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Acidentes Radioativos

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Por:   •  23/6/2014  •  2.672 Palavras (11 Páginas)  •  307 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

BACHARELADO EM BIOMEDICINA

Acidentes radioativos: impactos na saúde e no meio ambiente

Suéllen de Nazaré dos Santos da Silva

Prof. Sávio Reis

MARABÁ, PARÁ

JUNHO, 2014

Introdução

Radiação é uma forma de energia emitida por uma fonte, que se propaga de um ponto a outro sob a forma de partículas com ou sem carga elétrica ou, ainda, sob a forma de ondas eletromagnéticas. Quando a radiação possui energia suficiente para arrancar um dos elétrons orbitais de átomos neutros, transformando-os em um par de íons, diz-se que ela é ionizante (MIRANDA et al,2005).

Por ser inodora, insípida, inaudível, invisível e agir microscopicamente, dependendo da dose de exposição pode levar a síndromes agudas ou efeitos latentes que podem manifestar-se apenas anos pós-exposição.

Uma exposição do organismo à radiação ionizante pode desencadear uma série de problemas biológicos e hereditários: morte por hemorragia, infecção ou deficiência imunológica, problemas gastrintestinais, leucopenia, câncer, anemia apática e aumento da incidência de outras doenças crônicas (MIRANDA et al, 2005).

Em abril de 1986, em Chernobyl, atual Ucrânia, ocorreu um dos maiores desastres radioativo da história. Uma grande explosão liberou uma nuvem radioativa atingindo a parte oeste da antiga União Soviética, atualmente os países Belarus, Ucrânia, Rússia e todo o norte e centro da Europa.

Uma parcela de 600 mil pessoas da população mundial foi afetada pelas radiações: 4 mil mortes foram anunciadas na época, 120 mil pessoas foram retiradas do local e 270 mil outras residem nas zonas mais contaminadas. Os prestadores de socorro das primeiras horas receberam em Chernobyl doses tão altas que sua morte pode ser atribuída com toda certeza ao acidente, 31 pessoas trabalhavam no combate ao incêndio dos reatores (DUPUY, 2007).

No Brasil o acidente radioativo ocorrido em setembro de 1987, na cidade de Goiânia, Estado de Goiás, trouxe problemas sérios que perduram até os dias de hoje. Esse evento foi provocado por meio da ruptura de um aparelho radioterápico abandonado em uma clínica médica desativada, e posteriormente agravado pelo manuseio incorreto da cápsula que continha o césio-137 (isótopo radioativo) por pessoas leigas no assunto (FUINI, 2013).

No acidente de Goiânia, a massa liberada pela violação da fonte de césio-137 atingiu a totalidade de 91g, sendo que apenas 19,26g eram compostos por cloreto de césio. A atividade da fonte, na ocasião, era de 1.375 Curie. O solo dos locais em que havia focos de contaminação e algumas casas (com tudo que havia em seu interior) foram completamente removidos. Os rejeitos gerados (cujo volume atingiu 3.461 m3) foram compactados e acondicionados em diversos tipos de embalagens (MIRANDA, 2005).

Um grande número de pessoas envolveu-se no acidente radioativo de Goiânia. Algumas voluntariamente ou por força de suas ocupações profissionais e técnicas, outras involuntariamente vitimadas pelo acidente (MIRANDA, 2005).

O objetivo do presente trabalho é alertar e fornecer esclarecimentos sobre os danos e consequências dos acidentes envolvendo energia radioativa ou nuclear, baseando-se em alguns acidentes já conhecidos mundialmente como o de Chernobyl e o Goiânia, porém mantendo o enfoque no Brasil e se possível fazer um relação com a cidade de Marabá.

Radiação ionizante

Radiação ionizante é aquela capaz de arrancar um elétron de um átomo, formando um íon negativo (elétron arrancado) e um íon positivo (átomo que perdeu um elétron). Quanto mais perto do núcleo, maior é a força que liga o átomo e o elétron, porém a radiação ionizante se tiver força maior que a de ligação do átomo e do elétron, pode arrancar qualquer elétron.

As partículas carregadas eletricamente como partículas alfa, betas – elétrons e pósitrons –, quando possuem energia suficiente, são consideradas radiação ionizante e vão ionizando átomos que encontram em sua trajetória num dado meio até perder toda energia (OKUNO, 2013).

Dentre as ondas eletromagnéticas, somente os raios X e gama têm energia suficiente para ionizar átomos. Os fótons de raios X e gama perdem toda ou quase toda energia numa única interação com átomos, arrancando elétrons que saem ionizando átomos consecutivamente.

Os fótons podem também atravessar um meio sem interagir. Teoricamente, não há material nem forma de blindar todos os fótons e isso é um dos motivos da necessidade de proteção radiológica que dita regras quanto ao nível de radiação a que as pessoas expostas podem receber (OKUNO, 2013).

Considerando outras fontes como a radiação ultravioleta, esta por ter baixo potencial não é considerada ionizante, não possui energia suficiente para arrancar elétrons dos principais átomos que constituem o corpo humano, como hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio além de penetrar muito pouco no corpo humano.

Energia Ionizante e os Impactos na saúde e no ambiente

As moléculas do nosso corpo são formadas a partir da união de átomos por forças elétricas. Quando a radiação ionizante arranca elétrons, desestabiliza a molécula, resultando na sua quebra. Esse tipo de radiação atua de várias formas no nosso corpo e em vários estágios.

A sequência de estágios da ação da radiação é descrita em: estágio físico, ocorre a ionização dos átomos; estágio físico-químico, ocorrem a quebra das ligações químicas das moléculas que sofreram ionização; estágio químico, os fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas; estágio biológico, pode durar dias, semanas ou anos até surgirem os efeitos das alterações bioquímicas, fisiológicas e morfológicas.

O mecanismo de ação da radiação pode ser classificado de duas formas. Pode ser através de mecanismo direto, quando a radiação interage diretamente com as moléculas importantes como a de DNA, podendo causar mutação gênica e morte celular. Outra forma é o mecanismo indireto, quando a radiação quebra a molécula da água, formando assim radicais livres que podem atacar outras moléculas

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