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Resumo Da Apostila De Psicologia

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Por:   •  31/5/2014  •  7.806 Palavras (32 Páginas)  •  534 Visualizações

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SITUAÇÃO DA FORMAÇÃO E DAS ATIVIDADES DE TRABALHO

Características e objetivo

Reavaliar e propor transformações para que se tente um passo além das denúncias de constitui uma responsabilidade ética e política e uma inevitável exposição às criticas, às concordâncias e às discordâncias. Representa também uma tentativa de prestação de contas à sociedade – sociedade que investe para geração de um profissional descontente como o seu próprio papel.

Borges-Andrade e colaboradores, em uma pesquisa realizada com psicólogos do Distrito Federal, utilizando uma escala de suficiência contendo cinco pontos, encontraram 32,4% dos pesquisados que “julgaram seu curso como bastante ou totalmente insuficiente”. A avaliação de quase um terço dos profissionais quanto à sua formação, requer, sem dúvida, providências imediatas. Se assim não proceder, é de se esperar circunstâncias cada vez mais deterioradas. A partir da má-formação, compromete-se a profissão como um todo. Não se pretende esconder atrás de explicações que trazem, intencionalmente ou não, posturas desmobilizadoras. O acadêmico, todavia, é o principal. É, sobretudo nessa instancia que se pretende dirigir ações modificadoras.

Tem-se a intenção de sistematizar dados, os quais têm sido obtidos pelo esforço de inúmeros psicólogos em diversas regiões do País. Tem-se o propósito contribuir para o debate da questão da formação do psicólogo que desempenha ou desempenhar um papel profissional dentro de uma organização. “Ao lado dos estudos descritivos já realizados, ou ainda por fazer, é possível e útil desenvolver trabalhos de sistematização dos dados obtidos pelo vários estudos já realizados” (Batomé, 1988, p.286-287).

É preciso criar condições de sistematização a partir dos problemas existentes e do que já se conhece a respeito deles. Conforme postula Gomide (1988, p. 85), “enxergar melhor a realidade favorece, sem duvida alguma, a escolha dos caminhos mais adequados...” Na visão de Duran (1983, p.13), “(...) temos de nos voltar para nossos cursos, analisar cuidadosamente as variáveis envolvidas e experimentar”.

O uso do conceito de necessidades foi a via encontrada para chegar à análise do problema da precariedade da formação do psicólogo organizacional e de suas implicações nas atividades de trabalho.

Batomé (1988, p. 287) supõe que “acompanhar o que acontece com os egressos da universidade e atender às suas necessidades de atualização e aperfeiçoamento pode dar muitas informações úteis sobre as relações entre exercício profissional e formação acadêmica”.

Os estudos, em grande parte, descrevem o que tem sido feito ou se faz na formação e na atuação dos psicólogos. Há considerável quantidade de dados e muitas interpretações foram apresentadas. “O que falta de conhecimento e de atuação pode ser a próxima etapa a ser desenvolvida nos estudos a respeito do exercício profissional” (Batomé, 1988, p. 286). As lacunas – de conhecimento, de atuação de formação – podem apontar horizontes melhores que os que temos hoje disponíveis.

Pode-se dizer, portanto, que o objetivo deste livro concentra-se em identificar e analisar as necessidades derivadas das atividades de trabalho do psicólogo organizacional brasileiro e suas inter-relações com a formação profissional, suas condições e implicações. Nas últimas pesquisas que vêm sendo realizadas, da insatisfação com o estado atual, tanto da formação quanto das atividades desenvolvidas pelos psicólogos organizacionais. Seja qual for o direcionamento ético, político ou técnico que se pretenda imprimir a essas atividades, constata-se uma

concordância em torno da insatisfação com a situação presente e da premência de se promoverem modificações.

A estratégia básica da analise conduz à exploração e à descrição dos conteúdos verbais identificados como necessidades dos psicólogos organizacionais.

O procedimento empregado na pesquisa dividiu-se em duas fases: (1) coleta e estruturação dos conteúdos verbais e (2) sistematização dos conteúdos verbais em conjuntos temáticos e estabelecimento das inter-relações entre os conteúdos. Na primeira fase a questão foi apresentada nessa forma: “Quais são as necessidades possíveis de serem identificadas nos psicólogos organizacionais quando se comparam as inter-relações entre a formação profissional e as atividades de trabalho?” As verbalizações foram transcritas e procedeu-se à leitura preliminar do material registrado. Em seguida, selecionaram-se trechos de fala de cada participante, conforme o interesse pela identificação das necessidades dos psicólogos organizacionais, das condições e das implicações vinculadas a tais necessidades. As verbalizações selecionadas foram alocadas na montagem de matrizes (folhas compostas por seis células) resultantes de interseção das condições, dos eventos e das implicações, como as dimensões da formação profissional e das atividades de trabalho. Às verbalizações, assim distribuídas nas matrizes, acrescentaram-se unidades de conteúdo, que eram sínteses das verbalizações que se seguiam em cada célula, elaboradas pelo pesquisador. As matrizes de relações foram apresentadas aos participantes nessa configuração preliminar, justamente com instruções escritas para a continuidade do trabalho. O procedimento repetiu-se até a estruturação final de matrizes de relações, no momento em que se julgavam “esgotadas” as contribuições de cada participante.

Na segunda fase do procedimento, o pesquisador procurou sistematizar as informações resumidas nas unidades de conteúdo, para que pudessem ser interpretadas em seu conjunto. Para tanto, as unidades de conteúdo foram segmentadas, conforme as informações e a natureza do segmento relativo às classes (condições, eventos, implicações). Em seguida, identificaram-se palavras-chave nos segmentos, as quais foram reunidas de acordo com a similaridade entre elas. A codificação numérica das palavras-chave, representando o conjunto e a ordem da palavra no conjunto, permitiu utilizar recursos da computação para o agrupamento das unidades de conteúdo, formando conjuntos em torno de temáticas comuns.

André (1988, p.494) reserva “os termos ‘qualitativo’ e ‘quantitativo’ para diferenciar técnicas de coleta ou tipos de dados obtidos”, complementado pelo tipo de pesquisa realizada. O procedimento de coleta e analise de dados, portanto, tal como se construiu, e pela natureza dos dados obtidos, caracteriza-se como qualitativo, enquanto a pesquisa (ainda conforme esse autor), em sua globalidade, caracteriza-se como exploratória e descritiva.

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