Resumo Crítico do Artigo “História do Conceito de Saúde”
Por: Emanuelle Sousa • 15/8/2019 • Trabalho acadêmico • 897 Palavras (4 Páginas) • 1.077 Visualizações
Bibliografia: Scliar, M. (2007). História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, 29-41.
O artigo tem como tema a ascensão histórica do conceito de saúde a partir do nexo
cultural, sociopolítico, e econômico de cada estágio do desenvolvimento da humanidade. O
conceito de saúde é baseado no relativismo, o mesmo pode ser aplicado para o conceito de
doença. A visão de mundo de cada sociedade pode alterar sua compreensão da relação saúde-doença.
Desde o início das primeiras civilizações vem surgindo diversos conceitos sobre
como enfrentar as diferentes patologias, entre elas a concepção mágico-religiosa, que em
diversas culturas acredita que tais enfermidades seriam causadas pela ira divina, maldições ou
ação de demônios.
Os casos de lepra que datam desde o século II a.c. são um paradigma, eles
afirmavam que a enfermidade era uma proclamação do pecado, o leproso era considerado morto e assim era rezada a missa de corpo presente, após da missa era proibido de ter contato com outras pessoas ou enviado para um leprosário.
Além da influência do cristianismo também são notáveis as perspectivas de outras
culturas, como feiticeiros tribais, que se encarregavam de expulsar, mediante rituais, os maus
espíritos que se tinham apoderado da pessoa, causando as doenças. Um exemplo no contexto
brasileiro é a crença dos índios Samarruma de que o conceito de morte por causa natural ou
acidental não existe, já que para eles sempre é resultado de maldição de inimigos ou pecados.
A perspectiva da medicina grega foi de grande importância na maneira de encarar
as doenças, já que, além de cultuarem a divindade da medicina (esculápio) e outras duas deusas
(Higieia e Panaceia) para os gregos a cura também era obtida pelo uso de plantas e de métodos
naturais e não apenas por procedimentos ritualísticos.
Um importante personagem desta discussão sobre definição de saúde e doença, é
o pai da Medicina, Hipócrates. Diferentemente do contexto anterior, Hipócrates traz uma visão
racional da medicina e postulou a existência de quatro fluidos principais no corpo, que eram a
bile amarela, a bile negra, fleuma e sangue. Assim a doença era definida como a desordem
destes elementos. E em seus escritos é possível observar visões epidemiológicas da
problemática saúde-doença e a discussão de fatores ambientais ligados a doença, assim surgiu
a ideia de miasmas.
Já no oriente, a visão de saúde e doença, apresenta uma perspectiva diferente, mas
com alguns pontos semelhantes as ideias de Hipócrates. Defende-se a existência no corpo de
forças vitais, que quando funcionam de forma harmônica promovem a saúde e caso contrário
surgem às doenças. Enquanto, a influência cristã manteve a concepção da doença como
resultado do pecado e a cura como questão de fé.
Paracelsus acreditava que as doenças eram geradas por agentesexternos, e devido
o alto desenvolvimento da alquimia e da química na época elas se tornaram grandes
influenciadoras da medicina. Posteriormente as ideias de Descartes, que postulava o corpo como
uma máquina, juntamente com o surgimento da anatomia afastaram a visão humoral das doenças, mas isso não acarretou muitos avanços na medicina, já que, tempos depois a doença
seria romantizada por artistas.
Entretanto a ciência prosseguiu com seus avanços e no século XIX ocorreu a
Revolução Pasteuriana, onde foram descobertos fatores etiológicos, possibilitando que doenças
fossem prevenidas
...