectivas caixas plásticas.

As caixas plásticas contendo as sementes de cada um dos grupos serão colocadas, individualmente, no interior de uma caixa térmica retangular de isopor, com tampa, capacidade de 7 litros, 28,5 x 20,5 x 23,5cm. As duas caixas térmicas serão colocadas juntas no mesmo local com a temperatura ambiente mantida constante em 22ºC durante toda a duração do experimento por meio de condicionador de ar e medida por meio de termômetro digital.

No interior da caixa térmica do GE, no lado oposto ao da caixa plástica contendo as sementes, será colocado um rádio portátil com mini autofalante Livstar CNN-822E (5W e 8ohms) com entrada USB para produzir o som de ruído de estática (botão seletor de canais de rádio AM fora de sintonia). No interior da caixa térmica do GC, será colocada apenas a caixa plástica contendo as sementes.

Os níveis de pressão sonora no interior da caixa térmica do GE serão mantidos semelhantes em um intervalo variando de 40dB a 80dB. A medição dos níveis de pressão sonora será feita por meio de um decibelimetro digital portátil Instrutherm. A intensidade do campo magnético entre os alto falantes e as caixas plásticas contendo as sementes do GE1 será igual a 0,01µT, com aferição constante durante todo o experimento por meio de um medidor de campo eletromagnético Instrutherm.

Os dados serão analisados pelo programa Statistica for Windows 10.0. O teste t para amostras independentes será utilizado com nível de significância p <0,05.

7. REVISÃO DA LITERATURA

        

É cada vez mais evidente que as plantas são organismos extremamente sensíveis, elas percebem, transmitem, processam, armazenam informações do ambiente e se comunicam entre si (GAGLIANO, 2015).

Durante séculos, as plantas foram consideradas criaturas incapazes de interagir com o ambiente de forma ativa (TREWAVAS, 2002 & GAGLIANO, 2015). Dessa forma, como as plantas não apresentam um movimento obvio visível, elas parecem estar desprovidas de comportamento e inteligência (TREWAVAS, 2002 & GAGLIANO, 2015).

De acordo com Loiola (2014), estudos recentes publicados pela revista Ecology Letters demonstraram que plantas podem se comunicar por meio de compostos químicos variáveis. Viajando pelo ar, essas substancias avisam outras arvores sobre a presença de herbívoros potencialmente perigosos, as folhas recebem a mensagem e tornam-se mais resistentes as pragas por meio da liberação de toxinas especificas (LOIOLA, 2014).

A função do comportamento inteligente em qualquer organismo é aumentar a aptidão no sentido evolutivo (TREWAVAS, 2002). Se a inteligência é definida como um comportamento adaptativamente variável durante a vida do indivíduo, então, nas plantas, a plasticidade comportamental pelo indivíduo é onde a inteligência deveria ser aparente (TREWAVAS, 2002).

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