RESENHA DO FILME “A CAÇA”

RESENHA DO FILME “A CAÇA”

DINAMARCA, SUÉCIA-2012

O filme se passa em uma tranquila cidade pequena, todos se conhecem e desfrutam de amizade. Um homem de quarenta e dois anos de idade, por nome Lucas, trabalha como professor de uma escola infantil, tem uma vida pacata, tem um filho por nome Marcos, aparentemente um adolescente que mora com a mãe em outra cidade.

Lucas exala felicidade ao saber que o filho Marcos virá morar com ele, em seu trabalho ele é muito solicito e amável, principalmente para com as crianças que o veneram.

E brincando com as crianças, o professor se faz de morto, as crianças tentam reanima-lo e uma menina por nome Klara o beija nos lábios, imediatamente o professor a pede para jamais faze-lo com nenhum adulto a não ser seu pai ou sua mãe. Na escola mesmo Lucas conhece uma moça e inicia um relacionamento com ela.

Novamente a menina Klara, filha de Theo, o melhor amigo de Lucas, ao presenciar seu irmão Torsten, adolescente vendo pornografias em sua casa e mostrando a ela se irrita e vai para a escola com repulsa de seu irmão.

Já na escola, após o termino da aula, Klara remete toda sua raiva pelo ocorrido com seu irmão em sua casa e relata para Grethe a diretora da escola na qual estuda, o que transcorreu durante aquele dia, porem ela ao recriar a cena faz uma adequação em sua realidade. E insere o professor Lucas como autor do fato.

E neste interim acaba por acusa-lo inconscientemente de abuso sexual. Sua vida então tem uma reviravolta, ele perde seu emprego, sua namorada, e a alegria da chegada seu filho Marcos já não lhe traz sorrisos.

Tem sua casa atacada com pedras, sua cachorra de estimação morta, foi preso, proibido de entrar e comprar no supermercado da cidade e lá dentro mesmo apanhou de um funcionário com o consentimento do responsável do supermercado.

Era época de natal e todo o povoado se reuniu na igreja para celebrar uma missa, Lucas se exaltou quando as crianças da escola de educação infantil que ele trabalhava iniciou uma cantata de natal, partiu para seu amigo Theo e o agrediu. Theo reconhece que não havia mentira, nem pedofilia nos olhos de Lucas, Klara fala a verdade para o pai.

Evidentemente que qualquer sinal de carinho ou proximidade excessiva a uma criança é passível de cuidado, afim de evitar más interpretações, porem cabe lembrar que nem todo adulto é um libertino. Entretanto não há como ver a Klara ou a comunidade como vilã, pessoas adultas e crianças sentem raiva e muitas vezes se deixam levar por seus impulsos e se envergonham em admitir seus erros e acreditam piamente que o melhor é deixar as coisas como está e não corrigir seus erros.

O personagem percorreu um desagradável e espinhoso caminho até ser aceito e perdoado pela comunidade e amigos. Porem ao seu filho ser aceito ao ritual de caça, tudo volta a apaziguar na vida e rotina de Lucas.

É imprescindível que saibamos que as aparências enganam, e os descréditos podem tornar-se cicatrizes eternas e dolorosas e por mais que o envolvido tenha ciência de que nada fez, ele mesmo se deprecia, sentindo-se como a caça em meio à sociedade.