O Resumo do Filme A Trama

O filme A Trama, dirigido pelo francês Laurent Cantet retrata a história de jovens, da França contemporânea, de diferentes etnias, diferentes origens e diferentes perspectivas de vida. Eles participam de uma oficina literária conduzida pela professora Olivia, famosa romancista. Os jovens são propostos a elaborarem uma história a partir de suas vivências, fazendo com que o texto dialogue com suas vidas. Mas, quando começam a escrever, diversos tabus e “fantasmas” da sociedade vêm à tona, nos fazendo refletir acerca de diversos pontos.

O filme nos mostra o retrato dos jovens, que são uma espécie de recorte da sociedade francesa, e o seu relacionamento com o mundo que costumam enfrentar. Um mundo onde não lhes resta muitos lugares, no qual é difícil de se projetar um futuro, trazendo a sensação de não pertencimento a sociedade e dando abertura à sedução que os extremismos, de qualquer natureza, podem exercer sobre os jovens (e não só sobres os jovens) que não tem perspectiva na vida. Dessa forma, A Trama, traz progressistas e outros reacionários, entre brancos, negros e árabes, mas foca num jovem branco, introvertido e seduzido por um discurso violento e fundamentalista, que têm influência digital e midiática, sendo o mais vulnerável a incorpora-lo.

Podemos perceber através do longa, a proximidade com a realidade, principalmente com a francesa, que nos últimos anos, está entre os principais alvos de atentados terroristas extremistas e que vêm sofrendo com ataques, especialmente após a chacina da redação da revista Charlie Hebdo. Além disso, a França tem vivenciado uma postura racista e xenofóbica em relação aos imigrantes, além de outros assuntos que vêm se fortalecendo no espaço social francês. Esses fatos, que são um misto de perturbações e fragilidades, servem como base para o filme, que nos apresenta a cidade La Ciotat, que se encontra em decadência econômica e cultural, especialmente após o fim do grande estaleiro, que originou a crise do desemprego na região.

Nesse contexto, A Trama busca entender e nos faz refletir como atitudes associadas a extrema direita têm crescente notoriedade em meios operários, onde deveriam se encontrar mais facilmente discursos de esquerda. É notório que, assim como Antonie, diversas vezes nos deparamos com sentimentos, como a solidão, o deslocamento, a desesperança, além de nos encontrarmos sufocados e estagnados devido à falta de perspectivas de vida que, juntamente com a alienação digital e midiática, nos levam a proferir e acreditar em ideias racistas, xenofóbicas, homofóbicas, machistas, entre outras. Esses fatos ligados at inconformidade e a desorientação se tornam os principais ingredientes para aproximação de um discurso de ódio e extremista.

Portanto, o filme expõe uma visão sobre a França atual, citando acontecimentos recentes, além de mostrar influência de discursos racistas e extremistas sob uma sociedade sem perspectiva de um futuro ascendente.