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Sensação E Percepção

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Por:   •  23/9/2014  •  856 Palavras (4 Páginas)  •  180 Visualizações

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Todos os dias utilizamos a palavra sensação. Mas o que é uma sensação?

A sensação é um processo fisiológico de ligação do organismo com o meio, através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um influxo nervoso ( corrente elétrica que percorre os nossos nervos) desde o órgão sensorial até aos centros de decodificação. Realiza-se pela ação de um estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para o receber. Assim, por exemplo, os olhos recebem estímulos luminosos, os ouvidos estímulos sonoros, etc.

Os nossos sensores são, assim, os órgãos dos sentidos que recebem e transmitem mensagens bioquímicas sob a forma de influxo nervoso que após serem decodificadas e interpretadas nos centros nervosos de conexão (espinal medula e encéfalo), desencadeiam uma resposta motora ou glandular.

Com efeito, a sensação consiste numa espécie de apresentação isolada das qualidades dos objetivos constituído a base da percepção, se bem que não se possa isolar dela. É, por conseguinte, a via através da qual entramos em contato com o meio e que está, portanto, na gênese do conhecimento, fornecendo-lhe os elementos imediatos e sensíveis que vão ser objetos de um processo de interpretação e organização a que chamamos de percepção.

Assim sendo, a percepção é uma configuração e organização desses elementos que a nossa mente integra nas nossas experiências passadas, ligando e unificando-os, isto é, filtrando-os através dos fatores de significação que a linguagem e as referências culturais de cada um já criaram.

É assim que, partindo de uma multiplicidade de informações presentes e passadas, a p percepção se constitui como uma construção individual, e é por isso que este processo, dependendo, por um lado, dos mecanismos sensoriais e, por outro, das vivências individuais, permite construir uma visão da realidade já muito complexa, a qua cada um pode atribuir um significado particular.

(...)

Tomemos como exemplo disso o testemunho de um cidadão americano que, em Paris, se dá conta desta seletividade da nossa percepção:

“Eu moro em Gaches (ele queria dizer Garches), nos arredores de Paris e

muitíssimas vezes tenho de voltar para casa de táxi; ordeno, então, ao condutor:

'Gaches', mas ele não compreende. Repito-lhe em todos os tons,

virando a pronúncia: Gaches, Gâches, Giches, Gêches, Gueches, Guches, Gûches,

Guiches, Gaiches... leva muito tempo a compreender... muitas vezes preciso de

monstrar-lhe Gaches no mapa...; enfim, quando o condutor acaba por me

compreender, responde peremptoriamente (é o americano que fala): "Ah! Gaches! Porque não disse mais cedo?" Ora é certo que o condutor disse

Garches e não Gaches, mas o americano não ouviu o 'r' e, portanto,

não percebe a diferença entre Garches e Gaches, uma vez que subestima, despreza

e anula o 'r' de Garches.

Jean Fourastié, Idéias

para o Progresso Social e Científico, Livros do Brasil, pág. 139.

Costumamos acreditar que se vê com os olhos e que se ouve com os ouvidos, e que ver e ouvir são fenômenos objetivos e, por isso, pensamos que quando um som, por exemplo, é emitido também deve ser percebido objetivamente pelo ouvido humano.

Ora, pelo contrário, o que o exemplo acima citado demonstra é que:

a) o ouvido humano, neste caso particular, e os sentidos, de um modo geral, são apenas sensores para obter dados, que transmitem ao cérebro;

b)

...

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