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RESENHA Sobre O Filme Samsara

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Por:   •  28/4/2014  •  1.535 Palavras (7 Páginas)  •  534 Visualizações

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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL – UNIBRASIL

CAROLINE MORO

RESENHA

FILME - SAMSARA

CURITIBA

2012

CAROLINE MORO

FILME - SAMSARA

Trabalho apresentado à disciplina de Teorias da Personalidade IV para textos acadêmicos do curso de Psicologia, 6 PSAN. Como requisito parcial obtenção de nota no 1º bimestre.

Profº. Tito Lívio

CURITIBA

2012

Samsara conta a história de um jovem aspirante a monge budista, que parte em busca da vida de um homem comum fora dos domínios do mosteiro budista onde viveu desde a infância, para conhecer o mundo e realizar seus sonhos.

Tashi, o jovem monge, quer sentir-se livre porque considera que livre é o homem capaz de fazer as próprias escolhas. E para isso precisa viver as próprias experiências. O determinante para essa busca é justamente a figura feminina, que delicadamente vai aparecendo e se articulando com o despertar da sua sexualidade. A sexualidade está intrinsecamente ligada à capacidade da pessoa utilizar os próprios pensamentos, fazer escolhas, ir a busca de saber quem é e o que quer da vida. Sendo assim há um erotismo que permanece no filme, de maneira intensa e sutil, juntamente com a belíssima paisagem de Ladakh, na Índia.

Um grupo de monges tibetanos, um velho, um jovem e um menino, sobe o penhasco rochoso para alcançar o lugar solitário onde, um deles, Tashi, se encontra há três anos em solitária e intensa meditação. Uma ave de rapina voa no céu, escolhe uma presa, recolhe uma pedra e a lança do alto. Lá em baixo, cai por terra uma ovelha. Todos reverenciam a ovelha morta. Assim é anunciada a vida nos primeiros minutos do filme, assim que se mostra os ciclos que movimentam a vida.

Tashi, após três anos, três meses e três dias de meditação em busca do nirvana, volta para Samsara. Samsara tem o sentido literal de “perambulação”. Muitas pessoas pensam que esse é o nome budista para o lugar em que vivemos no momento, o lugar que abandonamos quando vamos para o Nirvana. Nirvana é a denominação para a libertação transcendente e singularmente indescritível que é o objetivo final dos ensinamentos do Buda. Nos textos budistas mais antigos Samsara não é a resposta para a pergunta: “Onde nós estamos?”, mas para a questão: “O que estamos fazendo?” Ao invés de um lugar, é um processo: a tendência de ficar criando mundos e depois se mudando para dentro deles. À medida que um mundo se desintegra, a pessoa cria um outro mundo e lá se instala, até que esse se desintegre para se recriar novamente.

Ao invés de um lugar é um processo

Tashi é então despertado pelos monges com muita delicadeza. Os cuidados que os monges têm com ele, lembram os zelos com um recém-nascido. Quando Tashi volta para o monastério está debilitado, mal consegue andar e não fala. Tem um cachorro, Kala, que o acompanha como se fosse o seu lado mais primitivo e instintivo se manifestando. O corpo e a mente começam a despertar; Tashi tem muitas poluções noturnas, como se fosse uma explosão de vida.

Certa manhã, enquanto lava sua roupa suja de esperma, ouve um monge contando para uma criança a vida de Buda. O menino que ouve a história chora, quer voltar para casa, quer ficar com os pais. A partir daí algo muito importante começa a acontecer com Tashi, que está muito sensível para questões que se referem à própria história psíquica. Parece que sair do transe significa também buscar as suas raízes: ele é filho de um casal, de um pai e uma mãe que um dia se amaram e o conceberam. Ele fica muito perturbado quando vê uma mãe amamentando no seio o seu bebê. No meio de tanta gente, envolvido pela música, pela dança, pela presença de um importante Lama, ele vê o seio de uma mulher e o bebê que busca esse seio. Ele vê aquilo que está dentro dele e fica muito angustiado. A sexualidade vai então se anunciando assim, aos poucos, delicadamente, mas com muita força, permitindo observar que a fantasia inconsciente é a representação mental dos instintos.

Nas cenas seguintes, quando conhece Pema, Tashi vai lentamente percebendo seus próprios desejos. Ele fica fascinado pela mão de Pema, pelas pulseiras que ela usa e o barulho que elas fazem quando Penna mexe os braços, e assim anunciam a sua presença, como o bebê fica fascinado pelo seio da mãe. Os objetos são ainda parciais. A sexualidade é vivida ainda como se fosse um sonho, porém, Tashi sente-se intensamente envolvido pelo encontro com uma mulher. É através da sexualidade que estimula no mais profundo do seu corpo e de sua mente que Tashi começa a questionar sobre a sua vida e o seu destino; sobre quem ele é.

Os pensamentos estão ligados ao conhecimento quando uma pessoa quer dar-lhes significado; a função de pensar de qualquer pessoa está ligada à sua capacidade de fazer juízos críticos e, desse modo, leva a uma separação porque a função de pensar exige a condição do sujeito estabelecer uma diferenciação com o outro e admitir as inevitáveis diferenças em relação a ele. Em outras palavras,

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