Resenha do Filme "O Poço"
Por: Carolina Klein • 9/11/2021 • Resenha • 370 Palavras (2 Páginas) • 379 Visualizações
Analise do Filme “O Poço”
Ao assistir o filme, se pode retirar alguns significados, de acordo com a visão de cada indivíduo. Pude observar uma forte crítica em relação a sociedade atual e a grande desigualdade social existente. Nas inúmeras representações das classes sociais e como nossa sociedade funciona, é inegável que vivemos num mundo extremamente egoísta e hipócrita. O modo como os indivíduos se comportam, no decorrer do filme, uns com outros, pode muito bem representar a competitividade que vivemos, e a visão que muitos governos têm em relação aos seus cidadãos. A luta diária por conseguir algumas migalhas, se manter vivo em um quarto com um indivíduo desconhecido, manter a sanidade em meio ao isolamento, se remete a realidade de muitas pessoas, principalmente na situação de pandemia atualmente. Nessas situações podemos ver o descaso dos andares mais altos, em relação aos níveis abaixo, em relação a estarem cientes que todos precisam se alimentar, mas não se importar se o próximo andar terá ainda o que comer, e até mesmo da administração, mantendo a imagem de que esta prestando um serviço de qualidade, mas não atinge esse serviço a todos, e ainda privilegia determinado grupo.
Um diálogo entre os personagens Goreng e Imoguiri, me chamou a atenção:
“ - Não era o que esperava. Eu queria convence-los. (Imoguiri)
- Foram convencidos. (Goreng)
- Com merda? (Imoguiri)
- Mais eficaz que solidariedade. (Goreng)”
Vemos no cotidiano situações representadas por esse diálogo, como muitas vezes agimos de determinadas formas por medo e somos solidários por obrigação, e não por ser a coisa certa a fazer pelo nosso próximo.
Partindo para uma visão psicológica, podemos analisar o personagem Goreng, como um indivíduo que está em processo de autorrealização, o chamado “Processo de Individuação” por Carl G. Jung, que atinge indivíduos de meia idade, onde seus objetivos “mundanos” começam a ser questionados e passa a olhar para seu interior. Jung descreve esse processo como um sacrifício, uma renuncia a aspectos materiais para alcançar o verdadeiro Self, e o envolvimento com seus companheiros de cela, podem ser representados como os arquétipos Sombra, Animus e Anima, que nesse processo, o indivíduo está em constante conflito. O correr da história de Goreng, representa todo o percurso do processo, do seu nascimento a sua morte.
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