Resenha do filme "A onda"

Pró Reitoria Acadêmica – Direção Acadêmica.
Curso: Psicologia – 2º Período.
Professor:   Nomes:
1. Referência: A ONDA. Diretor: Dennis Gansel. Produção: Christian Becker, Nina Maag e Anita Shneider. 2008.
2. Informações sobre o filme: O filme foi gravado sob a direção de Dennis Gansel, tendo como elenco Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt, Jennifer Ulrich, Jacob Matschenz, entre outros. O filme se trata da tentativa do professor Rainer em ensinar a seus alunos, em uma semana onde a escola em que trabalha oferece cursos aos estudantes, o que é a autocracia. Na medida em que ele tentava tornar o ensino menos monótono e prazeroso, não conseguia observar que o seu plano de ensino estava saindo de seu controle.
3. Resumo: O filme “A onda”, originalmente “The welle”, retrata a história de estudantes do Ensino Médio de uma escola alemã, que ao escolherem o curso temporário de tema autocracia, são imersos profundamente no tema, em uma dinâmica criada pelo professor Rainer Wenger, que apesar de inicialmente não gostar da idéia de ministrar as aulas neste tema, decide obter o máximo de proveito de seus alunos. Rainer decide transformar a classe em um exemplo de regime autocrata para deixar o assunto mais prazeroso de ser estudado. Para que isso fosse feito, os alunos deveriam seguir algumas regras básicas impostas pelo líder, o próprio professor, escolhido pela classe que a partir de então teriam que chamá-lo de “Sr. Wenger”. No começo, tudo parece estar indo muito bem, até que passa a ser obrigatório o uso de um uniforme para pertencer ao grupo: uma simples blusa branca. Uma das garotas que pertencia ao grupo foi a única a não comparecer a classe no dia seguinte de acordo com os demais alunos. A rejeição pelo diferente estava clara e também presente pelo tratamento do professor com ela quando estavam fazendo a escolha do nome do grupo: A onda. A partir de então, um grupo de alunos começam a se questionar qual o rumo que “A onda” estava tomando. Pessoas eram barradas por não usarem blusas brancas que nem as deles, por não fazerem o sinal que o grupo inteiro fazia, entre outros. Os alunos saem a noite para vandalizar a cidade colando adesivos e pichando a logo em todos os cantos e começam a ficar agressivos diante da opinião de quem contraria o movimento. Após uma séria briga em um jogo envolvendo membros de “A onda”, o professor começa a finalmente perceber qual era a situação na qual havia colocado seus alunos. Sua esposa não concorda com o movimento, e um dos alunos que fazia parte tenta alertar também o professor, confessando que chegou a agredir sua namorada por discordar do grupo. No dia seguinte, o “Sr. Wenger” coloca os membros d'A onda em um tipo de auditório e começa a discursar o porquê de “A onda” não poder acabar no final daquela única semana, o porquê de “A onda” não poder simplesmente se restringir apenas naquele colégio e ter que ocupar Alemanha inteira. Um dos alunos indignado com a posição do professor, resolve se opor a ideia, porém, Rainer, claro, faz com que membros do grupo o arrastem até a frente e lhes pergunta o que deveria ser feito com aquele traidor. Alguns diziam que ele deveria ser expulso e outros não sabiam o que dizer. Logo, o professor resolve contar a verdade, contar o que a autocracia tinha feito com eles, excluir o outro por ser diferente. Confessa ser apenas o seu plano de ensino. Tim, o membro obcecado, não aceita a ideia e ameaça seus colegas com uma arma de fogo, chegando a disparar um tiro em um de seus colegas. O caos toma conta do salão em que ocorre a reunião e Tim ameaça atirar no professor, se este insistir em acabar com “A onda”. O professor tenta controlar a situação, mas Tim se suicida com um tiro na boca. O filme termina em tom extremamente dramático, com os alunos visivelmente traumatizados , e o professor sendo levado pela polícia, aparentemente chocado com o desfecho do movimento que criara.
4. Apreciação: A autocracia representada no filme segue o modelo de dominação Racial-Legal de Weber pois é baseado na: “Validade do estatuto legal e na competência funcional, fundado em regras racionalmente criadas” – Podemos ver isto quando o professor começa a implantar as regras para poder falar em sala e na implantação do uniforme por exemplo; “Obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida deve-se obedecer” – Rainer é eleito como líder do movimento e desde sempre fica claro que à quem deve-se obedecer. “O tipo daquele que ordena é o superior, e quem obedece é o funcionário.” – Os alunos não hesitam em cumprir suas ordens e respeita-lo como seu superior. (com exceção é claro das duas alunas “revoltadas” contra o movimento). O filme contribui em nos mostrar que é possível sim que nos dias atuais possa ser implantado um governo autocrático, e que esse modelo se encaixa aos poucos com sutis mudanças e regras e logo toma uma dimensão enorme e difícil de ser abolida. Este foi o caso do nazismo. Hitler fez promessas de reerguer a economia e estrutura da Alemanha defendendo a hegemonia de uma raça (ariana) e união do povo tendo um só líder como solução dos problemas da época. A autocracia se instaura com mais facilidade em momentos de guerra, pós guerra e fragilidade financeira, que era exatamente a situação da Alemanha na época. O filme contribui também como alerta para que nós fiquemos atentos aos políticos, suas decisões, feitos, seus projetos e suas doutrinas, a fim de não aceitar caso um governo parecido com esse se instale no país.

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