Resenha do Filme O Contador de Histórias

Análise do Filme: O Contador de Histórias

Aluno (a) Marcelo Pinheiro Martins, Turma: 4º Semestre – Matutino

Disciplina: Psicologia Social II. Professora: Natália

1º Atividade: Análise: O Contador de Histórias– (Silvia Lane)

O filme O Contador de História, apresenta como protagonista o menino Roberto, morador de uma favela em Belo horizonte com seus nove irmãos e sua mãe. Na intenção de prover um futuro melhor para Roberto sua mãe o envia a FEBEM, acreditando que ele teria uma oportunidade de superar as condições as quais ele e sua família vivem. Roberto usa da criatividade para conseguir algumas vantagens enquanto interno, como alimento por exemplo, no entanto ao completar 7 anos é transferido para outro setor ou instituição, onde foi submetido a violência dos adolescentes, assim começa a fugir, depois cometer pequenos furtos e com isso é taxado como um menino problemático e sem recuperação e com suas fugas começa a perder contato com a mãe. Após conhecer uma pedagoga francesa, Margerith, uma oportunidade concreta de poder mudar e traçar uma nova história para sua vida, pois adotado por ela é levado para França, Roberto estuda e retorna a FEBEM como contador de histórias.

No filme mostra como a discriminação já desde cedo que Roberto sofre, influencia no desenvolvimento do menino.

Outro fator importante é a influência da mídia e do governo para promoção da desigualdade, a propaganda de um lugar que promoveria cultura e ensino, na realidade era isso que realmente acontecia, e a mãe Roberto na boa intenção de oportunizar ao filho algo fora do seu alcance, acredita sem questionar.

O filme apresenta como a educação pode transformar as condições sociais e econômicas das pessoas de origem menos favorecidas principalmente, pois a intervenção da pedagoga foi fundamental, não só como pedagoga, mas também oportunizando a Roberto uma condição real de crescimento de maneira geral. Se comparado a construção da identidade do menino que a instituição e as ruas proporcionaram e a transformação desta através da oportunidade do ensino. A formação da identidade individual de Roberto está sujeito a condições as quais ele estava submetido, assim no decorrer do filme é apresentado que identidade não é algo definitivo e que está em construção, e o diretor do filme apresenta Roberto em uma construção dinâmica da consciência de si e como suas relações subjetivas, comunicação, linguagem e expressões socias foram construídas e reconstruídas, a princípio sob a influência do meio ao qual estava inserido e posteriormente a mudança com contato com a pedagoga e com a educação enquanto esteve na França.

Também outro ponto importante a se destacar são os psicólogos na instituição FEBEM, a falta de preparação e interesse por parte desses, resulta em diagnosticar Roberto com dislexia e discalculia, rotulando-o, e assim justificando o comportamento do menino.

As condições na qual Roberto é submetido em termos de ensino (escola) mostra que a educação de qualidade pode mudar a concepção que o sujeito tem de si, além de ofertar condições de mudança de um estado socioeconômico deplorável para outra oposta.

Pode-se apontar a importância da inclusão socioeducativa para o desenvolvimento do indivíduo, pois percebe-se a FEBEM como uma entidade para negros, além do errôneo, precipitado e definitivo diagnóstico atribuído a Roberto ainda quando criança pelos psicólogos, isso pode fazer a diferença na vida de uma criança e refletir nele e nas suas possiblidades por todo uma vida, no entanto o filme mostra que nunca é tarde para uma intervenção de qualidade e que esta pode influenciar positivamente para formação de um sujeito capaz de desenvolver suas capacidades, físicas e intelectuais.

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