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Contextualização

Por:   •  23/11/2015  •  Projeto de pesquisa  •  3.944 Palavras (16 Páginas)  •  142 Visualizações

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FACULDADE SANTA MARIA

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

        

                             MARIA IVOLENNE DANTAS ROCHA        

A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL: CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

CAJAZEIRAS – PB

ABRIL 2014

FACULDADE SANTA MARIA

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

                           

MARIA IVOLENNE DANTAS ROCHA

Trabalho apresentado à professora Me. Carmem Silva Alves para obtenção de nota parcial da disciplina de Estágio Supervisionado I do Curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade Santa Maria.

                                      CAJAZEIRAS – PB

ABRIL 2014

INTRODUÇÃO

        Este trabalho busca fazer um breve resgate histórico da Política de Saúde Mental no Brasil. Diante disso, iniciamos com uma breve abordagem sobre a loucura, mostrando a maneira de como o louco era tratado na sociedade desde os tempos anteriores até os dias de hoje. Também iremos dizer como os doentes mentais eram cuidados nas Santas Casas de Misericórdia, hospitais psiquiátricos, manicômios, asilos e colônias.

A pessoa considerada louca sempre esteve presente nas sociedades, o que se sabe é que muitos ficavam escondidos e excluídos tanto pelos familiares quanto pela sociedade, e havia também muitos lugares para tratar do doente mental, porém, de forma inadequada, o que havia de fato era a exclusão, prisões, maus tratos, violências, práticas de eletrochoques, tortura e punição aos loucos.

Ao longo dos tempos o tratamento dado aos loucos foram motivos de muitas denúncias e a partir daí se buscava um tratamento de qualidade para tratar dos doentes mentais, mas esse percurso não foi nada fácil devido aos impasses, conflitos e desafios. Falaremos neste trabalho sobre os avanços e as conquistas que a assistência na saúde mental conseguiu, através de muitas reivindicações e várias manifestações para acabar com o tratamento que os doentes recebiam, além de buscar outros meios pelos direitos dos pacientes psiquiátricos brasileiros com a consolidação da Reforma Psiquiátrica que já havia iniciado desde a década de 1970.

   E faremos também algumas considerações ao Centro de Atenção Psicossocial – CAPS que ficou conhecido como um marco para a Reforma Psiquiátrica no meio da Política de Saúde Mental brasileira. Esses centros possibilitaram as mudanças no atendimento, nas novas formas de tratamento e cuidado com o doente mental evitando as internações em manicômios oferecidos aos pacientes com transtornos mentais.

1– POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL

  1. Algumas Considerações Sobre a Loucura

       Quando falamos em saúde mental é necessário conhecer um pouco da histórica do louco e como a loucura era percebida na sociedade, além de buscar conhecer a maneira que as instituições faziam ao longo dos tempos com o cuidado e a assistência aos doentes mentais no Brasil. Assim, encontramos poucas informações sobre a questão da loucura no nosso país referentes a alguns períodos, o que se sabe dessa pouca história era que não havia descrição da loucura como uma doença e nem tão pouco havia tratamento para o doente mental que por longos períodos foi então sinal de exclusão, reclusão e asilamento.

A história da loucura no Brasil segundo, Tundis e Costa (2001, p. 30-31) se dava da seguinte maneira:

 

Embora com receio de ser repetitivo, eu diria que a trajetória do doente mental pela história do Brasil colonial pouco difere da já conhecida dos tempos bíblicos. Por um longo período de tempo, dele não há referenciais nos relatos e crônicas dos viajantes que escrevem sobre os costumes e a vida social da época. É de supor, segundo a tendência histórica universal, que os loucos pobres, desde que mansos, se permitia errar pelas cidades, aldeias e campos, sujeitos aqui e ali aos motejos da criançada, vivendo da caridade publica: um prato de comida ou uma roupa em troca de pequenos serviços ou mesmo nada. No caso de exibirem comportamento violento ou atitude indecorosa, eram recolhidos às cadeias onde podiam ou não receber maus tratos.

A loucura não era entendida como uma ameaça à sociedade, mas, mesmo assim os loucos eram reprimidos de alguma forma, enquanto isso o sujeito esquisito vivia andando livremente pelas ruas por ser desprezados pelos familiares. A história diz ainda que nos séculos XVI e XVII já existiam as Santas Casas de Misericórdia que abrigavam pessoas que não tinha onde ficar e não tão pouco quem cuidasse, são eles: velhos, órfãos, mendigos e doentes pobres e no século XVIII os loucos passaram a ser uma ameaça à sociedade oferecendo alguns riscos, sobretudo nas ruas, praticando desordens, tirando a paz e o sossego social, a partir dai eles passaram a serem levados para as Santas Casas de Misericórdia com o intuito de serem supostamente cuidados e tratados, ficando excluídos da família e da sociedade.

As Santas Casas de Misericórdia incluem-nos entre seus hóspedes mas dá-lhes tratamento diferenciado dos demais, amontoando-os em porões, sem assistência médica, entregues a guardas e carcereiros, seus delírios e agitações reprimidos por espancamentos ou contenção em troncos, condenando-os literalmente à morte por maus tratos físicos, desnutrição e doenças infecciosas (TUNDIS e COSTA 2001, p. 35).

 

As Santas Casas de Misericórdia era apenas um espaço para recolher aqueles que ameaçavam ás Leis e não havia o cuidado com o louco referente à doença, e que não existia nesse período a figura do médico para tratar dos problemas mentais que até então eram desconhecidos pela sociedade e ao mesmo tempo os cuidadores das referidas casas não conseguiam diferenciar dos outros hospedes os sinais da loucura.

No inicio do século XIX os loucos passaram a ser um problema para a sociedade e um obstáculo ao crescimento econômico e político que se instalavam nas cidades, e estas transformações fizeram com que os loucos fossem retirados das ruas e colocados nas Santas Casas que mais tarde foram motivos de várias denuncias de maus tratos com estes doentes e por isso que os médicos da Academia Imperial de Medicina começaram a unir forças e através desses profissionais se inicia as reivindicações e protestos, pois eles não aceitavam a forma de como os loucos eram tratados.

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