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Resenha Artigo "Inclusão E Exclusão Social Do Doente Mental No Trabalho: Representações Sociais"

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Por:   •  8/10/2014  •  459 Palavras (2 Páginas)  •  1.033 Visualizações

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Resenha Artigo

"Inclusão e Exclusão Social do Doente Mental no Trabalho: Representações Sociais"

A exclusão e segregação foram durante séculos o caminho mais percorrido por quem padecia de transtorno mental em tratamento de cunho asilar, causando grandes danos a tais enfermos. A sensação de ser e viver em exclusão traz sofrimentos psíquicos, sobretudo para quem após o adoecimento mental tenta construir possibilidades de trabalho em uma sociedade fechada aos diferentes.

As verbalizações em torno das dificuldades apareceram nas subcategorias "viver dificuldades", "preconceito" seguido por "incapacidade" e "isolamento social".

Conforme percebemos, as quatro subcategorias se somam na compreensão do sentido de ser excluído do trabalho quando se porta algum transtorno mental, trazendo consigo sentimentos que minimizam a dignidade do ser humano.

O preconceito como limite para inclusão no trabalho foi expresso em relação ao aceite social dos adoecidos mentais nos espaços de trocas coletivas, e na intolerância em relação aos diferentes, como aqueles que não seguem as condutas socialmente estabelecidas. O preconceito é definido como um prévio julgamento, sem a devida análise das situações ou sujeitos em questão, acarretando assim erros em campos específicos. Encontra-se inserido na "classe das atitudes", comportando a dimensão cognitiva, asserções em relação aos objetivos e estereótipos, e ainda uma dimensão afetiva relacionada às interações e valores vigentes.

O isolamento social foi relatado pelos profissionais como uma extensão da ociosidade, quando em decorrência da doença o sujeito fica excluído do processo de trocas afetivas e sociais no seu meio.

A incapacidade aparece com duplo sentido. De um lado, representa algo pejorativo, como a sensação de estar exilado do mundo do trabalho; por outro, expressa estratégia de sobrevivência, após viver a exclusão do trabalho ocasionada pelo adoecer mental. Destacamos das entrevistas a percepção deste sentir. O sentir-se excluído desencadeia uma série de reações no entrevistado, como a baixa auto estima e a depressão, que o tornam impotente para reagir em face das adversidades impostas pelo mundo do trabalho. Resta-lhe, então, a sensação de incapacidade, caracterizada como não "servir para nada".

Diante da exclusão e das perspectivas sombrias apresentadas pelo adoecer mental, resta a quem padece de enfermidade mental um caminho inverso: assumir juridicamente a incapacidade na busca dos benefícios previdenciários para sobreviver.

Os danos emocionais ocasionados pelo sentir-se excluído do trabalho são verbalizados como desencadeadores de desestruturações emocionais. A estes se acrescenta a marginalização "social" do sujeito, vista como uma espécie de punição por estar doente.

O fato de não ser aceito implica uma série de danos à vida de quem convive com as doenças mentais. Quando o trabalho representa a felicidade, a exclusão torna-se sua antítese. Observamos no relato do profissional que a integração é pensada para esses sujeitos de forma desigual, pois a demissão de uma pessoa normal não está condicionada a um estado de nervosismo.

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