Resenha do Filme Histeria
Por: thaispaludo • 10/6/2016 • Resenha • 1.486 Palavras (6 Páginas) • 2.245 Visualizações
Resenha do Filme Histeria
O filme inicia com a preocupação de um jovem médico Mortimer Granville, que perdia seus empregos por querer fazer a diferença em sua profissão usando teorias comprovadas da ciência.
Procurando um novo emprego, acaba sendo contratado pelo Dr. Robert Dalrymple, que tinha um consultório onde tratava mulheres com “histeria”. O tratamento era feito com a introdução dos dedos na vagina das mulheres, como uma massagem. Trabalhando, Granville acabou conhecendo as duas filhas do Dr. Dalrymple, Charlot era a filha mais velha, uma mulher independente, gostava de ajudar os podres e era contra os tratamentos de seu pai, já Emily a mais nova era a que tomava conta da casa.
Com a ajuda do jovem médico, o consultório passou a fazer mais sucesso e teve um aumento de pacientes, que se diziam ter histeria. Mas com esse grande aumento à procura do tratamento, Granville começou a ter problemas em sua mão, devido ao uso constante e aos movimentos repetitivos de seu trabalho. Passando a ficar impossibilitado de trabalhar e não satisfazendo as pacientes, foi demitido pelo Dr. Dalrymple.
Em casa com seu amigo que estava criando um espanador de pó elétrico, Granville percebeu que aquilo podia se tornar algo que substituísse sua mão para fazer o tratamento. Então criaram um novo objeto nomeando-o de vibrador. Apresentado para o Dr. Dalrymple, que aceita fazer um teste com suas pacientes, percebendo o grande sucesso entre as mulheres, aceita Graville de volta, e, posteriormente o vibrador é visto como a cura da “histeria”.
O filme nos traz não somente a história da criação do vibrador, mas por trás de tudo isso como eram os padrões da sociedade no passado. A histeria era vista como uma praga que dava na maioria das mulheres, mas os médicos mal sabiam do que se tratava. A sociedade era extremamente machista e os homens não enxergavam as necessidades das mulheres, não percebiam que o problema não era a histeria, mas sim uma insatisfação sexual, por isso buscavam tratamentos.
No filme Charlot é a única que se da conta de que o problema não é realmente a Histeria, é contra os tratamentos do seu pai e trata as pacientes que procuravam o consultório apenas como mulheres frustradas por ficar em casa fazendo tarefas domésticas e por terem maridos egoístas e incapazes de fazer amor com elas.
Percebe- se que a sociedade daquela época era cheia de regras e padrões, não sendo diferente o Dr. Dalrymple era um pai totalmente conservador, inclusive da maneira como tratava suas filhas e era ele quem escolhia com quem elas iriam se casar. Vendo como a própria sociedade via as duas filhas do doutor de maneira totalmente diferente por terem suas vidas diferentes, julgavam Charlot como “desvirtuada”, pois tentava quebrar paradigmas daquela sociedade. Já viam Emily como uma filha e esposa perfeita, pois apenas se dedicava á tarefas da casa. A meu ver Emily não era totalmente feliz por viver aquela vida cheia de regras, e tinha sua irmã como um exemplo, mas talvez por medo de ser negada pela sociedade, escolhia seguir os padrões e agradar seu pai.
O filme também nos traz o preconceito daquela época, principalmente com a prostituição, pois o próprio Dr. Dalrymple em uma cena, fala a Charlot que já aguentou muita coisa quando contratou uma de suas amigas que era prostituta para trabalhar com ele como sua criada. E nega dinheiro a sua filha por achar que, como ela pensa diferente de todos, vai gastar seu dinheiro com a prostituição.
Conclui-se que as mulheres daquela época eram apenas vistas como donas de casa e suas necessidades eram tratadas como algo secundário. Com os princípios rígidos da sociedade as mulheres acabavam sofrendo uma repressão sexual. Apesar de ser uma situação retratada à décadas atrás ainda existem casos hoje, oque passa praticamente imperceptível na sociedade atual. As mulheres não gostam de tratar de assuntos relacionados à sexualidade, falar de sexo apesar de todas as mudanças que já ocorreram desde aquela época até hoje ainda é um grande tabu.
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