Contabilidade Aplicada
Exames: Contabilidade Aplicada. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lauratrombeta • 25/5/2014 • 3.865 Palavras (16 Páginas) • 245 Visualizações
2 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
O Índice de sustentabilidade Empresarial ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina que tem como objetivo criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações através de boas práticas empresariais. Criado em 2005 pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em parceria com entidades profissionais ligadas ao mercado de capitais, além da Fundação Getúlio Vargas, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente, o índice visa oferecer aos investidores uma opção de carteira composta por ações de empresas que apresentam reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. A premissa é que o desenvolvimento econômico do país está intimamente relacionado ao bem-estar da sociedade brasileira e da tendência mundial dos investidores buscarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para investir seus recursos.
Como vivemos numa “bolha de vida” e tudo o que se faz aqui reflete obrigatoriamente em toda parte, a sucessão de ocorrências catastróficas ligadas ao clima e ao meio ambiente, constantemente atacados pelo nosso modo de vida; acabaram forçando a humanidade a repensar sua forma de se relacionar com o planeta. Isso ajudou muito a criar e a fomentar uma consciência planetária de que algo deve mudar.
Da mesma forma, essa massa cada consumidora, cada vez mais, representa uma pressão constante sobre as empresas e suas práticas de produção e de prestação de serviços. Isso é muito positivo, pois cria nas empresas a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de forma drástica e rápida; sob pena de verem suas vendas (e seus lucros) caírem vertiginosamente de forma perigosa e arriscada. Esse “novo comportamento” acabou recebendo o nome de sustentabilidade empresarial. Desta forma, as empresas acabaram definindo um conjunto de práticas que procuram demonstrar o seu respeito e a sua preocupação com as condições do ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou aonde atuam.
As empresas que se interessam em adotar o índice devem responder a um questionário de aproximadamente cento e cinqüenta questões relacionadas ao meio ambiente, atuação social, governança e seu envolvimento com a causa do desenvolvimento sustentável. E já existem trinta e duas empresas vinculadas ao índice cujo escopo e alcance devem aumentar consideravelmente muito em breve.
Infelizmente, devemos reconhecer que a sustentabilidade empresarial ainda não é um tema central em muitas empresas. Principalmente em países como o nosso e nos países ricos, muitas corporações associam a idéia da sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação e nos preços de venda; o que provocaria um risco aos seus produtos e a sua penetração no mercado consumidor. No entanto, aos poucos, essa visão vai sendo revertida pela conscientização cada vez maior dos consumidores e a real pressão que esses grupos vêm fazendo sobre o mercado e, conseqüentemente, sobre as empresas.
Cabe a cada um de nós, como consumidores atentos, elevar o nível de pressão sobre essas empresas teimosas e deixar bem claro que; ou elas mudam sua forma de agir e controlam seus procedimentos produtivos e agem de forma mais sustentável, ou seus produtos acabarão sendo deixados de lado e elas perderão o mercado.
Mas, para que a sustentabilidade empresarial seja uma realidade em todo mundo, os consumidores devem se unir e promover uma grande onda de esclarecimento e de cobrança consciente. Devem fazer os empresários entenderem que chegou o fim do “lucro pelo lucro” e que, agora, pensar com responsabilidade e cuidar do mundo que nos cerca é crucial para nossa própria sobrevivência.
Atualmente os investidores estão dando preferência a empresas socialmente responsáveis e sustentáveis para investirem seus recursos. Aplicar em empresas sustentáveis gera rentabilidade no longo prazo, e estas empresas são mais capazes para encarar riscos econômicos, sociais e ambientais. Conforme avaliação realizada pelo International Finance Corporation (IFC), 64% das empresas participantes aponta o ISE como principal fator para o aprimoramento de suas práticas de sustentabilidade (BOVESPA, 2012).
Notou-se que as empresas demonstraram que participar de um índice, cujas entidades integrantes devem apresentar comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, traz inúmeras vantagens, a saber: ser reconhecida pelo mercado como empresa que atua com responsabilidade social e governança corporativa; ser reconhecida como empresa preocupada com o impacto ambiental de suas atividades; ser uma empresa comprometida com o futuro; reconhecimento dos fornecedores, clientes e consumidores; maior valorização de suas ações; disseminação da sustentabilidade dentro da empresa; satisfação dos empregados e colaboradores; transparência; e, estimulação da responsabilidade ética das corporações. Portanto, para uma empresa, observar os critérios de inclusão e exclusão do ISE pode ser uma estratégia para obter vantagens perante os concorrentes.
O ISE Bovespa - Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo, é a grande novidade no mercado de ações. Seu diferencial é reunir empresas que promovem políticas responsáveis em quatro áreas: econômico-financeira, social, ambiental e governança corporativa. Participaram da seleção 121 companhias brasileiras de capital aberto - elas são donas das 150 ações mais rentáveis do pregão paulista-, mas dentre elas apenas 28 (*) atenderam aos quesitos do ISE Bovespa. Criado a partir de metodologia desenvolvida pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, e com o apoio financeiro do IFC, International Finance Corporation, o ISE Bovespa foi precedido de um longo processo de discussão com as empresas e bancos, iniciado em meados de 2003 e que culminou com a elaboração de um extenso e multifacetado questionário.
Ricardo Nogueira conseguiu reunir no ISE-Bovesta companhias de 12 setores da economia
Na atualidade, a indústria de cigarros é 100% prejudicial à saúde, só vai entrar no ISE se mudar o produto a ponto de torná-lo inofensivo às pessoas".
"A indústria de armamentos também está na contramão dos princípios da sustentabilidade".
"O setor de bebidas é caso a parte. Se numa
empresa o percentual de produtos
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