Síntese do filme Eu não tenho a menor ideia do que estou fazendo da minha vida.
Por: fayluja • 22/5/2017 • Trabalho acadêmico • 565 Palavras (3 Páginas) • 560 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO UFMS
ACADÊMICA: LIZINETH VALDES PINTO, 6.semestre
PROFESSORA :CLÁUDIA ELIZABETH MONDINI
Disciplina: orientação profissional e de carreira
ATIVIDADE AVALIATIVA
No filme “Eu não faço a menor ideia do que tô fazendo da minha vida”, a personagem central, Clara, uma adolescente que por imposição da família está cursando medicina, resolve por influência de um colega a fazer uma pesquisa de campo dentro da sua família sobre o que seria uma escolha profissional. A escolha da profissão para a adolescente gera uma inquietação emocional, por isso ela vai em busca das respostas com seus familiares, verificando que esta escolha tem uma forte influência com o estilo de vida quando percebe nos relatos de seus parentes o quanto eles eram infelizes com sua profissão, de como a vida deles tinham mudado, uns estavam deprimidos e outros não tinham nenhum comprometimento com a profissão escolhida. Clara é uma adolescente típica da classe média, os pais são separados, tem uma segurança financeira, mas a escolha de um caminho profissional causa-lhe muitas dúvidas. A construção identitária é um processo pelo qual a adolescente está atravessando em busca do produto final que será a sua identidade. O processo de escolha é um ritual de saída do núcleo familiar para o ingresso em algo maior, que é a sociedade total; da dependência para uma independência. Clara corresponderá ao perfil mercado de trabalho caso faça uma escolha que sua família julga de muita importância social, como a medicina, uma profissão que confere um status, com excelente remuneração que representa a vertente da escolha como uma condição inerente à sua vida financeira. A orientação profissional na psicologia vem propor um olhar mais cuidadoso sobre diversos aspectos que influenciam a escolha profissional. Ao considerar o homem sujeito de escolhas, consideraremos que a escolha do futuro é algo que lhe pertence e que nenhum profissional, por mais capacitado que esteja, tem o direito de expropriar. (Bohoslavsky, 1977)
A orientação profissional com abordagem sócio-histórica, segundo BOCK (20016) procura estabelecer paralelos da vida do indivíduo, da sua realidade em confronto com as forças “invisíveis”, equivalentes aos fundamentos das Teorias não-psicológicas. A internalização de tais conceitos reforçam a culpabilização do indivíduo no processo de oferta e procura. Essas condições se assentam nos aspectos sociais e econômicos e tornam-se determinantes do destino do indivíduo podendo levá-lo a caminhos irreversíveis ao atender esses determinantes econômicos, contrariando que os seres humanos são multideterminados, e detentores ao mesmo tempo das potencialidades socialmente construídas, de interferir nas condições históricas em que vivem, podendo fazê-lo com o objetivo de mantê-las ou modifica-las. Conforme a lógica do capitalismo em suas formas de subjugar o indivíduo, atribuindo-lhe responsabilidades em uma qualificação para se enquadrar na produção do mercado, excluindo a subjetividade, os desejos e dando em troca o adoecimento. São estabelecidas novas formas de construção psicológicas que atuarão dentro da empregabilidade, de manter-se no emprego e ser empregável, o trabalho configurará não para satisfazer e dar prazer as necessidades e sim para atender o mercado, na inserção rápida. Um processo contínuo de preencher as exigências de ser empregável, mesmo em condições precárias e desumanas, pois afinal, o sucesso ou fracasso pessoal e de carreira depende somente do indivíduo segundo o neoliberalismo, as chances, as ferramentas são dadas de modo igual para todos, entretanto, o mercado atende na lógica liberal somente a mão de obra que proporciona lucro imediato, perfazendo a Teoria do Capital Humano que alicerça o discurso neoliberal.
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