Etnocentrismo e a invenção do negro
Por: emillylarissa • 7/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.050 Palavras (5 Páginas) • 206 Visualizações
Universidade Federal de Alagoas – Ufal
Curso Serviço Social
Discente: Emilly Larissa Feitosa Alves – 2º Manhã
Disciplina: Antropologia
Relatório SBPC
Etnocentrismo e a invenção do negro
A palestra foi iniciada pelo professor Wagner, onde o mesmo iniciou da seguinte maneira. Conceito do etnocentrismo, “etno” significa “cultura”, e “centrismo” significa “centro”, logo temos o significado de cultura como o centro, onde a cultura tem mais valor, e passa a ser perceptível a noção de alteridade, que é a possibilidade de se colocar no lugar do outro, de compreender o outro, sem anular as suas culturas, onde o Max Weber chamaria de “axiologia”, ou seja, não conseguimos nos dá bem com o diferente. Um exemplo são as óticas de duas culturas totalmente diferentes, onde na ocidental as mulheres se vestem bem compostas, mas já na brasileira não roupas curtas, e se perguntar a elas se estão sendo vulgares, responderiam “não”.
A questão social do racismo, extrapola a questão etnocêntrica, pois a mesma não é de escravizar, mas sim uma visão de que o outro é diferente e eu sou superior, mas não se chega na questão do racismo. Nos séculos XIV, XV e XVI, onde os sociólogos deu a noção do etnocentrismo e a construção do negro. De acordo com o livro do Aristóteles, a questão da escravidão sempre existiu na história da humanidade, e não existiu nenhuma cultura que não enfrentasse a escravidão. Na Grécia Antiga existia cidadãos, mulheres, imigrantes e escravos, mas eles não participavam da polis. Mas na Grécia os escravos não eram negros, significa dizer que a instituição da escravidão não era uma constituição apenas na América, e sim mundial, e ela estava presente em todas as culturas. Existe uma diferença, podendo classificar como uma escravidão clássica e uma escravidão moderna.
Foi a partir da escravidão moderna, que passou a se associar escravidão aos negros, onde os europeus definiram a cor de cada continente. A cor branca passou a se associar aos europeus, aos asiáticos definiram como cor amarela, e o africanos a cor negra, como uma questão social da cor, onde a partir disso passou a legitimar todo o processo de escravidão. Essa tese é sustentada pelos filósofos Hegel, Kant, Hobbes, Locke, Montesquieu, Voltaire, Marx, Weber e Durkheim, mas sobretudo o Kant e o Hegel. Kant chega a dizer que na cultura negra não há nada que possa ser apresentado, e Hegel chega a dizer que a cultura do negro não deve fazer parte da humanidade, eles definem o negro como um povo sem cultura.
A priori não se pode escravizar o seu igual, pois não tem como escravizar uma pessoa igual a nós mesmos. Deve ser tirada a sua cultura e desumanizá-lo para poder torná-lo escravo ou poder falar que não existe cultura nesse ser humano, ou legitimá-lo de acordo com o processo de colonização. O processo de escravizar o ser humano é uma tentativa de civilizá-lo. Desde o século XVI, com o apoio da igreja católica, aconteceria missões na África, para que os antropólogos do período exerceram esse papel de conhecer a cultura local e ajudar o império nesse processo colonial,a antropologia teve uma participação nesse processo historicamente. Só a partir do século XX, os antropólogos começam a ter uma ideia a cerca da questão colonial no mundo.Com essa questão da escravidão, os africanos vão ser transportados da África para as Américas e sobretudo para o Brasil.
A questão da descoberta do Brasil, a ideia que se tem é que, existia um país chamado Brasil e que nos estávamos aqui perdidos, chegando o salvador da pátria. A descoberta vai encobrir a inferioridade ou a questão de negação da colonização. “Os nativos estavam aqui de maneira primitiva”. Esse projeto colonizador vai permitir a homogeneidade, se não fosse a escravidão não haveria a modernidade, ou se houvesse, teria acontecido num momento mais tardio, porque foram os africanos que, escravizados começaram a trabalhar no Brasil e no mundo para que essa riqueza fosse gerada. Com esse processo se deu a Primeira Revolução Industrial, pela riqueza da mão de obra dos africanos escravizados.
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