Resenha do Filme Abril Despedaçado
Por: Djc Robertinho • 27/11/2018 • Resenha • 1.053 Palavras (5 Páginas) • 262 Visualizações
Resenha [1]
Filme Abril Despedaçado, de Walter Salles.
Roberto de Souza Alves [2]
Abril despedaçado é um filme brasileiro lançado em 2001 dirigido por Walter Salles, diretor também de outros filmes como “Central do Brasil” e “Na estrada”. O longa Abril despedaçado foi inspirado no livro Prilli i tyer (Abril despedaçado) do escritor albanês Ismail Kadaré. No livro, a história ocorre no norte da Albânia, por volta de 1930 e explora uma realidade que muitos não conhecem que são várias mortes causadas pela guerra entre duas famílias, Kryeqyq e Berisha.
Para que se adequasse mais a realidade brasileira, especificamente ao sertão nordestino, o livro foi adaptado por Karim Aïnouz.
No filme a história retrata o conflito entre duas famílias do sertão nordestino, em um lugar chamado Riacho das Almas. Os Breves e Ferreiras, que são as duas famílias, disputam essa briga que vem passando de geração para geração e estão nessa disputa por terras há anos. Nessa disputa sem fim, o orgulho, a dignidade e honra da família é o mais importante e maior que tudo, até mesmo maior que a felicidade da família ou a perda de um membro da família.
Logo no inicio do filme a história começa a ser contada por Pacú (ou menino) que é um dos Breves, Pacú mora em uma casa muito humilde, junto com seu irmão Tonho e seus pais que são plantadores de canas e vivem da produção e venda de rapadura. No varal da casa está uma camisa manchada de sangue começando a amarelar para dar continuidade a uma obrigação e tradição muito desumana.
Tudo muda quando Pacú um dos personagens ganha um livro de uma moça que passava em uma charrete naquelas terras. O menino não sabia ler, mas só de ler as figura ficou muito alegre, isso foi o suficiente para ele ter uma mudança no modo de ver a vida, não só ele como também o irmão mais velho Tonho. Tendo então amarelado todo sangue da camisa, chega o fim da trégua temporária e hora de Tonho cumprir seu papel, ou seja lavar a honra da família Breves e vingar a morte de seu irmão mais velho assassinado por um dos Ferreiras. Nesse momento Pacú questiona e pede para que Tonho não vá vingar a morte de Inácio (irmão mais velho assassinado), porém é repreendido pelo pai com uma bofetada no rosto, esse por sua vez é um homem insensível e violento, que busca, acima de tudo, honrar o nome da família. Então logo bem cedo, antes do clarear do dia Tonho parte para cumprir a tradição daquela terra, “uma vida por outra vida”, e o pai lembra bem a Tonho, orientando que ele deve matar somente quem matou seu irmão. E Tonho cumpre seu papel de vingar a morte do irmão, executando o assassino do irmão. Seu pai por sua vez pede trégua aos Ferreiras, mas a tradição continua e a trégua será até o sangue da camisa do morto amarelar.
Pacú fica alegre com o retorno do irmão, e os dois em certa noite vão até a cidade para ver o circo, onde lá Tonho conhece Clara, a moça que deu o livro de presente a Pacú. Tonho fica encantado por se tratar de uma bela moça. Ao retornar para casa Tonho é questionado pelo pai por não ter respeito pelo luto do morto, Tonho resolve enfrentar seu pai e é surrado pelo mesmo. No dia seguinte Pacú mostra para Tonho os bois andando sozinho ao redor da bolandeira, isso foi decisivo para que Tonho então tomasse a decisão de fugir e ser livre, pois Tonho conseguiu ver nos bois que esses aceitavam seu destino e que Tonho podia ser livre, diferente dos bois. Tonho foi atrás de Clara e acompanhou o circo até outra cidade, coisa nunca tinha feito em sua vida.
Tendo que voltar para cumprir seu destino pela honra da família, Tonho então volta para casa. Mas quando anoitece Pacú enxerga Clara junto à chuva e mostra para Tonho, esse por sua vez vai ao encontro de sua amada e os dois passam a noite juntos. Porém nesta mesma noite cumpre-se o prazo para o final da trégua e Tonho não deve sair casa, pois sua vida corre perigo. Clara sai e deixa Tonho dormindo, Pacú ao ver Clara sair vai até onde esta Tonho, nesse mesmo tempo Pacú percebe a aproximação do inimigo que veio para tirar a vida de Tonho e toma uma decisão, entregar sua vida pela vida de Tonho, Pacú então veste as roupas de Tonho e toma seu chapéu e vai em direção da morte para por fim naquela tradição. Ouve-se o tiro que desperta Tonho, o pai ao escutar o tiro achara que foi Tonho quem havia morrido e ao encontrar o corpo do filho mais novo, o pai exige que Tonho vingue a morte de Pacú. Porém o sacrifício do menino não foi em vão, Tonho sentiu-se livre e se nega a continuar com aquela tradição. Tonho vai embora deixando sua família para trás, em busca do lugar que Pacú sempre imaginava em seus sonhos, que era conhecer o mar. Pacú apesar de ser criança conseguiu enxergar o mundo de uma maneira totalmente diferente do Pai, ele conseguiu ver que a única maneira de salvar seu irmão, era tendo que sacrificar-se para acabar com uma tradição que não iria ter fim.
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