AS CIENCIAS HUMANAS

Parafraseando Karl Popper – O caminho para Ciência ou para Filosofia, está na beleza de encontrar um problema, se apaixonar por ele e, caso não encontre um problema ainda mais fascinante, casar com ele até que a morte os separe.

A ciência produz conhecimento objetivo independente das opiniões, contrapondo-se a subjetividade, conhecimento que fala da realidade, e não das opiniões de qualquer indivíduo, o conhecimento cientifico impõe, a ciência demonstra.

A ciência é capaz de revelar aspectos ocultos de uma realidade inacessível aos seres, adotar o método científico, é a melhor forma de se chegar ao que de fato acontece na realidade, chegar a verdade. Aplicar essa metodologia nos assusta e nos faz tremer, por ser algo muito especial e praticamente inalcançável. Na realidade a ciência não prova a verdade, mas prova o que é falso como disse Karl Popper em sua teoria, também no criticar e ser criticado e buscar aprender com isso, esse esforço caracteriza o chamado método cientifico.

Já para Kurn o conhecimento se dá através de um paradigma cientifico, essa tese de Kurn realça a importância de cientistas que partilham de um mesmo paradigma, fazendo que esse trabalho seja construído no âmbito de um grupo, com ideias como ponto de partida, e que por isso não precisariam ser objetos de criticas pelos cientistas, e sim para estabelecer os critérios básicos para reger o debate cientifico, claro permitindo a superação de controvérsias daquele grupo.

Na tese de Knorr-Cetina os cientistas não estruturam seus trabalhos apenas em função do paradigma de seu grupo cientifico, mas que ao menos em parte leva em conta as possibilidades de circulação e transformação além desse âmbito. Nessa perspectiva pode se ver que a construção de argumentos é feita com a intenção de convencer um todo a qual grupo ou comunidade pertencemos, todas as vezes que desejamos convencer alguém é através de argumentos.

Quando nos interessamos por um tema Popper tinha razão quando expõe que o fazemos como uma forma de paixão, mas não importam quais sejam os motivos de nossas escolhas importa que averiguemos como tem sido tratado o tema, se há estudos sobre o mesmo tema, se há algum tipo de polêmica, o que pretendemos resolver ou polemizar defendendo a posição de algum autor. Ter a consciência de que verdadeiramente desejamos inovar, tudo isso nos remete a um mapeamento na produção do tema abordado. O instrumento essencial para isso é a revisão bibliográfica, posicionar a perspectiva da construção do objeto de estudo que pretendemos fazer.

É necessário acima de tudo saber formular problemas científicos que não se formulam por si só.o sentido do problema marca o espírito cientifico, não houver questão não pode haver conhecimento cientifico. Nada é natural. Nada é dado. Tudo é construído (BACHELARD, 1984, p.166).

        Segundo o pensamento de Bourdieu, construir o objeto de uma pesquisa dentro do contexto de ciências sociais envolve uma guerra cotidiana e continuada contra o senso comum e saber imediato, desfamiliarizar as evidências que nascem sem serem formadas por nosso esforço de pesquisa de certa forma seriam direções fundamentais para a produção cientifica, começando por um senso critico das noções comuns substituindo-as por uma primeira noção cientifica.

Não devemos nos iludir quanto a definição que construímos, ou que qualquer outro ator tenha construído, devemos ter a capacidade e disposição de aprender sempre o que o fato constitui a cerca do que falamos, isso tanto nos termos de uma definição provisória ou para qualquer outro uso de conceitos em um trabalho científico.

        Na expectativa da ciência que apoiamos ou defendemos, a possibilidade de produção de um conhecimento científico necessita um conjunto de contribuições teóricas de outros tantos autores, catalogando para indicar um grupo bastante heterogêneo.