Transtornos Dissociativos
Casos: Transtornos Dissociativos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariacruces • 30/3/2013 • 2.183 Palavras (9 Páginas) • 1.383 Visualizações
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E CONVERSIVOS
Apesar dos relatos relacionados à histeria remontarem ao século XIX, houve durante muito tempo desinteresse sobre o tema.
Eugène Azam relatou caso e falou da hipnose como forma de tratamento, porém só teve seu trabalho reconhecido quando Janet, anos depois retomou a questão usando a técnica de hipnose de Charcot.
Naquele momento descrevia-se:
- memórias excluídas ou totalmente apagadas (dissociadas) – dissociação da organização mental;
- desaparecimento de memórias dissociadas da consciência e da recordação voluntária produziam amnésia clínica;
- desaparecimento dissociativo de sensações e padrões de movimento levava a sintomas conversivos sensórios-motores, tais como anestesias e paralisias.
- o retorno parcial de sensações ou idéias dissociadas de atos motores produzia alucinações ou movimentos e espasmos musculares anormais que eram alheios ao ego.
- o retorno de elementos mentais dissociados sobrepujando a consciência pessoal – estados de transe anormais – paciente: reviver e reencenar as memórias intrusas, freqüentemente traumáticas.
- pessoas sugestionáveis, assim respondiam facilmente à hipnose.
- dissociação de elementos mentais inconscientes – processos dissociativos.
Historicamente
Para Janet:
Deficiência patológica – provavelmente genética – da energia mental básica.
Modelo de déficit de funcionamento psíquico no qual o ego está muito fraco para manter o controle dos elementos psíquicos.
Para Freud:
Modelo de conflito no qual um ego forte protege-se vigorosamente da dor psicológica por meio da operação do mecanismo defensivo da repressão – um processo manifestado fenomenologicamente como dissociação.
Ambos enfatizam trauma e seus traços de memória dolorosos.
Concepções modernas:
DSM I separação entre: - reação conversiva
- reação dissociativa
DSM II neurose histérica: - tipo conversivo
- tipo dissociativo
DSM III e DSM III R
- há uma separação radical e transtorno conversivo é classificado como um tipo de transtorno somatoforme. Mantido no DSM IV.
No decorrer dos séculos “histeria” se tornou um termo indiscriminado, representando uma diversidade de sintomas agrupados de forma caótica tornando-se inútil como categoria diagnóstica. Há uma tentativa de trazer ordem ao caos, porém a separação classificatória dos transtornos conversivos dos transtornos dissociativos deixa de considerar o que se comprovou, ao longo da história como processos dissociativos sendo causa dos sintomas somáticos e dos sintomas mentais.
Processos Dissociativos – função psicológica de defesa protegendo de: - consciência dolorosa, conteúdos mentais emocionalmente perturbadores (traumas ou a experiência de fantasias, emoções ou impulsos associados com instintos sexuais e agressivos indesejáveis e inaceitáveis).
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
- Distúrbios sintomáticos da memória, cs. e identidade pessoal.
A diferenciação se dá por:
“Variações fenomenológicas determinadas pela variação do estado de consciência do paciente e pelo grau e natureza da intromissão na consciência dos elementos mentais dissociados”.
Podem ser: (DSM IV)
1. Amnésia Dissociativa
2. Fuga Dissociativa
3. Transtorno Dissociativo de Identidade
4. Transtorno de Despersonalização
5. Transtorno de Transe Dissociativo
6. Transtorno Dissociativo sem outra Especificação
1. Amnésia Dissociativa
- perda de memória, de início súbito, de experiências e eventos pessoais que são, com freqüência, física e emocionalmente traumáticos;
- pacientes são incapazes de recordar qualquer evento que tenha ocorrido durante um período de tempo específico estendendo-se de algumas horas a dias –
amnésia generalizada (rara)- quando se estende à vida inteira;
amnésia seletiva ou sistemática – restrita a memórias seletivas – ex., apenas relacionadas a determinada pessoa;
amnésia contínua - esquecimento de eventos contínuois e sucessivos.
De forma geral não tem distúrbio significativo na identidade pessoal, não há organização em personalidades distintas e separadas.
Etiologia:
- trauma emocional talvez potencializado pela predisposição do indivíduo à dissociação.
Epidemiologia:
- sem dados;
- talvez mais comumente vista nas emergências de hospitais gerais;
- estudos recentes – aumento de casos após situações traumáticas (guerras, seqüestros, etc.) – reação de curto prazo tanto em homens como mulheres.
Curso e Prognóstico
- episódios curtos e delimitados;
- recuperação boa;
- risco contínuo do uso do mecanismo dissociativo quando sobre pressão ambiental ou instintiva.
Tratamento:
- ação imediata do médico para restaurar a memória, podendo ser usado método de associação livre ou hipnose ou tiopental.
- psicoterapia extensiva – para paciente lidar com conflitos
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