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Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social

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Por:   •  4/4/2014  •  Artigo  •  1.032 Palavras (5 Páginas)  •  683 Visualizações

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL

Unidade IV

Nesta unidade será finalizada a exposição sobre a evolução do serviço social até o período

contemporâneo.

O serviço social evolui e se renova.

Uma expressão desse rearranjo profissional foi o movimento de reconceituação do serviço social,

ocorrido entre os anos de 1965 – 1975, que expressava uma nova corrente para a profissão, com caráter

mais heterogêneo – várias vertentes, linhas políticas, teóricas e profissionais. Ele é fruto de condicionantes

históricas, com aprovação de setores jovens e profissionais de vanguarda do serviço social.

Com o passar dos anos, mais especificamente nas décadas de 1980 e 1990, o serviço social encontra

seu ápice, pois a revisão profissional, latente nas décadas anteriores, se concretiza.

É instalado um processo de renovação de dentro e fora da categoria, conhecido como o processo de

ruptura do serviço social com o tradicionalismo profissional. Ele não foi imediato, por isso ser chamado

de processo de ruptura, pois nessa época ainda não havia uma hegemonia na própria categoria

profissional.

O serviço social na década de 1990 rompe com o conservadorismo, aproximando-se de uma visão de

homem enquanto ser social que constrói sua história, tendo a liberdade como eixo central de orientação

desse projeto, entendido não apenas como valor, mas como capacidade ontológica do ser social.

Novas demandas são colocadas para o serviço social, exigindo novas legislações e políticas.

O serviço social na cena contemporânea tem sua direção voltada à defesa da classe trabalhadora e

do trabalho, dentro do processo de reprodução da vida material e dos modos de vida; é comprometido

com a afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça social, lutando pelos direitos e

cidadania, em direção do desenvolvimento social inclusivo.

Muitas viradas o serviço social vivenciou desde o movimento de reconceituação; dos congressos de

serviço social que sistematizaram a prática, até a contemporaneidade, expressas nos últimos capítulos

desta unidade, fechando a fundamentação de nossa profissão.

7 A RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

A partir dos anos 1960 até 1970 ampliava-se a área de atuação do assistente social, juntamente com

o aumento das demandas pelos serviços e políticas sociais, o que impulsionava um avanço nos âmbitos

acadêmico, profissional e organizativo, devido, também, a uma aproximação com os fundamentos

70

Unidade IV

da teoria da modernização presente nas ciências sociais. Esse período correspondia ao do avanço do

desenvolvimentismo e do capitalismo industrial, que geravam preocupações aos poderes autoritários da

sociedade brasileira.

Foi útil ao serviço social, portanto, sua inserção no âmbito universitário, o diálogo com as disciplinas

das ciências sociais e a criação e expansão da pós-graduação, com a implantação dos cursos de mestrado

e doutorado no início dos anos 70.

As transformações que emergiam refletiam também na organização política da própria categoria

profissional. A partir desse rearranjo ocorreu a criação das entidades de ensino, pesquisa e representação

profissional.

Dentro desse contexto de mudanças, o evento que marcou essa ruptura histórica da profissão com o

perfil conservador foi o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado em São Paulo, em 1979,

o “Congresso da Virada”, que marcou o questionamento da organização conservadora da profissão.

Esse congresso realizou a crítica ao conservadorismo, ao capitalismo e à autocracia burguesa, firmando

compromisso com a classe trabalhadora e com transformações radicais da sociedade.

Foi a primeira expressão na construção de um projeto ético, político e profissional que pudesse

orientar a ação profissional, situando como determinante da desigualdade de classe na sociedade

capitalista a apropriação privada da riqueza socialmente produzida.

No final da década de 70, no contexto das greves operárias do ABC, da reorganização da sociedade

civil e do avanço dos movimentos populares, a crise da ditadura já se expressava com maior intensidade.

A anistia política, em 1979, ocorre como resultado da confluência da mobilização de trabalhadores,

intelectuais e dos movimentos pastorais entre outros movimentos e partidos de esquerda, como os

comunistas e socialistas. A transição democrática reaviva no serviço social a vertente comprometida com

o projeto democrático-popular, explicitando a dimensão política e o significado social da profissão.

Saiba mais:

O Congresso da Virada

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