A Experiência Das Fendas
Projeto de pesquisa: A Experiência Das Fendas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sarsil • 13/1/2015 • Projeto de pesquisa • 2.143 Palavras (9 Páginas) • 138 Visualizações
Introdução
O presente trabalho surge na sequência da formação de pessoal docente “Fundamentos da Física
Quântica”, organizada pelo Centro de Formação de Associação de Escolas de S. Miguel e Santa Maria,
realizada na Escola Secundária da Domingos Rebelo de 3 a 7 de Setembro de 2012 e ministrada pelo
Professor Doutor José Nunes Ramalho Croca.
Neste trabalho pretendo analisar uma experiência que ao longo dos anos tem sido realizada várias
vezes pela investigação científica, nomeadamente na área da física, e que se chama a experiências
das fendas. Ora, como a realização desta experiência não se cinge apenas a uma época e a um
contexto histórico-científico, além de apresentar a experiência em si, irei abordar um pouco da
história da física de modo a contextualizar o aparecimento das várias experiências das fendas e, por
outro lado, de modo a evidenciar o papel que esta experiência teve na evolução da física.
Assim, o trabalho está organizado em dois capítulos. O primeiro aborda a experiência das fendas, o
contexto científico em que esta foi realizada pela primeira vez e as consequências que daí
resultaram. O segundo é dedicado às mais recentes experiências das fendas, ao contexto em que
surgiram e à interpretação de duas teorias aos resultados dessa experiência.
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A primeira experiência das fendas
A primeira vez que se realizou a experiência das fendas foi em 1800, sob a responsabilidade de um
médico inglês Thomas Young. Por esta razão, esta experiência também é conhecida por “Experiência
das fendas de Young” ou apenas “Experiência de Young”.
Ora, na altura em que foi desenvolvida esta experiência pela primeira vez, o estado de
desenvolvimento da física era muito diferente do estado atual, e não conseguia descrever alguns
fenómenos que se observavam na altura.
A Física em 1800
No século XVIII, a organização e dinâmica dos fenómenos físicos era explicada pela interpretação de
Newton. De acordo com este físico o espaço era tridimensional, absoluto e em repouso e cujos
elementos eram partículas materiais. Era nesse espaço inalterável que ocorriam todos os fenómenos
físicos que eram descritos em termos de uma outra dimensão, o tempo, que também era absoluto e,
além disso, era independente das três dimensões do espaço.
Os fenómenos físicos consistiam em movimentos dessas partículas materiais no espaço, provocados
por uma força que existia entre as partículas e que atuava à distância, a força da gravidade.
Nesta visão do universo, qualquer fenómeno físico tinha uma causa bem definida e provocava um
efeito também ele bem definido. Deste modo, era possível prever o comportamento futuro da
partícula material.
Embora a visão de Newton conseguisse descrever de uma forma bastante satisfatória os movimentos
que se observavam quer na Terra quer no Céu, relativamente a alguns fenómenos luminosos, ela
revelava-se insuficiente. Para Newton a luz era corpuscular, pequenas partículas que se moviam no
espaço em linha reta, a partir de uma fonte. Contudo, essa visão newtoniana não conseguia
descrever o fenómeno da dupla refração que se verificava quando, num cristal de calcite, se fazia
incidir um feixe luminoso. Assim, a realidade ultrapassava a visão de Newton. A luz não poderia ser
um fenómeno corpuscular.
Ora, já nessa altura havia uma outra interpretação da luz. Em 1690, o físico e matemático holandês
Cristiano Huygens, expôs no Tratado da Luz a sua interpretação da luz, onde a concebia como um
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fenómeno ondulatório. Contudo, também esta teoria não conseguia descrever todos os fenómenos
observados, pois sendo a luz uma onda, quando um feixe de luz incidisse num obstáculo, devido à
difração das ondas, ela ultrapassaria esse obstáculo e continuaria a propagar-se. Assim sendo, a
teoria de Huygens não conseguia descrever o fenómeno da sombra.
O “mistério” da luz persistia. A luz nem podia ser um fenómeno corpuscular, nem podia ser um
fenómeno ondulatório. Neste sentido, a experiência de Young revelou ser um acontecimento de
grande importância.
A experiência
A experiencia realizada por Young, consistia em fazer incidir um feixe de luz numa superfície com
uma abertura, de modo a produzir-se o fenómeno da difração. O feixe de luz resultante dessa
difração incidia numa segunda superfície que continha duas aberturas próximas uma da outra, o que
levaria, novamente, ao fenómeno da difração, mas, desta vez, em duplicado. Por fim, os feixes de luz
resultantes dessa segunda e dupla difração chegariam a uma superfície de modo a ele poder analisar
o que se tinha passado durante o percurso efetuado pela luz.
Figura
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