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Normalmente entre os 18 e 24 meses, as crianças começam a usar combinações de frases com duas palavras. O uso das duas palavras é reconhecidamente uma fase de desenvolvimento da linguagem como vimos anteriormente. Um das primeiras tentativas feitas para caracterizar as regularidades dos discursos com duas palavras foi feito por Brown e Bellugi (1964) que descrever o estilo Telegráfico. O estilo Telegráfico é caracterizado por uma alta frequência de palavras de conteúdo (nomes e verbos) e uma baixa frequência de palavras funcionais como os artigos e proposições. Como o telegrama, a omissão das palavras funcionais leva a uma aparente perda de comunicação. Então foi concluído que as palavras omitidas são altamente previsíveis e talvez redundantes.

A dificuldade desta noção está em explicar o porquê das crianças usarem apenas palavras de conteúdo. É discutido que as palavras de conteúdo ao terem significado, têm referências concretas e são mais fáceis de aprender. Todavia, a selecção das palavras de conteúdo podem estar relacionadas com o significado, é mais provável que a escolha das palavras seja feita com base no conhecimento e experiência da criança sobre o mundo.

De uma forma resumida, são as primeiras construções infantis que mobilizam apenas palavras com conteúdo, omitindo palavras funcionais consideradas acessórias para a compreensão do discurso. Todavia, ainda não é conhecida a forma como este mecanismo opera.

• Diferenças Inter-Individuais na fase das frases de duas palavras. Estilo Nominal e Prenominal

Outras caracterizações do período de duas palavras incluem a distinção referencial/ expressiva de Nelson (1973). Crianças que são predominantemente referenciais tem tendência a usar mais nomes e denominações gerais, usando a linguagem sobretudo para a denominação de objectos. Ainda crianças Referenciais usam mais nomes e referem-se a si próprias pelo nome, nos seus enunciados começam por codificar relações semânticas entre os referentes (centradas sobre a aquisição lexical), enquanto que, as crianças de linguagem expressiva usam mais variações e são principalmente sociais e regulatórias, usam uma linguagem mais orientada para si e para os outros. Apesar disso, as crianças não são categorizadas como referenciais ou expressivas com base na sua linguagem, em vez disso, existem crianças que são mais referenciais e outras mais expressivas.

Segundo Carpenter (1984) em frases maiores do que duas palavras as frases de estilo telegráfico das crianças referenciais estão mais de acordo com os princípios de ordenação gramatical do que as frases das crianças expressivas.

Goldfield e Snow (1986) ilustraram que as respostas das mães às diferenças das crianças podem influenciar o curso do desenvolvimento da linguagem. Crianças referenciais brincavam mais com objectos nas suas interacções com os adultos, e consequentemente dariam aos adultos brincados e livros. As crianças expressivas susceptíveis aos adultos e forma de falar dos mesmos, são mais sociáveis e talvez mais imitativas dos adultos. O estilo de comunicação do adulto modela o estilo da criança ao longo do desenvolvimento.

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