RESENHA DO FILME A ONDA
Por: Jully Anne Batista • 27/3/2019 • Resenha • 886 Palavras (4 Páginas) • 305 Visualizações
RESENHA DO FIME A ONDA
POR: JULLY ANNE BATISTA DOS SANTOS
O filme “A onda” é um longa-metragem alemão, dirigido por Dennis Ganse, no ano de 2008. É inspirado no livro de mesmo nome do autor americano Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda, realizado pelo professor de história norte-americano Ron Jones. O filme obteve sucesso nas bilheterias alemãs e depois de dez semanas, 2,5 milhões de pessoas haviam assistido[1].
O filme narra a história de um professor que é desafiado a lecionar para seus alunos sobre o regime autocrático e faz disso uma experiência inovadora de como é viver na prática sob tal regime. Inicialmente a escola propõe que dois professores ensinem sobre os regimes, um sobre o autocrático e o outro sobre o anarquismo, durante uma semana, e os alunos poderiam se inscrever em qualquer das duas aulas. Diferente do que havia planejado, o Sr. Rainer Wenger fica responsável pelo regime autocrático, mas tenta conduzir de forma empolgante as aulas.
Os alunos demostraram desinteresse pelo tema, apesar da escolha. E achavam que seria impossível outra ditadura na Alemanha. Baseado nisso, Rainer Wenger inicia uma experiência de um governo ditatorial, sem que com isso os seus alunos percebessem que estavam sendo conduzidos por uma lógica nazista.
Sob o nome de “A onda” o movimento que logo ganhou um símbolo, vestimentas próprias e o mais importante um líder ou führer, como eles denominavam, escolhendo como tal o próprio professor, que começou a aplicar regras, desde a organização das cadeiras, a forma como cada um deve se pronunciar, sentar e o chamá-lo. Sob o lema: poder, disciplina e superioridade, o movimento se fortalecia em grandes proporções.
Observa-se além da coesão estabelecida nesse processo grupal, o fenômeno da liderança em que “a habilidade do líder para motivar e influenciar o grupo produz efeitos na atmosfera deste” (AMARAL, 2007). Segundo Lewin (apud AMARAL, 2007) “os grupos autoritários tinham uma eficiência imediata”. Conforme pode ser observado ao longo do filme. Os alunos foram incorporando imediatamente ao que foi proposto pelo líder, sem se dar conta do quanto estavam sendo alienados.
A autora Amaral (2007), afirma que a motivação dos psicólogos com o estudo da psicologia social advém da preocupação pós Revolução Francesa, em que se questionava como era possível as pessoas serem levadas por um líder a comportamentos que muitas vezes colocavam em risco as suas próprias vidas. Analisando esse trecho é possível fazer uma interlocução com o filme ora analisado, posto que os alunos estavam tão envolvidos com “ A onda” que já não agiam pela razão, ou motivados por interesses exclusivamente pessoais, agora viviam para essa organização que foi criada, perdendo sua autonomia e sua individualidade.
No entanto, o professor não imaginava que as coisas sairiam dos limites e ultrapassaria até mesmo as barreiras físicas da escola. “A onda” estava transformando os alunos em seres agressivos e intolerantes, que não aceitavam ideias diferentes das pactuadas pelo grupo. Uma das alunas começa a questionar algumas das regras e se nega a vestir o uniforme, e começa a perceber o problema e as proporções que isto está se transformando e tenta alertar o professor para que acabe com essa experiência.
Por fim, o professor decide acabar com “A onda”, e explicando aos alunos o quanto as atitudes deles se assemelhavam a atitudes nazistas, aos próprios regimes autocráticos que eles tanto questionavam no início da semana, mas acabaram por se deixar conduzir e alienar, sem que pudessem se dar conta das consequências que chegaram e se propuseram a fazer, e desta forma “A onda” tinha chegado ao fim. No entanto, um dos garotos que estava muito envolvido, não aceita o fim, e em pleno auditório atira em um colega e depois se mata, e o professor acaba sendo preso. E assim é o desfecho trágico da obra.
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