Resenha do Filme Orgulho e Preconceito

Análise Crítica do filme: Orgulho e Preconceito

Luciana Moreira David

O homem tem a tendência de ver as coisas conforme sua visão de mundo. Uma visão preconceituosa pode afetar a forma como o individuo interpreta a realidade, tomando partido ou se colocando contrário a uma causa ou grupo. Elaboramos estratégias e regras, como esquemas, para fazer a leitura do mundo em que vivemos. São instrumentos uteis que ajudam as pessoas no convívio social. Os Esquemas contem nossas impressões e conhecimentos básicos e exercem influencia sobre o que pensamos como pensamos e percebemos as coisas. São estruturas cognitivas que organizam informações em torno de temas ou assuntos. Eles funcionam como filtros, deixando de fora informações que são inconsistentes, relacionando novas experiências aos nossos esquemas passados.

O filme Orgulho e Preconceito foi baseado no livro escrito por Jane Austen, em 1797, cujo titulo original era “Primeiras impressões”, passando a se chamar “Orgulho e Preconceito”, mostra de forma clara como o uso indiscriminado de estratégias pode afetar as pessoas e a sociedade de uma maneira geral.

 O filme conta a historia dos Bennets, um casal com cinco filhas. Os Bennets, que por não terem tidos filhos homens vivem com a esperança de sua propriedade (Longbourn) ser herdada por um primo distante no caso da morte do Sr. Bennet; a única saída das jovens Bennets é o matrimônio, e elas têm que “casar bem”. Os protagonistas do filme são Elizabeth e o herói orgulhoso Darcy, que têm ideias equivocadas um do outro. Elizabeth avalia mal as pessoas, usando esquemas como o efeito primazia, avaliando o caráter do outro pela primeira impressão. Elizabeth é motiva a ver as coisas de forma a confirmar a sua visão de mundo. Ela julgou mal Darcy e também o Mr. Wickham, o que poderia ter lhe custado uma vida de arrependimentos.

Darcy a princípio é considerado orgulhoso e preconceituoso pela imensa maioria das famílias do Hertfordshire, por não expressar sentimentos e bom humor de forma cortês como à sociedade aguardava. Elizabeth conhece Darcy e também o julga orgulhoso, pois a primeira impressão é ruim, o que faz com que ela tenha o mesma opinião por muito tempo, baseando-se na primeira impressão, associada à opinião dos outros.  É difícil saber como alguém se sente ou que tipo de pessoa é observando apenas o comportamento não verbal. Além da informação dada pelo comportamento da pessoa, fazemos inferências sobre seus sentimentos, seus traços e seus motivos. Uma maneira de fazer isso é através do uso de uma teoria implícita de personalidade para preencher as lacunas. Uma teoria desse tipo é composta por nossas ideias gerais sobre que traços de personalidade existem junto nas pessoas. A cultura e a língua do individuo geram teorias implícitas de personalidade amplamente compartilhadas, teorias essas que podem influenciar o tipo de impressões que as pessoas formam umas sobre as outras.

Os preconceitos de Elizabeth em relação a Darcy se tornaram uma Profecia Auto realizadora, na qual os Esquemas se tornam verdadeiros porque quando temos expectativas sobre o que a outra é, influenciamos a maneira como agimos em relação a ela, o que faz com que essa pessoa se comporte de modo coerente com as nossas expectativas originais, fazendo com que ela se transforme em realidade.

É num baile que começa a antipatia de Elizabeth por Darcy. Darcy se recusava a dançar alegando que seria uma punição ter que dançar com qualquer moça ali presente que não fizesse parte do seu grupo. Bingley então vê Elizabeth ali perto e pede permissão à Darcy para que Jane os apresente, e Darcy com toda a sua arrogância responde que “ela é tolerável, mas não é bonita o suficiente para me atrair.