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Resenha: O Homem e a Cultura

Por:   •  3/9/2023  •  Resenha  •  583 Palavras (3 Páginas)  •  81 Visualizações

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Publicado em um contexto que partia de concepções naturalistas para explicar o

homem, seu psiquismo e suas respectivas ações, “O Desenvolvimento do Psiquismo” expande

o debate quanto à explicação da natureza do ser humano. Não excluindo a importância dos

caracteres biológicos da espécie humana, Leontiev trouxe à tona a sua capacidade de

superação dos limites filogenéticos devido ao seu caráter social, que define a nossa

organização societária até os dias atuais.

Com essa contribuição, pode-se retomar o conceito já inaugurado previamente por L.

Vigotski de que, contrariamente às noções puramente focadas na genética, a atividade

histórica consciente do homem introduz um novo momento da própria história desse ser —

não mais preso, exclusivamente, às determinações genéticas e ambientais, inclusive, contando

com novas leis que regem esse processo.

Já no capítulo “O Homem e a Cultura”, Leontiev discute, expandindo a argumentação

anterior, o processo de hominização e humanização, evidenciando que, com o passar dos

milênios, o ser humano experienciou uma série de mudanças que determinaram a

hominização. Isso levou a espécie humana a tornar-se mais gregária e estabelecer, através de

sucessivas mudanças quantitativas, as capacidades biológicas da espécie para desenvolver a

atividade consciente, unidade básica de análise que fundamenta sua teoria.

O autor argumenta detalhadamente que a partir da viragem, um salto qualitativo no

processo de humanização, o ser humano começa a organizar a sociedade através da divisão

social do trabalho, que desenvolve capacidades no ser, de forma que sua seleção seja sujeita a

leis sócio históricas e não mais a leis biológicas. Portanto, é possível depreender que, como a

humanização e a formação do psiquismo são resultantes da atividade de trabalho, a visão de

mundo e existência psicológica também são.

unesp

Dessa forma, a partir da sua atividade e seu trabalho, entende-se que os seres humanos

são capazes de contrair relações sociais – mantê-las e, em algum nível, escolhê-las –, com

isso, construindo a base concreta e prática da vida em sociedade e, consequentemente, da

própria sociedade (isto é, de cada época histórica, com seu determinado modo de produção,

aspecto cultural, sistema político, etc.).

Isto posto, é possível compreender que a formação da atividade, do trabalho e das

relações de produção também irão resultar, em consequência, numa estrutura de educação, de

ideais e ideias que, no fim, são reflexos das

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