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RESENHA FILME EXTRAORDINARY MEASURES (DECISÕES EXTREMAS)

Por:   •  10/2/2016  •  Resenha  •  1.231 Palavras (5 Páginas)  •  1.563 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FARB12 SAÚDE, DROGAS E FICÇÃO

Docente: Eudes da Silva Velozo

Aluna: Gerusa D’Almeida Córdova

RESENHA FILME EXTRAORDINARY MEASURES (DECISÕES EXTREMAS)

O filme Decisões Extremas é baseado em fatos reais e inspirado no livro “The Cure” de Geeta Anand, uma jornalista vencedora do prêmio Pullitzer, dirigido por Tom Vaughan. O filme retrata a história de um casal John (Brendan Fraser) e Aileen Crowley (Keri Russel), na busca de tratamento para dois dos três filhos - Megan de 8 anos e Patrick de 6 anos - portadores de uma doença rara congênita - Síndrome de Pompe, que confere uma expectativa de vida ao doente de 9 anos. O filme nos faz refletir sobre questões polêmicas relativas à pesquisa e produção de medicamentos órfãos para tratamento de doenças raras, e sua relação com diferentes interesses, de um lado razãos humanitárias e benefício da sociedade e família afetadas, de outro, interesses comerciais dos financiadores de pesquisas, entre eles, comumente, as grandes indústrias farmacêuticas.

A doença de Pompe (causa e sintomas) doença genética rara, causada por uma deficiência de uma certa enzima catalisadora de glicogênio, o que faz com que esta substância se acumule nas células, musculatura e diafragma, e com que os músculos cardíacos e respiratórios não se desenvolvam corretamente.


O pai das crianças portadoras desta doença no filme, John Crowley, movido pela preocupação com o agravamento do quadro sintomático nos filhos, e perspectiva de perda deles dada a expectativa de vida da doença de 9 anos, em especial após uma crise da filha Megan de 8 anos, através de várias buscas, descobre uma pesquisa realizada pelo professor e cientista Robert Stonehill, que afirmava ter descoberto método para produção de uma nova versão de enzima com marcador que permitiria colocarmais enzimas dentro das células, promissora pois para o tratamento da doença.

Robert Stonehill é um cientista teórico, que desenvolve a hipótese de uma nova enzima para tratamento de Pompe, mas sem condições financeiras para produção da mesma ou testagem da sua utilidade terapêutica. É um estudioso e pesquisador recluso, solitário, com grande capacidade intelectual, esforçado e persistente, mas totalmente envolvido em seus estudos, com muita pouca vida social. Era reconhecido na área científica por seu saber, seu gênio, mas ao mesmo tempo ridicularizado por sua resistência e inabilidade em buscar financiamento para comprovação clínica de seus estudos, como citado por um cientista na primeira reunião com John e possíveis financiadores, é mencionado que era ótimo teórico, mas que nunca levou uma droga ao mercado. Desta forma, Robert tem dificuldades de converter suas teorias em prática, em grande parte devido a sua arrogância e temperamento difícil, seu não saber lidar com pessoas, e não desenvolver habilidade tanto no desenvolvimento de relações de cooperação com outros grupos de cientistas, como em relações comerciais, com empresas financiadoras, na adequada apresentação e venda de suas idéias, no que justamente será auxiliado pela parceria com John. O filme aborda este aspecto comercial das relações em grupos pesquisas científicas envolvendo medicamentos, o que gera inúmeros debates sobre papel da ciência, os conflitos entre interesses sociais e mercantis.

Por sua falta de habilidades sociais, Robert se assemelha ao Doutor Malcolm Sayer, personagem atuado por Robin Willians, no filme Tempo de Despertar, também um pesquisador, sem experiência clínica, introvertido e com poucas habilidades de relacionamento ou vida social, um indivíduo recluso. Pelas falas do próprio personagem Stonehill: “sou só um acadêmico que criou uma teoria, não tenho dinheiro para tornar minha teoria um tratamento” ou “não ligo para dinheiro, sou cientista, me importo com coisas mais importantes que isto”. John irá ter papel fundamental em promover mudança das perspectivas de Stonehill, levando-o a questionar a relevância prática ao seu trabalho teórico, após Robert afirmar que não precisava de investidores, argumenta que Robert então passaria o resto da vida tendo idéias que não funcionavam na prática, funcionavam em teoria, mas não ajudavam um só único ser na vida real. Tal argumento possui impacto em Robert que, neste ponto, conhecera e fora sensibilizado pelo conhecimento da filha de John, sendo este, juntamente com sua relação com John, um dos fatores propiciadores para as mudanças de interesse e de comportamento de Robert, na busca de conferir aplicabilidade a seus estudos, flexibilizando seus modos de agir.

