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Talamira Taita Rodrigues Brito

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Por:   •  26/9/2013  •  3.124 Palavras (13 Páginas)  •  961 Visualizações

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PRÁTICA DE ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DIGA-ME COM QUEM ANDAS QUE TE DIREIS QUEM ÉS!

Talamira Taita Rodrigues Brito – taiatadoc@gmail.com

Resumo: trata-se de uma discussão sobre os caminhos trilhados pela Prática de Ensino nos cursos de formação de professores nos movimentos históricos de pensá-la tanto como disciplina quanto como campo teórico e político. O texto argumenta que a Prática de ensino embora tenha avançado teoricamente e também nas práticas de organização de matrizes curriculares de cursos de licenciatura, ainda carece de maiores discussões para esta ser entendida como algo inerente aos cursos e disciplinas que atuam na formação de professores e mais ainda ser entendida como um espaço de construção de singulares para praticar o ensino.

Palavras-chave: prática de ensino; formação de professores; licenciatura.

Prática de ensino e formação de professores... por onde andas?

Devo começar falando um pouco do título desse trabalho.

Quando somos menores, crianças que se percebem descobrindo o mundo, temos os nossos pais, nossos avós, nossos tios, aquela senhora do outro lado da rua, o vendedor de sorvete e tantos outros personagens que nos deixam, para além de ensinamentos sobre o que fazer e não fazer, um repertório de vários dizeres sobre as coisas cotidianas da vida. Quando criança, nem damos o valor, ou entendemos ao certo o que significa e acabamos por achar que se trata de coisa de “velho”. Assim cresci ouvindo os “velhos” dizerem: “quem com porcos anda, farelo come!”, “venha para cá com sua cara mexendo e o espinhaço sambando”, “comigo não, violão”, “casa de ferreiro, espeto de pau”, “diga-me com quem andas que te direis quem és” e tantos outros verbetes e dizeres que passaria o dia lembrando e escrevendo...

Pois bem, a minha época de menina já passou há algum tempo, é bem verdade, e com isso aconteceu algo de estranho comigo: comecei a me ouvir falando coisas para os outros que meu pai me dizia... comecei a dar sentido aos “dizeres” como frases carregadas de lógicas e propriedades que nos faz pensar na forma como a vida se processa, como os valores são construídos e como tudo isso traduz como o sujeito investe em sua forma de viver a vida. De olhar para mundo, de pensá-lo e edificá-lo.

O título do texto expressa uma lógica que construímos sobre os processos de pensar a prática de ensino no decorrer da construção do espaço desta na vida e formação de professores e futuros professores.

“Diga-me com quem andas que te déreis quem és” é uma metáfora que une os valores que você carrega, as opções que você faz diante da vida e naturalmente com quem você comunga sobre esta forma de viver a vida. Assim, trago um pouco desta lógica, dessa metáfora para discutir esta noite sobre com quem andamos quando pensamos Prática de Ensino e Formação de professores.

Antes de apresentar como decidi organizar as minhas ideias, gostaria de também dizer de onde falo. Sou professora da área de Metodologia e Prática de Ensino desta Universidade Estadual, campus de Jequié há mais de 12 anos. Nasci professora de estágio para licenciatura, digo isto porque gosto do que faço, trabalho no curso de Pedagogia, sou pedagoga há mais de 15 anos e de lá para cá andei como muitas pessoas, muitos leituras, muitas experiências formativas, muitas expectativas junto aos estágios e andei com muitas reflexões sobre ele, a formação de professores e a prática de ensino – razão maior deste texto.

Assim, me forjei professora de estágio e forjei a minha prática de ensino. Desta maneira, a primeira afirmação que apresento é que considero aqui a prática de ensino como um espaço de edificações de fazeres e que está ligada diretamente ao que lemos e ouvimos, sobre formação de professores, sobre aprendizagem, sobre ensinagem. Construímos, portanto, cada professor a sua prática de ensino, dentro de um rol de lógicas que coadunam a partir do momento que estabelecemos para nós mesmos a forma como compreendemos os processos escolares, de formação de pessoas, de nossa formação como formadores e como isso tudo prioriza o sujeito que pretendemos formar. Portanto, a prática de ensino ganha luz na medida que nos colocamos a pensar sobre mecanismos de forjar professores e o que aderimos como forma e prioridade para isso acontecer.

O texto então tem como objetivo fazer um percurso de reconhecimento histórico das tramas que trouxeram a prática de ensino ora como disciplina nos cursos de formação de professores, ora como campo teórico que apresenta um rol de disciplinas, de conteúdos que a representam no bojo das matrizes curriculares que cuidam do formar professores nas mais diversas áreas. Trago também os dilemas que carregamos dentro de cada um de nós quando a questão é estabelecer as possibilidades dentro da gente de pensar a Prática de Ensino como um espaço de construção de fazeres, viabilizados por nossos aprendizados ao longo dos cursos de graduação... ao longo de uma vida formativa. E por fim formalizar o que apresento no título: diga-me com quem andas que te direis quem és! Com algumas conclusões.

Para tanto divido o texto em duas partes: Prática de ensino e formação de professores... com quem andou ou com quem andas? Diga-me com quem andas que te direi quem és... os espaços que construímos para dialogar com nossa prática de ensino e com a formação de professores...

Prática de ensino e formação de professores... com quem andou ou com quem andas?

Originalmente o termo Prática de Ensino está associado a uma ideia de que teoria precede a prática. Isso é um começo que está relacionado as formas binominais que foram edificadas junto ao pensamento moderno que separa teoria de prática. Que faz a relação domínio e imagem como forma primeira de educar os sujeitos. As fontes de inspiração historicamente traduzidas pelo sentido do sujeito como uma Tábula Rasa... anuncia em larga escala a imitação, a desdobramento de exemplos, a repetição, a cópia de coisas, a memorização, a decoração de trechos como meios únicos de fazer o conhecimento brotar no outro.

Essa mecânica, certamente também foi o fio condutor que se instalou nas primeiras Escolas e Institutos Normais de formação de professores aqui no Brasil, inicialmente. Já que em 1827, data da promulgação da Lei da Escola de Primeiras letras aparece pela primeira vez a preocupação coma formação de professores. Se a nossa inspiração era europeia, se os princípios que inauguram a escola moderna é o comentado anteriormente, aqui podemos

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