Administração Da Produção
Seminário: Administração Da Produção. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariliaribeiro20 • 18/9/2014 • Seminário • 2.111 Palavras (9 Páginas) • 162 Visualizações
r e v i s t a FA E B U S I N E S S , n.4, dez. 2002
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Transformações econômicas e avanços tecnológicos
determinam o desenvolvimento das novas formas de gestão da produção
Os últimos 45 anos (1957-2002) constituíram uma época de grandes
mudanças na gestão e organização do sistema produtivo das empresas industriais
em todo o mundo. Dois grandes grupos de mudanças foram marcantes nesse
período. O primeiro foi o grande desenvolvimento tecnológico ocorrido em
termos de máquinas, sistemas de informações, automação, robótica,
telecomunicações, entre outros, que tornaram possível um planejamento e
controle mais eficiente das operações. O segundo está relacionado às
transformações relativas às novas filosofias, conceitos e métodos de gestão de
recursos humanos. Estes passaram a ser vistos, principalmente a partir da
década de 1980, como a principal fonte de vantagem competitiva das empresas.
Um diferencial que, bem gerenciado, pode alavancar a empresa a patamares
de crescimento e desenvolvimento significativos. Este trabalho visa apresentar
algumas dessas transformações e discutir seus impactos, particularmente em
relação à forma como o sistema produtivo industrial é organizado e gerenciado.
Panorama mundial
O ano de 1955 marca o início do esgotamento do modelo
conhecido como “produção em massa”, em sua forma
amadurecida. Os conhecimentos de gestão desenvolvidos
por Taylor, Ford e Sloan trouxeram, desde o início do século
XX até essa data, avanços sem precedentes à produtividade
das empresas dos EUA.1 Alguns dos fatores foram:
produção em grande escala e em grandes lotes com
correspondente redução dos custos unitários; elevada
especialização do trabalho no chão-de-fábrica; inexistência
de envolvimento do trabalhador com a qualidade, sugestões
ou melhorias das operações; o máximo possível em termos
de verticalização da produção, etc. Os princípios e condições
ambientais que haviam sustentado o paradigma da produção
em massa, porém, já não eram suficientes para garantir a
competitividade de que as empresas precisavam.
A partir do início da década de 1960, particularmente nos
países desenvolvidos, a gestão dos sistemas produtivos
industriais passa a ser objeto de alterações profundas. Avanços
na tecnologia de processamento de informações possibilitaram
o desenvolvimento de sistemas de gerenciamento das
A GESTÃO DA PRODUÇÃO
NOS ÚLTIMOS 45 ANOS
Marcelo Gechele Cleto
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operações industriais (softwares), inicialmente com o objetivo
de se gerenciar o fluxo de materiais e, posteriormente, com o
objetivo de se gerenciar também os recursos humanos,
máquinas, instalações, etc. É o início do uso de sistemas
chamados de MRP (Materials Requirements Planning) e
MRP II (Manufacturing Resources Planning), que viriam
a impulsionar a sistematização das informações para a tarefa
de planejamento e controle da produção.
Tais sistemas, baseados na lógica da produção em
massa, concebiam a empresa como uma organização com
as operações totalmente controladas pelo computador.
Assim, muitos dos problemas existentes com a produção
em massa acabaram sendo reproduzidos com a utilização
dos MRPs e, em alguns casos, até ampliados, em virtude
das dificuldades iniciais de se ter atualizações das
informações com a premência que se exigia para a tomada
de decisão. Essas dificuldades em grande parte foram
solucionadas, e a importância de tais sistemas tornou-se
evidente. Atualmente é difícil imaginar uma empresa
industrial de médio ou grande porte sem um eficiente
software de gestão de operações.
Formas alternativas
Paralelamente ao desenvolvimento dos sistemas de
gestão e controle, via computador, na década de 1960, no
outro lado do mundo, uma outra forma de se gerenciar as
operações industriais estava em gestação. Sob a liderança
de Taichi Ohno, uma empresa do Japão, a Toyota Motor
Company, buscava uma forma alternativa à produção em
massa para gerenciar o sistema de produção.2 Os princípios
da produção em massa
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