Ver metodologia praxis

ses   na teoria, mas sem  Depois de varias tentativas de contato por telefone John resolve ir até Nebraska falar pessoalmente com o rude e difícil Robert. Ele se ver diante de mais um obstáculo , poisRobert menciona a dificuldade de levar sua pesquisa em frente, devido a falta de investimentos embora tenha muita convicção que sua teoria esteja correta.

Segundo Santos (2010), Awakenings (Tempo de Despertar) é um filme estadunidense de 1990, dirigido por Penny Marshall, baseado em livro do neurologista Oliver Sacks do mesmo nome, que descreve uma história real. Retrata a experiência do Dr. Sacks no tempo em que clinicou no Mount Carmel, um hospital para doentes crônicos, onde estavam confinados aproximadamente 80 pacientes pós-encefalíticos que teriam sobrevivido à grande epidemia de doença do sono (encefalite letárgica) ocorrida após a 1ª guerra.

Sacks, apud Santos (2010), cita em seu livro "Tempo de despertar", o porquê de sua decisão de estudar a doença do sono ao clinicar em Mount Carmel: “O que me instigou na época foi o espetáculo de uma doença que nunca era a mesma em dois pacientes, uma doença que podia assumir qualquer forma possível - denominada corretamente fantasmagoria pelos que primeiro a estudaram”.

Sacks é retratado figurativamente no filme como Doutor Malcolm Sayer, personagem atuado por Robin Willians. Sayer é um médico neurobiologista, pesquisador, sem experiência clínica, introvertido e com poucas habilidades de relacionamento ou vida social, um indivíduo recluso; as imagens de sua casa retratadas no filme mostram uma geladeira cheia de espécimes de experimentos e uma tabela periódica como representações de sua grande paixão, uma ciência biológica, mas não aplicada a seres humanos. Contudo, apesar de todas as aparentes limitações pela falta de experiência clínica para uma atuação envolvendo pessoas em estados de adoecimento crônico, consegue, empregando um método científico, associado a uma vivência experiencial que envolve um tratamento afetivo e humanizado dos pacientes, obter sucesso e melhoras no tratamento daqueles tido então como irrecuperáveis pelos demais membros da equipe do hospital, que tratavam tais pacientes menos como sujeitos e mais como objetos, considerando-os em estado vegetativo, sem vontade; como mencionado por um dos personagens, funcionário do hospital (Anthony) antes da intervenção de Sayer: “Chamamos este lugar de jardim, pois só os alimentamos e damos água”. Dr Sayer discordava desta visão e os considerava “vivos por dentro”.

REFERÊNCIAS

CYRINO, A. P.  et al. O projeto cuidando do cuidador: a experiência de educação permanente em saúde do centro de saúde escola de Botucatu. In Trabalho, Educação e Saúde, v.2, n.2, p. 367-369, 2004.

KRÜGER, Rejko. Doença de Parkinson. Atualizado em: Agosto 2004. Disponível em: . Acessado em 11.09.2014

MONTEZUMA, M.A. A clínica na saúde mental. In A. Quinet (Org.), Psicanálise e Psiquiatria – controvérsias e convergências. Rio de Janeiro: Marca d’Água Livraria e Editora Ltda, 2001.

QUINET, A. Apresentação de pacientes. In: Teoria e clínica da psicose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997, p. 153.

MOLIM, Ana Lígia Ferrari. A normalidade e a patologia em Oliver Sacks. Iniciação Científica  Cesumar, Maringá, Ag-Dez 2000,Vol.02 n.02, pp.85-87.

SANTOS, Patrícia Simone (2010). Tempo de despertar. Disponível em: http://www.psicologiaecinema.com/2010/08/tempo-de-despertar.html. Acessado em 11.09.2014

VASCONCELOS. Pós Modernidade e, complexidade e estratégias epistemológicas para práticas interdisciplinares e interparadigmáticas. In Vasconcelos, Complexidade e pesquisa interdisciplinar. Cap. 2, 2007, p. 36-63.

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