WILLIAN JAMES
Dissertações: WILLIAN JAMES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thaisoliveiira • 11/11/2014 • 1.972 Palavras (8 Páginas) • 588 Visualizações
William James (1842-1910) - Precursor da Psicologia Funcional
Considerado como o primeiro psicólogo Americano e um dos fundadores da Psicologia funcional (chamada moderna), William James nasceu em nova York, em uma família destacada e rica. Recebeu uma educação eclética passando por diversas áreas do conhecimento (artes, química, biologia, filosofia, teologia), chegando a se formar, em 1869 em medicina, em Harvard.
Antes, em 1865, James interrompeu os estudos para acompanhar um de seus professores de biologia, o famoso zoólogo suíço Louis Agassiz em uma expedição ao Brasil destinada a coletar espécimes de animais marinhos na bacia do rio Amazonas. Essa expedição serviu, dentre outras coisas, para confirmar no jovem James a aversão, já apresentada nos estudos da química, pelas minúcias da ciência: James não tolerava o que considerava o tédio e a obsessão com os detalhes que caracterizavam os trabalhos laboratoriais. Essa reação ao trabalho científico na química e na biologia professava a sua posterior aversão pela experimentação no campo da psicologia.
James e a Psicologia
James encontrava-se frequentemente doente, queixando-se de dores reais e imaginárias. Na busca por tratamentos, James viaja à Europa onde freqüenta aulas de psicologia na Alemanha o que o fez refletir que talvez fosse chegada a hora de a “psicologia começar a se tornar ciência” (apud Allen, 1967, p. 140).
No período de sua depressão em 1869, influenciado mais pelo desespero do que propriamente pela curiosidade científica, James começou e desenvolver uma filosofia de vida baseada nos ensaios de Charles Renouvier sobre o livre arbítrio, que poderia ser tido como uma ilusão, mas, optando por acreditar nele, James tornou o conceito útil para si, pois permitia-lhe continuar seu trabalho científico sem se desesperar. Essa abordagem “pragmática” do conceito de livre arbítrio, na qual a verdade da idéia decorria de sua utilidade ou valor funcional, se tornaria um dos lastros do pragmatismo filosófico de James e a razão pela qual ele é considerado um precursor dos psicólogos norte-americanos que ficaram conhecidos como funcionalistas.
Em 1875, James deu seu primeiro curso de psicologia em Harvard, no qual tratava a relação entre a fisiologia e a psicologia. Por incorporar as mais recentes pesquisas feitas na Alemanha, seu curso diferia radicalmente dos cursos de filosofia mental típicos, baseados na psicologia das faculdades, e assim, inaugurou uma nova abordagem no ensino da psicologia nos Estados Unidos. Para ajudar aos alunos a compreenderem algumas pesquisas que descrevia, ele colocou alguns aparelhos numa salinha e, assim, criou em 1875 aquele que se gradualmente se tornaria o laboratório de pesquisa experimental de Harvard. Isso levou a alguns a argumentarem que James criou o primeiro laboratório de psicologia, antecipando-se a Wundt em quatro anos. Mas esse
laboratório era apenas um complemento que ele usava para demonstração de suas aulas, e o de Wundt produzia pesquisas originais.
> The Principles of Psychology (Os princípios da Psicologia)
Em 1980, após 12 anos de dedicação à obra, foi finalmente publicado em dois volumes o livro de James. Intitulado The Principles of Psychology (Os princípios da Psicologia), a obra era destinada a ser o clássico dos clássicos na história da psicologia. A obra se tornou um tremendo sucesso e uma importante contribuição para a psicologia.
James escrevia com uma clareza rara na ciência se posicionando contra o objetivo de Wundt na psicologia - a analise da consciência a partir dos elementos. James ofereceu uma alternativa de analisar a mente, uma visão congruente com a nova abordagem funcional da psicologia. Em resumo, a era da psicologia americana estava preparada para ouvir o que James tinha a dizer.
No livro, James apresentou a visão que acabou tornando- se doutrina central do Funcionalismo americano - a psicologia não tem como a meta a descoberta dos elementos da experiência, mas o estudo da adaptação dos seres humanos ao meio ambiente.
James também enfatizava os aspectos não racionais da natureza humana. As pessoas eram criaturas dotadas de emoção e paixão, assim como pensamento e razão. Alegava que as condições físicas afetavam o intelecto, que os fatores emocionais determinavam as crenças e que as necessidades e os desejas humanos influenciavam a formação da razão e dos conceitos. Assim, James não considerava as pessoas seres totalmente racionais.
Nas mãos de James, a ciência psicológica seguiu uma direção distinta da psicologia Wundtiana. James interessava-se pelos processos conscientes como atividades orgânicas que produziriam alguma mudança na vida desse organismo.
A nova visão sobre a Consciência
Para James, a consciência é um fluxo constante e que qualquer tentativa de dividi-la em fases temporariamente distintas pode distorcê-la. A essa idéia, James cunhou a expressão fluxo de consciência.
Essa idéia mostra o quanto James se opunha a abordagem analítica de Wundt (estruturalismo) que presumia compreender a consciência reduzindo-a a seus elementos básicos. James acreditava que a tentativa de identificar cada elemento da consciência e ver como se agrupam para formar a “mente” era um exercício irrelevante e artificial. Num dos trechos mais citados da psicologia, ele argumenta que a consciência não é um conjunto de unidades interconectadas:
A consciência, então, não parece a si mesma como cortada em pedaços. Palavras como “encadeamento” e “série” não a descrevem com a mesma propriedade com que ela se apresenta inicialmente. Ela não é algo divisível; ela flui. O “rio” ou a “torrente” são as metáforas que mais naturalmente a descrevem. Portanto, doravante, chamemo-la fluxo do pensamento, da consciência ou da vida subjetiva.(James, 1890/1950, vl,p.239, itálico no original)
Sobre a natureza da consciência, James inclui os seguintes atributos:
> Ela é pessoal: Toda consciência possui um elemento pessoal, não existindo de forma independente daquele que os pensa.
> Ela está em constante mudança: Como implica a metáfora do rio, não há dois estados de consciência que jamais sejam os mesmos.
> Ela é sensivelmente contínua: O fluxo contínuo de pensamentos pode ser temporariamente interrompido, como
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