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Departamento de Ciências Sociais, Jornalismo e Serviço Social

Por:   •  2/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.387 Palavras (10 Páginas)  •  356 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP                                                       [pic 1][pic 2]

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA              

Departamento de Ciências Sociais, Jornalismo e Serviço Social – DECSO

1º Período - Serviço Social (2015/2)

Izabella da Rocha Santos

Trabalho I - História do Brasil IV

Prof. Matheus H. F. Pereira

Mariana-MG

2016

“Para os que chegavam, o mundo em que entravam era a arena dos seus ganhos, em ouro e glórias. Para os índios que ali estavam, nus na praia, o mundo era um luxo de se viver. Este foi o efeito do encontro fatal que ali se dera. Ao longo das praias brasileiras de 1500, se defrontaram, pasmos de se verem uns aos outros tal qual eram, a selvageria e a civilização. Suas concepções, não só diferentes mas opostas, do mundo, da vida, da morte, do amor, se chocaram cruamente. Os navegantes, barbudos, hirsutos, escalavrados de feridas do escorbuto, olhavam o que parecia ser a inocência e a beleza encarnadas. Os índios, esplêndidos de vigor e de beleza, viam, ainda mais pasmos, aqueles seres que saíam do mar.”

                                                        Darcy Ribeiro (O povo brasileiro)

Este é o colonialismo, o início de tudo; Para entender melhor o passado.

Capítulo I – Primeiros Passos (1922-1930)

Neste primeiro capítulo o autor aborda a história do país, desde a independência, até o final da primeira república, relembra fatos da colônia também. No decorrer dos 108 anos, houve progressos e retrocessos em vista da cidadania.

Quando o Brasil foi descoberto, ou melhor, tomado pelos Europeus, o país ficou submisso à Portugal durante 322 anos, e nesse tempo as tradições deixadas aqui eram pouco encorajadoras, já dizia Carvalho.

Em três séculos de colonização (1500-1822), os portugueses tinham construído um enorme país dotado de unidade territorial, linguística, cultural e religiosa. Mas tinham também deixado uma população analfabeta, uma sociedade escravocrata, uma economia monocultora e latifundiária, um Estado absolutista. À época da independência, não havia cidadão brasileiros, nem pátria brasileira. (CARVALHO, 2002, p.18)

Portugal iniciou a colonização explorando os recursos do país, escravizando nossos nativos índios para obter lucros sem custos de mão de obra. A produção açucareira foi a principal atividade realizada que acarretou muita mão de obra escrava e intensificou a desigualdade, e com o aumento da monocultura os portugueses começaram a traficar negros africanos para serem suas ferramentas, ou seja, para serem explorados, escravizados.

O fato é que não havia poder público que garantisse igualdade e direitos políticos, civis e sociais ao povo. Segundo Carvalho os escravos não eram considerados cidadãos por não desfrutar de nenhum direito e ser tratado apenas como objeto de trabalho, já os senhores, tampouco, pois também não tinha conhecimentos algum de cidadania.

A  independência do Brasil, declarada em 1822, não atingiu a liberdade realmente, pois ainda existia presença Europeia no comando do Brasil. A verdadeira data da independência dói em 1931 quando os poderes executivos, legislativos e judiciários surgiram e comoçou a ganhar “corpo”. Desde a independência até 1930 os direitos políticos não eram exercidos de forma absoluta, as eleições eram controladas pelos políticos locais, além disso 85% da população era analfabeta e não sabiam o que era um governo representativo, vendiam seu voto a troco de pouco. Daí já se percebe o quanto ainda era distante a vivencia da cidadania.

Houve um retrocesso em 1881, quando lançada a lei que excluía os analfabetos a votarem nas eleições, ou seja, 90% da população, assim ficava mais fácil dos que se elegiam controlar os votos.

Com a proclamação da República em 1889, pouca coisa mudou, a verdade é que o coronelismo e as oligarquias locais se fortificaram e isso só intensificou a fraude da forma política.

Carvalho enfatiza muitos sobre os direitos políticos, civis e sociais, que quase não existiam, no caso também das grandes propriedades, cidadania operárias e principalmente da herança colonial e suas marcas deixadas principalmente na época da escravidão.  O autor afirma que tal herança foi fundamental para o retardo da consciência civil no Brasileiro o que acarretou a precariedade nos outros direitos.

Em 1888 depois de pressão de Inglaterra para o fim de tráfico negreiro, o país aboliu a escravidão, quando o número de escravos representava apenas 30% da população. Mesmo com esse fim, os negros continuaram sem acesso aos seus diretos, como eles não desenvolviam consciência dobre o assunto, os senhores tampouco os fazia.

Os direitos sociais eram exercidos pelas propriedades privadas, igreja, e por coronéis em troca de voto, claro; Para o autor só em 1923 que realmente foi consolidada a introdução de direitos sociais quando foi criada a  pensão para ferroviários e caixa de aposentadoria. Ao meu ver, continua sendo pouquíssima a movimentação do Estado para a sociedade. Nesse período, Carvalho questiona a consciência do Brasileiro no fim dessa primeira república, e analise que havia um projeto de cidadãos nesses indivíduos, mesmo que em negativo, povo que não tinha organização política nem sentimento nacional consolidado.

Já Fausto expõe que em SP predominava o anarco-sindicalismo, que no período de 1917 e 1920 gerou grandes greves, sendo que após essa data ocorre uma queda no movimento grevista, época também de eventos como a Revolução Russa (1917) e a criação do Partido Comunista do Brasil (1922). O autor aponta para as diferenças entre anarquistas e socialistas, esses últimos na esfera da influência de Marx. Destacam-se eventos como a Revolta do Forte de Copacabana em 1922, Revolução de 1924 e a Coluna Prestes, que percorreu 24 mil km e teve 1500 participantes até 1927; todos esses movimentos estavam na esfera do tenentismo (um movimento do exército) que eram contra a política do governo, existia muita ação e pouca fala. Na mesma época ocorreu a Revolta da Chibata. Por fim, o prestígio do tenentismo (principalmente no nordeste), espelhado na figura do socialista revolucionário Luis Carlos Prestes, desembocou no contexto da Revolução de 1930, feita por vários grupos e resultando no governo Vargas.

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