Cristalinidade
Relatório de pesquisa: Cristalinidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vargasbr • 21/10/2014 • Relatório de pesquisa • 2.453 Palavras (10 Páginas) • 228 Visualizações
Cristalinidade
Os polímeros com cadeias lineares têm a tendência de formarem cristalitos com orientação cristalográfica. Esses cristalitos são formados pelo dobramento da cadeia, conforme mostra a figura seguinte.
O agrupamento de lamelas cristalinas produzidas pelo dobramento da cadeia polimérica dá origem aos esferulitos, conforme mostra a figura seguinte.
Desenho esquemático da seção transversal de um esferulito. As linhas indicam a conectividade entre as lamellas cristalinas. A estrutura interna de uma lamela é mostrada no círculo e é constituída de cadeias poliméricas paralelas entre si com o seu eixo perpendicular ao raio do esferulito.
Cristalização primária
A situação mais comum na qual os polímeros se cristalizam é quando eles atingem uma
temperatura abaixo da temperatura de fusão Tm durante o resfriamento do polímero fundido. A cristalização ocorre por nucleação e crescimento dos esferulitos. Em meios isotrópicos super-resfriados, o crescimento do cristalito ocorre após a nucleação. Inicialmente, o tamanho lateral da lamela aumenta com uma taxa constante, mas, à medida que os esferulitos começam a se tocar, a taxa de crescimento começa a diminuir.A dependência da fração volumétrica cristalina x com o tempo t é descrita pela equação de Avrami:
x 1expKt n
Na qual a constante K está relacionada à taxa de crescimento lateral das lamelas e o expoente n é um parâmetro fenomenológico denominado expoente de Avrami. O gráfico seguinte apresenta uma curva de cristalização esquemática na típica forma sigmoidal, descrita pela equação de Avrami.
A tabela seguinte mostra a relação entre os valores característicos do expoente de Avrami e o tipo de nucleação e a geometria de crescimento do cristalito.
A taxa de crescimento lateral das lamelas é controlada pelo balanço entre dois fatores: a força
motriz termodinâmica de cristalização e a mobilidade de segmentos da cadeia do polímero. O primeiro fator aumenta com o sub-resfriamento enquanto que o último diminui, de modo que a taxa máxima de cristalização ocorre numa dada temperatura de sub-resfriamento, conforme mostra a figura a seguir.
Taxa de crescimento radial de esferulitos de poliestireno isotático (i-PS) como função da temperatura de cristalização.
Cristalização secundário
Depois de completada a cristalização primária a uma dada temperatura, pode ocorrer cristalização secundária quando o processo de cristalização não termina e continua durante o resfriamento até temperaturas mais baixas do que a temperatura de sub-resfriamento. Dois modos de cristalização secundária são conhecidos: o primeiro e mais comum consiste na inserção de pequenos cristalitos sobre os cristalitos formados na cristalização primária. Os cristalitos inseridos possuem menor espessura porque são formados em baixas temperaturas. O segundo modo é chamado cristalização superficial e ocorre se os defeitos encontrados na superfície possuírem mobilidade suficiente para se mover na direção dos domínios amorfos.
(a) Cristalização primária (b) cristalização secundária
Grau de cristalinidade a partir da densidade:
O grau de cristalinidade em polímeros pode ser determinado através da relação entre as
densidades da fase 100% cristalina e da fase completamente amorfa:
Na qual d é a densidade do polímero de cristalinidade C, da é a densidade do polímero completamente amorfo e dc a densidade do polímero 100% cristalino
Imperfeições Estruturais
Os defeitos cristalinos são imperfeições que ocorrem no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver irregularidades na posição dos átomos e o tipo dos átomos.
O tipo e o numero de defeitos dependem:
• Do material
• Da história de processamento do material
• Do meio ambiente
Imperfeições cristalinas
Todo cristal exibe defeitos. A quantidade e o tipo de imperfeições depende da forma que o cristal foi formado.Defeitos modificam o comportamento (mecânico, elétrico,químico, óptico) do material.
Através da introdução de defeitos, controlando o numero e o arranjo destes, é possível desenvolver novos materiais com as características desejadas.
Exemplos:
• Dopagem em semicondutores: as imperfeições são criadas para alterar o tipo de condutividade em determinadas regiões do material.
• Aumento da resistência por encruamento (aumento da dureza devido a deformação plástica)
Tipos de defeitos
Todos os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, classificados por sua dimensionalidade.
• Defeitos pontuais: dimensão zero, associado com 1 ou 2 posições atômicas, vacâncias (lacunas), impurezas intersticiais e substitucionais.
• Defeitos Lineares: dimensão um: discordâncias (deslocamentos)
• Defeitos Planares: ou interfaciais (dimensão dois ): superfícies externas, interfaces, fronteiras
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