Uma Mudança de Comportamento

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

CURSO DE PSICOLOGIA

ONICOFAGIA

ANDRESSA MÜLLER

BIANCA GASPAR LESSA

BRUNA MIRELLA DE SOUZA VIEIRA

LEIRY RAQUEL GUERRES TELES

LETÍCIA DO NASCIMENTO DA ROSA

LOUISE DE VILLA LENSER GASTON

LYDIA MENDONÇA DO PLADO

PROFESSORA MARYAHN KOEHLER SILVA

Analise Experimental do Comportamento

Joinville – SC

2016

1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivo

        Extinguir o comportamento de onicofagia de um homem de 25 anos.

1.2Justificativa

        A onicofagia que é conhecida pelo hábito de roer unhas, é considerada um hábito nervoso e contínuo, estando relacionada com o estado emocional do indivíduo, sendo um alívio para a ansiedade. Nos adultos ela pode estar relacionada com outras doenças psiquiátricas que não são diagnosticadas (CAMARGO, et al. 2015).

O grau de severidade da onicofagia pode ser moderado ou grave e está relacionado com a intensidade e a frequência em que o ato de roer unhas é realizado, isto pode estar relacionado com desordens alimentares ou é observada como mecanismo para diminuir o nível de tensão, sendo processo constante em pessoas com desordens obsessivas compulsivas, o que pode vir a causar dano físico substancial e consequências sociais adversas (DALANORA, et al. 2007 apud CAMARGO, et al. 2015).

        Mas apesar de ser um hábito comum, a onicofagia provoca muitas alterações no âmbito odontológico, como disfunção temporomandibular, problemas dentários, infecção bacteriana secundária além de danos às unhas e cutículas.“As forças parafuncionais originadas podem levar à reabsorção apical radicular, pequenas fraturas nas bordas dos incisivos, gengivite associada ao trauma contínuo e complicações ortodônticas” (TANAKA, et al. 2008 apud CAMARGO, et al. 2015).

Um conjunto de sinais e sintomas que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas, é no que consiste disfunção temporomandibular (DTM). Dores musculares e articulares, limitação e desvio na trajetória mandibular, ruídos articulares durante a abertura e fechamento bucal e dores de cabeça são características dessa disfunção (SANTOS, et al. 2006 apud CAMARGO, et al. 2015).

        Diante disso, é possível observar que a onicofagia contínua resulta em diversos prejuízos, causando sofrimento ao sujeito, e até mesmo complicações em sua saúde. Portanto, este trabalho visa a extinção de um comportamento danoso ao sujeito em questão, por meio de práticas fundamentadas na teoria de Análise Experimental do Comportamento, com o principal objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao indivíduo ao abolir este comportamento.

2. MÉTODO

2.1 Sujeito

Nome: F.D

Idade: 25 anos

Local de trabalho: Bolsista de Mestrado em Ciência e Engenharia de materiais na empresa UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. Trabalha na UDESC sem horários fixos e na Uptime das 18hs às 21hs.

F.D mora com a esposa e o enteado, e é o único a ter o hábito de roer unhas. Rói unhas desde a infância e não recorda quando teve início com este hábito. F.D relatou que em uma ocasião parou por um período, motivado pela tentativa de reconciliação com sua atual esposa.

A família mostra-se incomodada com a onicofagia, e relata que o repreende quando é visto no ato. A intensidade maior é observada em períodos de distração, como em frente à televisão, e especialmente quando ele espera por algo. F.D gosta de sair com a esposa, e mostra-se com especial interesse por carros e estudar. Ao ser questionado sobre possível reforçador, algo que o motivasse, ele sugeriu doces.

2.2 Procedimento

2.2.1 Linha de base I

Terá duração de uma semana, compreendera os dias _____ até ______. Primeiramente iremos entregar uma folha de registro para a esposa que será nossa parceira nos registros do comportamento do sujeito.

Nesta folha ela deverá anotar quantas vezes o sujeito executa o hábito de roer as unhas ao longo do dia. Neste período não haverá reforço, o sujeito deverá se comportar normalmente sem nenhuma restrição ao comportamento.

 Exemplo de tabela a ser entregue a esposa:

Horários	Domingo	Segunda	Terça	Quarta	Quinta	Sexta	Sábado
Manhã
Tarde
Noite

2.2.2 Condição Experimental I

        A condição experimental I terá duração de 2 (duas) semanas, a compreender entre os dias ________ até _________. Durante este período teremos a presença do reforço, além disso, adotaremos estratégias para controle do comportamento do sujeito.

Faremos o registro fotográfico da condição das unhas antes do início da condição experimental I, a fim de utilizá-la como comparativo na medida em que o experimento for ocorrendo.

Na primeira semana será entregue ao sujeito um pequeno caderno para anotações. Nele o sujeito deverá relatar suas experiências dentro do processo de reabilitação, anotar também os motivos que o levam a retornar ao hábito da onicofagia, para assim identificarmos as possíveis causas de ansiedade.

Como estratégia para controle do hábito de roer as unhas, será sugerido ao sujeito que em momentos de distração, como por exemplo, assistir televisão ou em momentos de espera, ele utilize a bola de borracha para manter as mãos ocupadas, assim evitando contato com a boca.